CAPÍTULO I - ORGANIZAÇÃO
1. MOBILIZAÇÃO
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No dia 22 de Novembro de 1965, o R.A.C. em Oeiras, abriu as portas a fim de receber os militares que iriam constituir várias Companhias destinadas a prestar serviço no Ultramar Português, em comissão obrigatória. Entre cinco, figurava o nome da Companhia de Artilharia nº 1525, com destino à Guiné Portuguesa.

Não podendo suportar a organização e preparação das mesmas, ficou decidido que para o efeito ficariam instaladas em vários aquartelamentos. A Companhia em referência foi então colocada na 2ª Bateria do R.A.C., na Parede.

Aos 23 dias do mesmo mês, deslocou-se um dos Oficiais da mesma, Aspirante Oliveira, para o aquartelamento a que foi destinada, a fim de receber e instalar os militares que começavam a chegar, provenientes de diversas unidades do País.

Nos primeiros dias, cerca de uma semana, nada mais se fez além da organização da Companhia e a divisão dos seus elementos em quatro pelotões.

Nos tempos que se seguiram houve a preocupação de conhecer, adaptar e preparar um novo ambiente compatível com a situação que se teria de enfrentar, ao mesmo tempo que era ministrada a instrução julgada mais necessária e de maior interesse para o cumprimento integral da missão confiada.

O ponto culminante desta preparação foi atingido quando no dia 6 de Dezembro a Companhia marchou conjunta com destino a uma vida de rigor, acampando algures na Serra de Sintra. Aí, apesar das deficiências e privações, a que a sujeitaram, foram suportados e vencidos todos os obstáculos que continuamente iam surgindo.

Em condições precárias de reabastecimentos, ponto vital para o prosseguimento desta preparação, foi o mesmo estudado de acordo com as poucas possibilidades de que usufruía de modo a que nada faltasse de indispensável.

Entretanto era activada e desenvolvida a luta com supostos elementos subversivos, e continuamente se movimentaram as forças da Companhia na preparação assídua, adquirindo alguma prática, se bem que fictícia, das várias fases da luta que se teria de enfrentar num futuro muito próximo.

Já na parte decadente deste período, deslocaram-se as mesmas até à Serra da Carregueira. As condições atmosféricas quase insuportáveis a que foram sujeitas, obrigaram a um descanso nocturno num terreno alagado em água, sob forte temporal, que não foram contudo capazes de demover o alto espírito e a vontade indomável pois o Moral de que estavam possuídos estes bravos rapazes tudo venceu.

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Dois dias de exercícios de fogo real, nos quais a Companhia foi posta em contacto com todos os tipos de armamento de que viria a dispor no Ultramar, foram de grande proveito, havendo unicamente a lamentar a escassez de munições de Morteiro 60 e Lança Granadas Foguete que foram atribuídas para consumo. Findo o tiro, regressou-se à Serra de Sintra.

Entretanto no dia 11, deslocaram-se para o R.E. 1 (Trem-Auto) cinco condutores, onde frequentaram um estágio de condução, tendo regressado ao R.A.C. aos 17 dias do mesmo mês.

Finalmente, após cerca de dezoito horas de marcha, incluindo a parte nocturna, e durante as quais recapitularam quase todos os exercícios, os elementos da Companhia chegam de novo ao Quartel da Parede. Estava-se no dia 18 de Dezembro e havia-se concluído a instrução de aperfeiçoamento operacional.

No dia seguinte nada restou desta unidade!

Todos os militares partiram para o gozo da merecida licença, ao abrigo das N.R. do Decreto-Lei nº 42937 de 22.04.1960. Aos dez dias das mesmas Normas foram acrescidos três dias de licença particular, possibilitando assim a permanência junto dos seus, durante as festas de Natal e Ano Novo, daqueles que em breve partiriam para o distante.

No dia 2 de Janeiro de 1966, de novo se organizou a Companhia no mesmo Quartel da Parede. Ultimavam-se os preparativos para o embarque. Finalmente pronta no dia 3, havia-lhe sido marcado o dia 20 deste mesmo mês como data provável do início da comissão.

No dia 8 do mesmo, O Comandante de Companhia, em cumprimento da Nota nº 14617 de 20.12.1965, do D.S.T., deixou o Comando para se apresentar no D.G.A. donde seguiu no dia 11 a bordo dos Transportes Aéreos Militares para Bissau, com a missão de resolver os primeiros problemas que a Companhia iria enfrentar quando desembarcasse naquela cidade.

As vacinas preparatórias foram ministradas por uma equipa que se deslocou à Parede em 10 (Febre Amarela) e em 18 (Varíola).

Na Sede do R.A.C., realizaram-se na manhã do dia 14, as cerimónias da entrega de Guiões às Companhias mobilizadas daquele Regimento, precedida de Missa Campal. A encerrar o acontecimento efectuou-se um desfile das forças mobilizadas pelas ruas da vila de Oeiras prestando homenagem no monumento local aos mortos da Grande Guerra.

Estava terminada a primeira fase de vida da Companhia de Artilharia nº 1525 que assim ficava a aguardar com um sorriso nos lábios e o brio patriótico no coração pelo período da luta que a Comissão de Serviço, por imposição lhe reservara, na parcela do território da Guiné Portuguesa .

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2. COMPOSIÇÃO

CONSIDERAÇÕES
Os graduados milicianos, à excepção dos que tinham especialidades, de acordo com as funções nos diversos serviços, eram atiradores de Artilharia. Iniciaram o seu curso em Setembro de 1964 nos Centros de Instrução e frequentaram o 2º Ciclo na Escola Prática de Artilharia.

Mobilizados em fins de Junho de 1965, continuaram dispersos por várias Unidades até à organização da mesma.

As Praças na sua maioria absoluta pertenceram à incorporação do 3º Turno de 1965, ocorrida em Julho. Frequentaram a especialidade de Atiradores de Artilharia no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves 2 (Torres Novas) e no Regimento de Artilharia Ligeira 5 (Penafiel), foram deste último a quase totalidade dos Primeiros-Cabos, a qual terminara com a sua mobilização, seguindo-se imediatamente a formação da Companhia .

Na generalidade, de boa constituição física e excelente resistência, os componentes da Companhia eram na sua maioria nortenhos, com realce para o Douro Litoral e Trás-os-Montes, que forneceram cada cerca de 20% do total. Curioso registar que os condutores, salvo raras excepções, eram oriundos do Alentejo.

Aliado a estes factores, contaram-se entre os seus elementos artistas de quase todas as profissões. Mecânicos de viaturas, pedreiros, carpinteiros, marceneiros, alfaiates, sapateiros, barbeiros, electricistas, canalizadores e outras diversas, surgiram como moços habilidosos, de boa vontade e capazes com o seu trabalho de resolver muitos dos problemas que foram encontrados durante a comissão.

Antes da formação das Companhias do R.A.C., estava designado para comandar a Companhia de Artilharia nº 1525 o Tenente Domingues enquanto que o Tenente Mourão comandaria a CART. 1526. à altura das suas organizações e ainda antes de conhecerem os respectivos componentes, concordaram por razões particulares em pedirem a troca das suas Unidades, no que foram atendidos.

Caso idêntico sucedeu com o Furriel Enfermeiro Gouveia, mobilizado pela CART. 1526. Já depois da formação, foi-lhe autorizada a troca com o Furriel Soares em serviço na Companhia de Artilharia nº 1525 .

Além das especialidades dos elementos desta Companhia, alguns cursos foram frequentados com vista à formação da mesma.

Curso de Operações Especiais (Rangers)
Alferes Oliveira
Furriel Branco da Silva
Curso de Minas e Armadilhas
Alferes Freire
Furriel Costa
Furriel Magalhães
Furriel José Luís
Furriel Lanços
Curso de Conscienciosa Utilização e Manutenção de Material Auto
Alferes Oliveira
Alferes Rui César Chouriço

A Companhia de Artilharia nº 1525, à data de embarque, era composta por 5 Oficiais, 17 Sargentos e 139 Praças.

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COMPOSIÇÃO DA COMPANHIA

COMANDO
FORMAÇÃO
GRUPO DE COMANDOS
1º GRUPO DE COMBATE
2º GRUPO DE COMBATE

COMANDO
Capitão de Artilharia
Jorge Manuel Piçarra Mourão
FORMAÇÃO
Alferes Miliciano
Manuel E. D. M. Oliveira
Rogério M. Freire
1º Sargento
Domingos F. Vaz
2º Sargento
Rogério L. A. Diniz
António A. Maduro
Furriel Miliciano
Vagomestre
Armindo V. Veloso
(Morto em combate em 5 de Dezembro de 1966. Substituído em 24 de Fevereiro de l967)
Fernando V. Pinto
Mecânico Auto
Adrião L. Mateus
Enfermeiro
José G. Gouveia
Transmissões
Vítor M. Casimiro
1º Cabo
Clarim
Mário A. Carpinteiro
(Em 25 de Agosto de 1966)
Radiotelegrafista
José H. S. Portela
Marcos R. Figueiredo
Joaquim V. Lino
Manuel T. da Costa
António R. Marinho
(Em 12 de Maio de 1966)
Escriturário
José L. P. Soares
Condutor Auto
Carlos Pescada Bento
Mecânico Auto
Emídio E. Lourenço
Mecânico de Armas Ligeiras
Manuel V. Dinis
(Em 19 de Março de 1966)
Cozinheiro
Joaquim F. M. Madaleno
Reabastecimento
Joaquim S. Batista
Enfermeiro
Domingos P. Barbosa
Américo M. da Silva
Carlos T. dos Santos
(Em 18 de Janeiro de 1967)
Operador Cripto
Manuel A. G. da Silva
Atirador
António José Vicente
Transferido para o H.M.P. por doença. Regressou à Companhia mas entretanto foi substituído em 19 de Janeiro de 1967 por
Manuel C. G. Serra
Joaquim Pereira Soares
Desempanador
Arménio da L. Branco
José C. G. Sampaio
Francisco C. Cardoso
Condutor Auto
Manuel da G. Loulé
Manuel Cartaxo
Carlos M. D. G. Pereira
João A. Martins
João D. C. Rosa
Manuel M. Raposo
Simplício M. Santanita
António P. Galhoz
Francisco A. F. Marques
Manuel F. Guerreiro
Francisco J. C. Plácido
António J. Q. Coelho
José de C. Monteiro
Manuel J. dos Santos
José Rosa Francisco
Joaquim A. Sobral
Soldado
Clarim
Eduardo R. Allen
Cipriano C. Santos
Manuel da S. Gonçalves
Domingos J. M. Pereira
Cozinheiro
José A. R. Soares
Ajudante de Cozinheiro
José G. Dias
José de J. Maria
Atirador
Abel Pinho Leite
Manuel A. B. Gonçalves
Abílio F. Rodrigues
Luís de J. Araújo
José A. do A. Teixeira
João Ribeiro
Manuel J. S. Pinto
Manuel G. de Almeida
António da S. Cachada
Reinaldo da S. Oliveira
Mário da C. Pereira
António M. Teixeira
Bernardino N. Mendes
Manuel J. Teixeira
Alberto T. da Silva
Domingos G. Carvalho
António de Magalhães
(Evacuado para o H.M.P., por doença em 5 de Outubro de 1967)
David F. S. Franja
José F. S. Florindo
António F. Reis
Amadeu F. Cláudio
(Em 19 de Março de 1966)

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GRUPO DE COMANDOS
2º Sargento
Manuel Marques
Furriel
António J. Rosa Mendes
Armando B. da Costa
1º Cabo
António J. Taveira
Manuel A. G. Ribeiro
Alfredo de J. Rodrigo
Alberto A. Lopes
Manuel do C. Costa
José A. S. Craveiro
(Morto em combate em 5 de Dezembro de 1966. Substituído em 23 de Março de 1967 por)
Francisco Nobre
João A. F. Parreira
(Ferido em combate, foi transferido para o H.M.P. e substituído em 12 de Março de 1967 por)
Zeferino Cunha
Acácio P. Rafael
(Morto em combate e substituído em 6 de Fevereiro de 1967 por)
Januário Santos
Soldado
Manuel S. de Almeida
(Taca)
Eduardo da S. Almeida
António R. Leite
Manuel João Penso
António da C. Mimoso
Abel B. Esteves
Abílio da S. Fernandes
Guilherme M. Amante
Guilhermino N. Meireles
Ilídio de Sá Martinho
Valentim M. Barroso
Laurentino T. Magalhães
Joaquim F. Vales
José A. M. Nunes
António M. da Costa
Gregório F. Mendes
José Alberto Teixeira
Jorge Dias Neto
(Evacuado para o H.M.P., por doença e substituído em 1 de Maio de 1967) por
António J. Santos

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1º GRUPO DE COMBATE
Alferes Miliciano
Rui César S. Chouriço
2º Sargento
Modesto V. da Silva
Furriel Miliciano
Carlos H. B. da Silva
José A. R. Luís
António J. P. Magalhães
1º Cabo
Nelson dos S. Oliveira
José Pereira Pinto
José Domingos Costa
José A. C. Silva
Joaquim D. Vieira
Ramiro C. Narciso
João da S. Martins
Soldado
Transmissões
José S. Testas
Atirador
Orlando R. Batista
Abel F. de Sousa
Gualter Pereira Gomes
Manuel M. Carvalho
Manuel Duarte Henriques
Mário F. de Carvalho
Manuel Dias da Silva
Abílio Dias Barbosa
José de J. Rodrigues
David Cardoso
Vitorino A. Félix
Mário M. Valoura
Armando A. M. Barros
Manuel D. Oliveira
Ricardo R. Guido
Jaime Alves
Manuel Pinto Rosa

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2º GRUPO DE COMBATE
Alferes Miliciano
Germano da Silva
2º Sargento
António A. Maduro
Furriel Miliciano
Carlos Nelson S. Almeida
Joaquim F. Pombo
António J. R. M. Lançós
1º Cabo
Carlos A. V. Monteiro
António C. Nascimento
(Transferido)
Joaquim Melo Silva
Manuel de M. Almeida
Joaquim J. C. Oliveira
João Oliveira Vidal
Soldado
Atirador
José A. R. Ferreira
(Taca)
António de S. Cortez
José Veras Martins
Ovídio R. de Araújo
(Evacuado para o H.M.P. por acidente de viação e substituído em 12 de Maio de 1966) por
Manuel de Brito
(Ferido em combate, foi evacuado para o H.M.P. e substituído em 2 de Outubro de 1966) por
Ilídio Carvalho
José Vieira
António J. A. Silva
Adriano de M. Marinho
Henrique Tunes
António M. Ramos
António G. Pereira
Augusto M. Baldaia
Manuel M. da Silva
Joaquim M. da Silva
Agostinho P. Leão
Joaquim V. Ribeiro
José de J. Batista
José Emídio Pinto
Luís A. J. Santos
Ovídio H. Pereira
Vítor M. C. Gonçalves
(Ferido em combate, foi evacuado para o H.M.P. e substituído em 3 de Novembro de 1966) por
José S. Félix
José M. G. Duarte

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3. DESLOCAMENTO PARA O C.T.I.G.

Finalmente soara a hora. O clarim lançara no espaço uns sons incaracterísticos, deformados e muito pouco ou nada humorosos.

Ainda não raiava a manhã de 20 de Janeiro de 1966, já grande movimento e reboliço se registava no Quartel da Parede. últimas arrumações, entrega de algum material, procura de coisas perdidas e ei-los a saírem das casernas procurando na formatura um alinhamento impossível pela bagagem que ainda carregavam.

Uma voz se fez ouvir e na noite escura lá foi a malta colocar as suas últimas recordações sobre as viaturas estacionadas à sua frente. E estas partiram?

Debaixo de formatura, em poucos instantes, ela aí vai, sentimentos diversos ocultos pelos rostos que ostentavam, marchando no silêncio da noite pelas ruas desertas da localidade.

Na estação dos caminhos-de-ferro aguardavam transporte. Quem os encontrasse duvidaria entre, apontar uma Companhia que deslizava para o imprevisto ou que ressurgia das trevas do desconhecido para as alturas da glória.

Chegados ao Cais da Rocha de Conde de óbidos, procedeu-se à instalação do pessoal e da bagagem no Navio/Motor UíGE da C.N.N., que,

fretaso, recebia mais um contingente destinado ao Ultramar. Surgiu então a hora de destroçar. O último abraço de despedida aos familiares e amigos que os haviam acompanhado naqueles últimos passos. O último adeus à Terra que lhes dera o ser, na hora da partida para as terras inóspitas do Além . Voltariam? Talvez? E antevia-se já o dia em que os movimentos seriam diametralmente opostos.

Pelas 10.00H deu-se início à formatura geral das tropas a embarcar. Uma palavra de conforto acompanhada de pequenas lembranças de elementos do Movimento Nacional Feminino, uma rápida revista, uma breve alocução proferida por um representante do Ministério do Exército e finalmente um desfile pleno de garbosidade que terminou com o embarque.

Eram exactamente 12.00H do dia 20 de Janeiro de 1966, quando no Cais, a Banda Militar começou os primeiros acordes do Hino Nacional. E 12.05H quando o Navio/Motor começou a deslizar, afastando-se do Cais. Lenços que se agitavam freneticamente por sobre uma imensidão de gente, gritos de adeus e emoções que sibilavam pelos ares chegando aos ouvidos dos embarcados e ainda cartazes afirmando a presença de diversas localidades no futuro dos que partiam.

E o UíGE afastou-se até os perder de vista.

Rumo? Bissau, Guiné Portuguesa! Pág. 12 do Historial


Seguiam nesta viagem além da tripulação e entidades habituais, o B.CAç. 1876, Cª. Caçadores nº 1501 do B.CAÇ. 1877 e C.ARTª. 1525 e 1526, independentes, um PEL.MORT., um PEL. A.A.A. e ainda alguns elementos isolados perfazendo um total de 50 Oficiais, 154 Sargentos e 1243 Praças.

Dos dias passados no alto mar pouco há a salientar.

Nos primeiros dias fez-se sentir a falta de prática nestas andanças marítimas pois logo após o primeiro baloiçar houve a revolta quase geral dos estômagos em sinal de protesto. E depara-se então com o espectáculo dantesco dos militares deitados em qualquer recanto e o barco a revelar o resultado das indisposições. A compreensão dos tripulantes e sobretudo daqueles que mais sofreram as consequências pelo trabalho que isso lhes acarretou, foi o melhor lenitivo para o abatimento que pairava sobre o ambiente.

Finalmente os dias foram correndo e tudo normalizou permitindo uma distracção mais pura e mais viva. Uma curiosidade um tanto pitoresca, veio alertar os espíritos. Com prévio aviso das atitudes a tomar, repentinamente o tilintar contínuo das campainhas espalhadas por todos os corredores, salas, quartos e demais divisões, provocaram uma aceleração em todo o navio. Gente correndo de um lado para o outro com coletes ou cintos de salvação em amarelo-torrado e passados alguns instantes a concentração geral junto das baleeiras. Tratava-se de um exercício de salvamento, repetido algumas vezes, até ser efectuado dentro das condições desejadas e tempo determinado.

No Domingo, dia 23, o Rev. Capelão Padre Pinheiro, organizou uma sessão de variedades conforme as possibilidades de que dispunha e que decorreu com bastante animação alcançando as finalidades que notaram a sua preparação.

Ainda dentro do plano de distracções é grato recordar a projecção de alguns filmes.

E no dia 24, o jantar de despedida, oferecido pela tripulação e abrangendo todo o pessoal embarcado que atingiu as raias da alegria e fez esquecer por momentos o choque de emoção que se sentiria horas depois quando se tivesse de enfrentar novas terras e novas gentes.

A viagem estava prestes a terminar. Não tendo feito escala em parte alguma, pelo contrário, seguindo uma rota sempre afastada de qualquer costa, na manhã do dia 25 começou a aproximar-se de terras guineenses. Algumas patrulhas aproximavam-se e logo se afastavam. A visão de novas paisagens e de novas gentes veio de algum modo consolidar ou rectificar a imagem que se havia formado.

Cerca das 15.00H o UíGE fundeou frente a Bissau . Entidades militares que entravam e saíam vieram dar as boas vindas e preparar o desembarque. Mas este só começaria no dia 26, pelas 10.30H, através da barcaça BOR , para a ponte cais e daqui, em viaturas, para Santa Luzia, onde a Companhia se instalou.

CAPÍTULO II - ACTIVIDADE OPERACIONAL
2.1. INTRODUÇÃO

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À chegada à Guiné Bissau em 26/01/66 a CART 1525 , ficou adida, com carácter provisório, ao B.CAç. 1857, então aquartelado em Sta. Luzia. Sendo esta estadia de varácter provisório, no dia 28 do mesmo mês seguiu para Mansoa , adindo à C.ART ª.1486, uma equipa destinada a receber o material da C.ART ª.644 (B.ART ª.645) e preparar as instalações para a rendição da mesma.

Entretanto a Companhia ia fazendo os preparativos e ajustamentos de acordo com as directivas do Comando do Batalhão.
De realçar o trabalho realizado e o esforço dispendido à volta do armamento. Bastante abaixo do quantitativo necessário de material de guerra para o efectivo de que se dispunha, agravou-se mais ainda o problema motivado pelas avarias que se encontraram nas Espingardas G3. Resolvidas muitas delas com o esforço que se dedicou ao facto, teve no entanto que recolher ao Batalhão de Serviço de Material para reparações de maior vulto uma percentagm ainda bastante elevada (cerca de 40%).

No primeiro dia de Fevereiro o B.CAç. 1857 seguiu para Mansoa em rendição do B.ART ª. 645, ao mesmo tempo que a sua vaga no quartel de Santa Luzia era preenchida pelo B.CAç. 1876. Foi a este Batalhão que a Companhia ficou adida enquanto aguardava ordens para se deslocar para o sector do Batalhão a que havia sido destinada primitivamente.

Finalmente no dia 4 de Fevereiro a Companhia marchou para Mansoa rendendo a C.ART. 644 e integrando-se na história do B.CAç. 1857. Inexperiente, o seu serviço não pôde firmar-se para se realizar e bastar a si próprio. Num plano de treino operacional estabelecido e dirigido pelo Comando de Batalhão, o 1º Grupo de Combate seguiu no dia 6 do mesmo mês com destino a Bissorã e adindo para todos os efeitos à C.ART ª. 1419. A parte restante da Companhia iniciou a sua obra reforçando outras forças, nomeadamente na segurança dos trabalhos de alcatroamento da estrada para Mansabá, guarnição do abrigo de Braia, escoltas de colunas a Cutia e Encheia, além da segurança local.

Até que, numa transferência interna de Batalhão, esta Companhia recebeu ordem para substituir a C.CAç. 1420. Para seu cumprimento a Companhia de Artilharia 1525 deslocou-se para o novo aquartelamento de Bissorã no dia 25 de Fevereiro , recebendo o material da Companhia que substituía, enquanto deixava em Mansoa uma equipa que entregaria a carga anterior.

Recolhendo por este processo o seu Grupo de Combate que se encontrava já em Bissorã , a Companhia ia iniciar então a sua obra e vincar a sua capacidade sob todos os aspectos.

O sector de Bissorá estendia-se nessa altura predominantemente para Leste,

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abrangendo uma grande extensão da região do Oio já tristemente célebre. Era aí que o IN se havia estabelecido criando a sua Base Central (Morés) rodeada de inúmeras bases satélites, o que dificultava imenso a acção das nossas forças nessa zona ou talvez mesmo impossibilitava a penetração até ao seu refúgio escondido no interior das matas quase virgens. Foi essencialmente para essa região que se voltou a actividade do Batalhão e, integrado na mesma, o esforço desta Companhia.
Por alturas de Julho/Agosto de 1966 um novo problema se levantou dentro do sector do Batalhão. A ocupação da região do Jugudul por numeroso grupo das forças IN afectava e ameaçava a ligação terrestre Mansoa-Bissau, ao mesmo tempo que desviava a atenção do Comando e o obrigava a dividir os seus esforços também para essa zona. Já nessa altura o Batalhão confiava na capacidade operacional e na possibilidade da Companhia penetrar em qualquer região, qualquer que fosse a resistência que lhe opusessem. Foi assim que a CARTª. 1525 foi chamada, para Mansoa no dia 23 de Julho e foi encarregada da tarefa de desvendar o mistério do Jugudul ainda incógnito por falta total de informações que pudessem ter o cunho de verdade. Num período de 26 dias, suportando um esforço e um desgaste quase inacreditável, fazendo, alarde das virtudes que lhe granjearam tão alta confiança, dos seus superiores, a Companhia fez desaparecer o pânico que pairava sobre todos os espíritos e garantiu o apaziguamento da área. E, quando no dia 18 de Agosto regressou a Bissorã, saiu de cabeça bem levantada, orgulhosa duma missão bem cumprida.

Baseando-se na experiência que uma intensa actividade operacional lhe proporcionou, o Comando da Companhia apontou as vantagens da existência dum grupo de comandos dentro da Companhia ao mesmo tempo que compensava de algum modo o esforço e sacrifício que lhe seriam pedidos com algumas regalias e privilégios nalguns aspectos da restante vida operacional. A ideia foi acolhida com bom agrado e criou-se, segundo o critério de voluntariado, o grupo de comandos .OS FALCõES , iniciando a sua actuação no dia 1 de Outubro de 1966 e mantendo-se na mesma linha até final da comissão.
Uma remodelação de sectores determinada superiormente decidiu que o BCAç. 1857 se estabelecesse em Mansabá, voltando novo Batalhão para Mansoas ao mesmo tempo que Bissorã, seria transferida para o sector de Bula, então às ordens do BCAV. 790. Seguindo as mesmas determinações, a CCAç. 1419 saiu de Bissorã no dia 31 de Outubro seguindo para Mansabá para junto do seu Batalhão.
Os novos limites de sectores entraram em vigor no dia 1 de Novembro de 1966, Deste modo, embora permanecendo aquartelada em Bissorã, a CARTª. 1525 passou a adir e a depender para todos os efeitos, do BCAV. 790 em Bula, O seu sector foi também alterado. Deixou a zona do Oio, nessa altura já relativamente pacificada

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e alongou-se para Oeste estabelecendo-se os limites que actualmente possui.
Foi a partir desta data que a Companhia assumiu as funções do Comando Militar do seu sector, em virtude da vaga deixada pela CCAç. 1419.
Dotada de bons predicados e provas evidentes em acções que a creditaram junto dos Comandos de Batalhão, não hesitou o BCAV. 790 em lançar mão desta Companhia para aumentar o seu ritmo operacional nas zonas de Queré e Biambe, onde o IN se revelava com certa intensidade. Assim nesta nova fase a Companhia demonstrou mais uma vez o seu valor alcançando valiosos resultados nas referidas áreas, não descorando contudo as outras zonas do seu sector.
Nos, dias 13 e 15 de Dezembro chegou a Bissorã a CARTª 1612, Nova e inexperiente, a sua acção não poderia tomar proporções de vulto, pelo que esta Companhia não pôde abrandar o ritmo que vinha exercendo sozinha e de que começava a acusar as consequências.
Alguns dias negros neste período da sua actividade vieram não tanto afectar o ânimo que a levara a grandes cometimentos, mas reduzir em grande percentagem os seus efectivos. As datas de 5/12/66, 5 / 01/67 e 1/02/67 marcaram o início dum descanso largamente merecido com a falta de disponíveis para a luta que se mantinha.
Mas não. Nem a rendição do BCAV.790 pelo BCAC.1876 concretizada a 1 de Fevereiro de 1967 veio favorecer a situação. A Companhia continuou a ser chamada e a ter de trabalhar incansavelmente. E nem este período deslustrou a sua grandeza. Assim o atestam as duas flâmulas de honra alcançadas nesta mesma altura.
A 27 de Julho chegou directamente do barco a CARTª 1746 para substituir a CARTª. 1612 que seguiu no dia imediato para o sector do seu Batalhão em Buba. Ao entrar no 19° mês de comissão foi à Companhia mais uma vez pedido novo esforço para preparar e adaptar a nova CARTª. ao ambiente e à luta deste sector.
E este não foi negado. De novo se palmilhou todo o sector acompanhando as forças da nova Companhia, mostrando as várias regiões, demonstrando actuações em aproximações golpes de mão, batidas, contactos com as populações e algumas vezes ainda reacções e flagelações a que o IN nos submeteu.
E quando abandonámos o sector, saímos com a consciência de uma missão bem cumprida, duma luta vivida e ganha dia a dia e ainda com a certeza de que aos novos mostrámos o que conhecíamos e o que sabíamos,
Nos dias 3, 7 e 10 de Outubro a Companhia deslocou-se finalmente para junto de Bissau, sendo rendida pela CCAV. 1650 instalada no aquartelamento em Brá e adida ao mesmo BCAç.1876, pôde-se repousar um pouco e recuperar pelo menos parte das energias perdidas ao longo de 21 meses de luta contínua e aguardar

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a chegada do barco que de novo a transportaria, agora de regresso a Lisboa.
Nas mesmas condições se encontram quase todas as forças que com a nossa Companhia chegaram a esta Província: BCAç. 1876, CCAç. 1500 (do BCAç. 1877), CARTª. 1526 e Pelotão de Antiaérea.
Aguarda-se a chegada do N/M Uíge (de novo também ele), prevista para 1 de Novembro de 1967. Vinte um meses e alguns dias de comissão na Guiné Portuguesa. Do trabalho aqui realizado nada mais teremos a referir ou a salientar.
A apreciação do mesmo ficará a critério das individualidades que têm a seu cargo o destino desta Província Portuguesa. Mas uma coisa é certa. Regressaremos com a tranquilidade dum dever cumprido com consciência e honestidade e regressaremos também com a alegria e satisfação natural dum novo encontro com a Metrópole.
Uma palavra de agradecimento para os amigos que aqui nos acompanharam e que aqui ficam: OBRIGADO .
Uma palavra de saudade para os que trabalharam a nosso lado para sempre: "DESCANSEM EM PAZ NO REINO DE DEUS". Não os esqueceremos.

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2.2 - BISSORÃ

A) VILA
Bissorã, na zona noroeste da província da Guiné Portuguesa, na áfrica Ocidental, situa-se no cruzamento do meridiano 15º 33' W com o paralelo 12º 14' N.
é um dos nove concelhos da mesma província com sede administrativa. Da sua jurisdição dependem os postos administrativos de Encheia e Binar.
Com cerca de 6 000 habitantes, tornou-se um centro essencialmente agrícola, única fonte de riqueza que o solo lhe oferece. Regista-se a fundação da Estacão Zootécnica, desde longa data, actualmente em exploração de culturas e criação de víveres.
No entanto, a sua vida comercial é garantida por algumas firmas que, apesar das contrariedades impostas pela situação actual da luta armada, conseguiram sobreviver ao lado de tantas outras que foram sucumbindo com o tempo. Delas anotamos a existência de:
  • Sociedade Comercial Ultramarina (Filial)
  • Empresa António Silva Gouveia (Filial)
  • Barbosas & Comandita (Filial)
  • Michel Ajouz
  • Kalil Miguel
  • António Manuel Alves.
  • Além destas, existe ainda um mercado local público onde os nativos expõem os seus artigos de venda.
    Na parte cultural regista-se em funcionamento a instrução primária na Escola Missionária.
    Assinala-se na vida deste concelho a existência dum posto dos CTT e dum Posto Sanitário.
    Resta referenciar a existência do Atlético Clube de Bissorã, agremiação fundada em 1948, actualmente vivendo de actividades recreativas e da criação de um cinema ainda em instalações provisórias.

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    B) SECTOR-MILITAR
    A par e em mútua colaboração com as autoridades administrativas, está criado nesta vila um Comando Militar para regular toda e qualquer actividade que inclua elementos armados.
    Para tal efeito, dispõe normalmente dos seguintes efectivos: duas Companhias metropolitanas com alguns elementos nativos, dois pelotões da Companhia de Milícia instalada em Mansoa, uma Companhia de Polícia Móvel.
    A sua zona de acção é no entanto, bastante diferente da zona de jurisdição
    administrativa. Dependendo em todos os aspectos directamente do Comando de Batalhão instalado em Bula, este sector militar de Bissorã tem como limites:
  • a N - o rio Cacheu;
  • a E - a linha através de Cansambo (incluído), Jabel, rio Blassar, limite do regulado de Bissorã, Unfarim, Namedão (excluído) e rio Uenquen;
  • a O - a linha através do rio Armada, rio Inquida, Iusse,rio Bipo, Cate (incluído) e rio Falcão ou de Encheia;
  • a S - o rio Mansoa
  • Abrange uma área aproximada de 645 Km2 e as linhas que unem os pontos extremos mos norte-sul e leste-oeste tem a distancia aproximada de 40 km cada.
    Pelas condições geográficas e pela situação a que a guerra presente obriga, distinguem-se neste sector algumas zonas que poderão ser consideradas distintas saber:
    -Tiligi - península compreendida entre o rio Cacheu e o rio Blassar-Armada, abrange toda a região norte;
    - Biambe - prolongamento da zona do mesmo nome, abrange a região oeste entre o rio Inquida e o rio Falcão;
    - Queré - compreendendo toda a zona sul, entre o rio Falcão e o rio Uenquen.

    1 - CLIMA
    O clima em toda a Guiné Portuguesa é influenciado pelas massas de ar provenientes das zonas de baixa pressão provocada pelo curso anual do Sol, se assim se pudesse designar o ciclo das estações.
    Coincidindo com o máximo deslocamento para Norte, em Agosto, predomina a massa de ar equatorial, de elevada temperatura e grande percentagem de humidade. No máximo oposto, em Fevereiro, sofre a influência da massa de ar tropical continental, derivada da baixa pressão concentrada no Norte de áfrica, apresentando-se moderadamente quente e muito seca.

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    Resulta destas condições atmosféricas a formação de duas únicas estações absolutamente distintas e que abrangem todo, o ciclo anual. A época das chuvas, desde meados de Maio até meados de Novembro, é caracterizada por intensa humidade pluviosidade por vezes contínua e prolongada e grande nebulosidade. A época seca, com princípio em meados de Novembro e término em meados de Maio, determina-se por um período geralmente quente, extremamente seco e de boa luminosidade.
    a. Temperatura
    Apesar da diferença das duas estações, as máximas temperaturas do ar registam-se nos meses de transição do período seco para o das chuvas (Março-Abril- -Maio), podendo-se calcular que a mesma atinja os 40°C. Por outro lado as temperaturas mínimas surgem no período seco (Dezembro-Janeiro) em que o arrefecimento nocturno provoca a descida até cerca dos 15º C.
    b . Ventos
    Esta região africana sofre a influência durante quase todo o ano dos ventos gerais (alisados) provenientes do hemisfério norte e sul e de direcção NE e SE respectivamente.
    Deste modo fazem-se aqui sentir na época seca os ventos gerais (alisados) de NE, relativamente frescos e normalmente fracos, enquanto que no período das chuvas predominam os ventos de monção, de direcção SW, resultantes da frente entre os gerais de NE e SE, geralmente quentes e húmidos, provocando por vezes correntes de grande intensidade, conhecidos por tornados , com características ciclónicas.
    c. Humidade
    Condicionada às estações e à natureza dos ventos que atravessam a província., a humidade atmosférica varia com os mesmos, atingindo o seu máximo nos meses de Agosto-Setembro, altura em que ronda e ultrapassa por vezes os 90%. O limite mínimo é alcançado nos meses de Dezembro-Janeiro, e mesmo nestes não desce dos 50%.
    d. Outros factores meteorológicos
    Nevoeiro - verifica-se principalmente na época seca, sobre a noite,e mesmo assim muito poucas vezes.
    Cacimbo - cai de preferência neste mesmo período, devido ao maior arrefecimento nocturno.
    Nebulosidade - atinge a sua maior densidade no período das chuvas, altura em que dificilmente se encontra o céu limpo.

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    2 - TERRENO
    a. Hidrografia

    A região abrangida por este sub-sector, embora de pequenas dimensões, banhada por inúmeros cursos de água. Salientam-se dentre eles como mais importantes o rio Cacheu e o rio Mansoa, que limitam respectivamente a norte e a sul, o rio Blassar e o rio Armada, atravessando no sentido leste-oeste, e o rio Falcão e o rio Uenquem correndo para sul respectivamente nas zonas poente e nascente.
    As suas margens, e bem as suas inúmeras ramificações dos mesmos são terras. baixas, sujeitas a irrigações, que se transformam em bolanhas ou lalas conforme a possibilidade ou não do seu aproveitamento para culturas. O caudal dos rios e, dependendo deles as respectivas terras limítrofes, sofrendo em grande escala a influência das estações e ainda das marés, tornando-se por este mesmo facto bastante irregulares e inconstantes, o que dificulta imensamente ou mesmo impossibilita por vezes a sua travessia para o desenvolvimento normal de qualquer acção a efectuar.
    b. Relevo
    Não se verifica nesta área, aliás como em toda a província, quaisquer elevações dignas de registo. Será no entanto de assinalar que a sul do rio Mansabandim-Armada é geralmente mais elevado do que a norte do mesmo. Assim numa faixa que compreende as zonas de Iusse-Grandumbe-Embunhe-Encor a média oscila entre 35/40 metros de altitude. O mesmo se verifica na zona leste num triângulo compreendido entre Bucâmere-Unfarim-Gulcunhe, quase que num prolongamento para norte da faixa atrás mencionada. A máxima altitude (39 metros) regista-se a norte e junto de Enpanquinhame, a nascente de Grandumbe, e junto de Bucâmere.
    Em toda a zona norte, â excepção das terras próximas do rio Cacheu, a altitude é compreendida entre 20/30 metros.
    Na região meridional, como que a justificar a ramificada bacia dos rios Falcão e Uenquen, as terras são muito baixas, raramente atingindo ou ultrapassando os 20 metros.
    c. Natureza do Solo
    A consistência do solo é regulada pelas estações climáticas.
    Na época das chuvas as terras são geralmente brandas, amanháveis e facilmente alagáveis. Chegada a época seca, esse mesmo solo endurece e dificilmente se deixa entranhar. No entanto os terrenos banhados pelos cursos de água, quer as suas margens ou mesmo as lalas e bolanhas, tornam-se na sua maioria lamacentos e lodosos o impossibilitam por vezes a presença humana tanto no seu arranjo como na travessia.

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    As zonas de maior consistência, embora relativa, são constituídas por terras, do origem rochosa, apesar de que a pedra aqui existente não tem dureza apreciável, muito raramente se encontra e sempre em quantidade muito reduzida e de pequenas dimensões.
    d. Vegetação
    Regra geral arborizado , o terreno não apresenta contudo matas densas, antes pelo contrário se mostra bastante rasgado, permitindo o crescimento de capinzais no tempo das chuvas. Propicio para culturas em quase toda a região, a situação actual obrigou o seu abandono beneficiando a criação de pequenos arbustos que formam já pequenas matas em diversos pontos.
    Das árvores que dominam esta área salientam-se, pela sua abundância e pelos produtos que fornecem à população, palmeiras, mangueiros e já em menor escala, cajueiros. e. Culturas
    Em virtude da quase inexistência de matas o da superabundância de bolanhas, grande parte das terras são cultiváveis e a sua boa fertilidade garante uma fonte de riqueza inigualável resolvendo o problema da subsistência.
    Nas terras mais baixas e fortemente irrigadas, bolanhas, na época das chuvas é cultivado o arroz, base da alimentação.
    Esta região produz ainda, nas terras mais altas e na época das chuvas, grandes quantidades de mancarra e, em menor escala, milho, fundo e mandioca.
    Dos produtos de árvores frutíferas que não carecem de cuidados especiais são aproveitados os chabéu, mangos, cajus, alfarroba, cola e diversos outros.
    Todos estes produtos destinam-se à alimentação e, os colhidos em demasia, a comércio ou confecção de outros produtos. f. Fauna
    Entre a grande quantidade e variedade de insectos que abundam nesta área, merece especial referência a formiga baga-baga pela construção dos montes, sobre a sua habitação, os quais, por vezes com mais de dois metros de altura, se transformam em óptimos abrigos.
    Em criação doméstica, existe grande quantidade de bavinos, caprinos, suinos e galináceos, com predominância dos primeiros. Animais sem outra aplicação que não seja alimentícia, os bovinos constituem grande riqueza destes povos e são muitas vezes utilizados para cerimónias religiosas.
    Espalhados pelo mato, vive uma imensidão de pequenos animais, dos quais sobressaem os macacos, e que pouco ou nenhuma influência têm na vida humana na região. Convém salientar que animais de caça actualmente são raramente encontrados em virtude de terem sido afugentados pelas contínuas batidas em luta armada por toda a área.

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    g. Vias de Comunicação

    Via aérea - Possui Bissorã um campo de aviação com cerca de mil metros de pista, utilizada por duas carreiras semanais (sector oeste) dos TAGP e pelos serviços da FAP no interior da Província.

    Via fluvial - Os rios Cacheu e Mansoa, nos limites norte e sul respectivamente, permitem a navegabilidade em todo o seu curso neste sector e o desembarque nalguns pontos do mesmo. Existia ainda no rio Cacheu uma jangada que permitia a ligação na estrada de Bissorã-Barro, mas que terminou em virtude da impossibilidade de utilização do referido itinerário.

    Via terrestre - A rede de estradas que serve esta área torna Bissorã um centro de realçada importância em virtude da sua ligação em todas as direcções com os outros centros com influência no desenvolvimento da Província.
    Todas elas de terra batida, temos como principais:
  • - Bissorã-Mansoa, com uma pequena ramificação no Namedão para o interior do Oio;
  • - Bissorã-Mansabá , atravessando a região do Oio;
  • - Bissorã-Farim, através do Olossato e com bifurcação no limite deste sector para Jagali;
  • - Bissorã-Barro, com ligação junto do rio Blassar para a região de Matar;
  • - Bissorã-Naga, no limite da península do mesmo nome;
  • - Bissorã-Bula, passando por Biambe e Binar e com desvio para Encheia.
  • Estes eixos de comunicação terrestre, tendo que atravessar pequenos rios e bolanhas, eram dotadas de algumas pontes e pontões que permitiam a utilização dos mesmos.
    Destes salientam-se:
  • - no itinerário-para Mansoa , logo a saída de Bissorã e sobre o rio Mansabandim, uma ponte com armação de ferro e pavimento de madeira, e junto do Namedão, uma ponte de cimento armado reconstruído sobre o rio Uenquen;
  • - no itinerário de ligação para Bula e Naga, ainda em Bissorã uma ponte totalmente construída em madeira sobre o rio Armada.
  • Actualmente por força da situação militar, encontram-se destruídos alguns outros, vedando deste modo a passagem em viatura para alguns pontos mais afastados deste centro. Registam-se nestas condições:

  • - no itinerário para Mansabá, um pontão na bolanha de Unfarim;
  • - no itinerário para Barro, uma ponte sobre o rio Blassar;
  • - no itinerário para Naga, um pontão depois de Damé-Sor e a ponte sobre o rio Inquida;
  • - No itinerário para Bula, dois pontões sobre as bolanhas na nascente dos rios Inquida-Bipo; de salientar que por força das circunstâncias foi aberto um pequeno desvio contornando as referidas bolanhas.

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    Para além das estradas mencionadas existe una infinidade de caminhos que formam uma complexa rede ligando entre si todas as moranças desta área.

    3. - ELEMENTOS DEMO-ETNOGRÁFICOS
    A área deste sub-sector está dividida em regiões de várias tribos das quais se salientam:

  • - balanta no sul e região de Queré (ENCHEIA);
  • - balanta-mané no norte ocupando a península do TILIGI;
  • - mandinga na zona da vila de Bissorã;
  • - mandinga OINCA a nascente na região pertencente ao OIO.
    No entanto o movimento migratório resultante das necessidades da vida e a situação militar actual determinaram uma junção co-habitação e mesmo cruzamentos das várias tribos nas mesmas regiões e até localidades. O contacto assim provocado, aliado a permanência e observação de outros costumes, nomeadamente metropolitanos e cabo-verdianos, fez com que os hábitos e costumes característicos de cada uma se fossem assimilando ou desaparecendo, de tal modo que na actualidade não se encontram já algumas particularidades outrora vincadas no espírito de cada um deles. Apesar de tudo, algumas localidades há onde esse contacto e convivência não se registou ainda e será exactamente aí que se poderá encontrar o que de genuíno e característico se pode apontar aos diversos povos desta área.
    Devido a situação actual, a população neste sector militar na sua maioria esmagadora não está controlada e por este mesmo motivo as estatísticas administrativas estão muito aquém dos verdadeiros números.
    Partindo dos números apresentados no último recenseamento efectuado pouco antes da explosão do conflito armado e avaliando as baixas e afastamento provável da população migrando para outras regiões, poder-se-á estimar em cerca de 25 000 os habitantes desta área. A divisão em tribos será do mesmo modo uma simples estimativa que se poderá, cifrar nestes termos: 70% para a raça balanta, dos quais talvez um terço pertença ao balanta-mané; 20% para a raça mandinga, incluindo uma pequena porção para os Oincas ; 10% para uma mistura de diversas outras tribos como manjacos, mancanhos, papéis e, salientando-se ainda mais, os fulas.
    Observe-se em largos traços gerais alguns dos factores etnográficos principais
    nas tribos com que mais se pode contactar nesta área: Balanta como maioria, Mandinga de que são formadas quase exclusivamente as forças de Milícia, Fula que predomina esmagadoramente na constituição da Companhia de Polícia Administrativa.

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    a. Balanta
    De altura média, o balanta é dotado normalmente de boa constituição física, cor de pele negra embora surjam casos de pigmentação menos acentuada sem ser fruto de cruzamento de raça, com formação da cabeça tendente para o arredondamento, olhos castanhos-escuros, penteados típicos de cabelos compridos, principalmente na juventude em que chega a juntar cabelo estranho para alongar os cordões.
    A sua alimentação baseia-se no arroz, em cuja cultura são hábeis mestres. Usam ainda carne, peixe e caça quer frescos quer secos, e, como excitantes, a malagueta e o tabaco. Como louça, empregam as panelas fabricadas de barro e os cabaços.
    Pobres em vestuário, até à idade de casamento costumam andar nus com uma única banda presa na cintura por um cordão. O homem pratica a circuncisão quando atinge os vinte anos, recolhendo ao mato onde ninguém mais pode entrar, donde sai só após a cicatrização completa.
    Polígamo, o interessado contrata o casamento com o pai da noiva, que é levada para casa dos parentes do seu futuro marido desde muito nova. Admite o divórcio em diversas circunstâncias. Pratica o infanticídio quando se verifica o nascimento de gémeos. Os filhos pertencem sempre ao pai. As filhas são excluídas de herança.
    Criador do gado, o balanta é exímio roubador de vacas, acto que pratica com muita frequência, não tendo a noção de falta. A morte é celebrada com o choro , no qual abate uma quantidade de gado proporcional à importância e à riqueza do defunto.
    Na medicina utiliza poucos remédios, sendo bons operadores. Não praticam cerimónias religiosas. Baixo nível cultural. Distingue-se dentre várias castas o ' balanta-mané já islamizado e como tal com usos e cerimónias advindas de tal religião.

    b. Mandinga
    Regra geral de boa constituição física, a raça mandinga sofre influência de cruzamentos rácicos, verificados sobretudo na cor preta da pele mais ou menos acentuada. Essencialmente de índole guerreira, o mandinga não descura contudo o trabalho. Este está dividido, de acordo com os seus costumes, pertencendo particularmente ao homem a limpeza dos terrenos, à mulher a cultura do arroz, e às crianças o pastoreio do gado.
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    A educação literário-religiosa das crianças é ministrada por professores normalmente habilitados em escolas estrangeiras e que, mercê da sua ilustração jurídico-religiosa, se tornam mais ou menos dirigentes políticos da tabanca. Na parte moral condena o homicídio, furto ou roubo, como crimes impróprios do homem.
    A circuncisão, de fundo religioso-supersticioso, é sempre acompanhada do período de iniciação. Praticada por rapazes e raparigas na idade dos 7-13 anos, além da operação, as crianças aprendem os vários aspectos da vida, e no período de 90 dias em que passam isolados no mato, sentem e tentam vencer a emoção do medo, ao mesmo tempo que aprendem os princípios duma profissão conforme a sua tendência.
    Sob o regime polígamo, o pretendente, além dos presentes exigidos pelo pai da noiva, assume imediatamente certas obrigações para com a família da mesma. Admite o infanticídio na hipótese da criança nascer defeituosa.
    O falecimento de um mandinga é anunciado por gritos no intervalo dos choros. Possuem cemitério próprio a nascente da tabanca num local que se não distingue do mato em geral, sem vegetação mas nunca limpo. Protegem a sepultura com uma paliçada de pau contra a escavação de animais ferozes.
    Na maioria islamizado, o mandinga é essencialmente religioso, culto e arreigado aos seus costumes, não sendo contudo refractário à civilização,
    Das várias espécies merece especial referência os Oincas , assim denominados pelo nome da região que ocupam - o 0I0.
    c. Fula
    De perfil correcto, feições regulares, pele clara, estatura elevada, camisa ampla e barrete vermelho na cabeça, o fula recorda a influência muçulmana nos seus usos e costumes e o carácter de migração que os trouxe até à Guiné Portuguesa.
    Na sua alimentação, o arroz, o milho e outros produtos são condimentados com manteiga e malagueta. Como muçulmanos, abstêm ? se de carne de porco e bebidas alcoólicas. Homem, mulheres e crianças comem separados.
    As festas mais importantes são as da circuncisão. Semelhante à dos outros povos, apresenta a particularidade de ser praticada por rapazes e raparigas na idade dos 8 anos e de terem o período de iniciação antes da cerimónia.
    A justiça era praticada pelos régulos. A sentença consistia normalmente em indemnização paga com gado ou, no caso de adultério e rapto, em açoites.
    Também polígamo, o casamento quase não difere do das outras raças. A noiva resigna-se à escolha dos pais, não interessando a diferença de idades. As raparigas usam símbolos de beleza para seduzir; os rapazes procuram o namoro para
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    cativar a atenção das mesmas. A gravidez em solteira poucas vezes acarreta responsabilidades. Acabado o contrato, o noivo passa a trabalhar para o futuro sogro. A impossibilidade de união entre castas diferentes está praticamente abolida. O adultério não produz reacções violentas. Existem várias razões para justificar o divórcio, sempre que solicitado pela mulher. As crianças são educadas em aldeias mandingas, quando na sua povoação não haja escolas maometanas.
    Em caso de óbito, o defunto é sepultado com a cabeça para o nascente e coberto primeiro com ramos de folhas para a terra solta não cair sobre o corpo.
    O pastoreio de gado pertence às crianças, a olaria e tinturaria às mulheres, enquanto que os homens fazem os instrumentos de lavoura e de guerra.
    Dotado de grande capacidade para o comércio, o fula tornou-se no entanto um guerreiro em luta com as outras tribos nas regiões onde se pretendiam instalar.
    Religioso maometano de mistura com superstições e práticas fetichistas .
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    C) OIO
    Durante bastantes meses, esteve esta região integrada no Sector da nossa Companhia, e ali deambulámos inúmeras vezes em busca dum inimigo que lá se acoitava a seu belo prazer, aproveitando-se dos privilégios que a zona lhe conferia.

    Falar do OIO, causa a qualquer combatente ou figurante desta Guerra, uma sensação de respeito e ansiedade que não se pode ocultar facilmente. A sua natureza enigmática, aureolada de perigos constantes, uns reais, outros fictícios, confere àquela área um certo misticismo que as NT jamais deixaram de aceitar.

    Foi e ainda é, considerada como ponto forte do IN no Norte da Província, como um baluarte inexpugnável e invencível, região recheada de imprevistos, de perigos ocultos, de pontos inacessíveis, criando-se assim à sua volta uma tremenda lenda, que vem sendo difícil desfazer.

    O seu terreno apresenta-se deveras complicado e de muito difícil acesso, para as NT, pois na sua grande maioria, encontra-se revestido de densíssimas matas, que embora formadas por árvores e arbustos de pequeno porte, constitui um emaranhado de tal modo confuso, que a progressão do nosso pessoal só se torna possível à custa de inúmeros sacrifícios. Alturas houve, em que para poderem progredir algumas escassas centenas de metros, outras tantas horas se consumiram, ocasionando este facto um desgaste enorme das tropas em marcha para além dos problemas de ordem psicológica daí resultantes relacionados com a morosidade da progressão, com o imprevisto, o isolamento e o vazio que a mata assim nos oferece.

    O IN, conhecedor de todas estas dificuldades ali se instala a coberto das matas fechadas, por onde correm unicamente um ou dois caminhos do seu conhecimento que permitem uma aproximação fácil das suas instalações.

    Para além da Base central, que sempre ali possuiu e que é considerada como o ponto de apoio e irradiação não só dos reabastecimentos, como de todas as directivas, para toda a Zona, cercou-a o IN de outras de menor importância, denominadas de Bases satélites e que para além de outras missões, lhes permite a detecção oportuna de qualquer movimento apeado das NT. Umas de maior importância, outras de menor relevo, todas elas têm o seu papel a desempenhar na defesa e protecção da Base Central, a qual, nem por isso deixa de dispor dos seus próprios meios para se defender dum ataque frontal da parte da tropa. Jamais, por circunstâncias de ordem vária, houve possibilidades de experimentar o poder de reacção e manobra do IN num ataque directo à sua Base Central, embora pelo menos uma vez ele tenha estado iminente, mas crê-se com absoluta sinceridade, que o poder de fogo que ele lá tem concentrado, seria de molde a causar às NT graves distúrbios e a dificultar-lhes no máximo o acesso à sua imbatível Base. Os seus chefes, para além doutros predicados, eram rigorosamente escolhidos nas suas fileiras, de entre aqueles que mais se haviam evidenciado em combates, não só como combatentes, mas como chefes também.

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    Todas estas descrições, só muito superficialmente, podem elucidar um observador desprevenido, da autenticidade de tudo quanto se tem dito e escrito sobre o OIO e nomeadamente sobre o seu ponto vital o MORéS.

    Mas a Companhia, que por quatro vezes teve elementos seus actuando na Zona, está perfeitamente integrada na natureza e nas dificuldades que rodeiam aquele ponto, mas nem por isso, vez alguma, deixou de partir para lá plena de confiança e determinação nunca subestimando o valor do IN, mas também nunca se deixando inferiorizar perante ele, acreditando assim numa vitória total, logo que o contacto se processasse em campo aberto, e dum modo decisivo. Será desnecessário descrever a angústia que de todos se apoderava quando os planeamentos operacionais, nos apontavam o Morés, mas essa mesma angústia sempre foi dominada e controlada com aquela serenidade e paz de espírito de quem se sabe mais forte e senhor da razão, e hoje talvez seja de lamentar que jamais tenha havido uma oportunidade clara e convincente para que se pudessem medir forças. Não, o IN jamais assim o quis, e por várias vezes nos teve à sua mercê, bastante próximos sim, dos seus esconderijos. Mas talves, também ele nos receasse e temesse um contacto formal.

    O certo é que, o OIO, foi sempre para nós motivo de iniludíveis apreensões, quer pela natureza difícil do terreno, quer pela mentalização e valor do adversário que o povoava, quer ainda pelo grande afastamento a que se encontrava de qualquer dos nossos quartéis. Mas, jamais em tempo algum, qualquer destes motivos cerceou as nossas vontades, dominou os nossos espíritos ou deminuíu os nossos desejos de avançar e vencer! Antes pelo contrário, sempre desejámos desvendar todos os seus mistérios, sempre pretendemos um confronto de forças, mas nunca quis o Destino que estes nossos desejos fossem atendidos, permanecendo deste modo o OIO, como um local inatingido e insondável, mais por culpa do IN, que por demérito das NT. Presentemente, e olhando tudo com uma visão retrospectiva segura e imparcial, podemos emitir a opinião sincera de que, apesar da imensa propaganda IN, apesar de todo o respeito que tal região sempre nos infundiu, o OIO vive essencialmente do mito criado à sua volta, e que inadvertidamente se tem propagado através dos tempos e através, dos espíritos de todos quantos lutam pela defesa desta parcela portuguesa!

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    2.3 - O P E R A Ç Õ E S

    É esta sem dúvida a parte mais importante da vida operacional da Companhia. Foram estas as acções mais duras e mais penosas, mas também as que renderam melhores resultados e que, a par dos momentos de perigo e de tristeza, deixaram na memória recordações de momentos inesquecíveis quer pela felicidade com que nos presentearam, quer pela audácia e determinação que levaram as nossas forças a seguir e alcançar a vitória almejada. Nem só o valor, nem só o destino garantiram a nossa vitória, mas um conjunto de factores que, dia a dia, passo a passo, foram aumentando o ânimo e a vontade de vencer ao mesmo tempo que aprofundava o sentimento de temeridade e receio. Não vale a pena aqui mencioná-los.

    Além disso é no capítulo das operações que se reflecte o valor de qualquer Companhia e os ideais de que está possuída. é na persistência com que se procuram vencer as adversidades, na realização integral das missões a cumprir, na sinceridade com que se relatam os acontecimentos e se apontam os sucessos e os fracassos. Aí se revela o verdadeiro valor à volta do qual gira toda e qualquer outra actividade. As operações são o espelho nítido de toda a vida dum conjunto de forças que não só cumpre como vive uma comissão no Ultramar.

    Não será lisonjear se quisermos vincar o sentimento de sinceridade e honestidade com que esta Companhia encarou sempre qualquer acção. Dia após dia, operação após operação, este sentimento foi-se revelando como característica de todos os elementos que a formam. Nunca foi escondido um fracasso, nunca foi apresentado um argumento de desculpa, nunca foi acrescentado um facto que não fosse verificado no local. Fica-nos a certeza de que a verdade permanece em cada palavra registada.

    Foram realizadas nada menos de 49 operações. Umas, como a ELEFANTE I, a BAMBúRRIO e a FURACãO, hão-de recordar para sempre no espírito de todos os que a realizaram o espectro da distância, do esforço despendido e do esgotamento das energias que lhes permitiam continuar a progressão. Ouras, como a mesma ELEFANTE I , a BOATO e a BATE-QUE-BATE , reviverão a glória duns resultados dignos de menção pela, digamos, vingança dos desaires sofridos. Mas quantas e quantas outras, cujo nome não figurará destacado, que deixaram qualquer vestígio bem vincado nos espíritos e que nem o tempo conseguirá apagar. Seria injustiça querer salientar alguma delas. Temos a certeza de que uma simples leitura dos textos que aqui ficam será o suficiente para as recordar em pormenor.

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    1. Operação FADA
    LIBARI, 31MAR66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo à região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a três GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã seguindo o itinerário previsto até ao objectivo onde chegaram indetectadas. Foram destruídas algumas casas e recolhidos para Bissorã 4 homens, 8 mulheres e 13 crianças. Segundo informações colhidas no local, o chefe de tabanca bandido abandonou aquela há pelo menos um mês. Não havia quaisquer vestígios recentes de permanência de bandidos na região. As NT foram bem recebidas e o pessoal nativo acolheu com agrado a vinda para Bissorã. No regresso as NT foram emboscadas na estrada de Barro (15351215 I4) com Pist, PM Thompson, LGFog e Mort 6O, fazendo algumas rajadas e sendo referenciadas 1 granada de Mort 6O e 3 de LGFog. Da reacção das NT resultou 1 morto confirmado ao IN, que não prolongou a emboscada. Admite-se a possibilidade deste grupo IN pertencer a Budo. Um GrComb montou emboscada na estrada de Barro (15351215 H4), sem qualquer contacto, sendo recolhido no regresso. As nossas forças foram recolhidas em viaturas na ponte do rio Blassar, tendo chegado a Bissorã pelas 11h00 sem mais incidentes.


    2. Operação FILIGRANA
    BANCOLENE, 15ABR66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO

    As NT saíram de Bissorã pelas 23hO0 seguindo o itinerário previsto até próximo do objectivo. A acção foi frustada em virtude de os guias não conduzirem ao local da base, mas sim a uma mata (153O;1215 G7) a Sul da presumível localização da mesma. Deste modo foi feita uma batida à mesma mata, durante a qual se sofreu uma flagelação com três tiros de espingarda. Na continuação foi encontrada e destruída uma escola IN com vestígios de ser recentemente utilizada. Capturaram-se ainda dois petardos de trotil. O regresso foi efectuado sem mais incidentes tendi chegado a Bissorã em viaturas pelas O8hOO.


    Pág. 33 do Historial

    3. Operação FRANCO
    BUDO, 29ABR66

    MISSÃO
    Golpe de mão à tabanca onde se presumia viverem elementos IN e batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 2º GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 22h00 seguindo pela estrada de Barro até passar a ponte do rio Blassar, chegando indetectadas até às imediações do objectivo. Atingidas as tabancas, que foram encontradas desabitadas, não se encontraram vestígios de permanência IN. Destruiu-se um grupo de cinco casas recém-construídas e desabitadas há pouco tempo. Recuperado em quantidade o gado, regressou-se sem qualquer incidente, sendo recolhidos na ponte do rio Blassar por viaturas chegando a Bissorã pelas 09h00.

    4. Operação FILETE
    INQUIDA, O2MAI66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo nas tabancas e região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (2º e 3º GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACçãO
    As NT saem de Bissorã a coberto da noite, atingindo a região das tabancas pelas 04h30. Enquanto se cercava a mesma, fugiu um elemento armado de PM sendo aprisionado um outro que o acompanhava. Foram recuperados vinte e nove elementos da população que viviam na clandestinidade e que voluntariamente quiseram vir para Bissorã, e recuperadas ainda cerca de 50 cabeças de gado bovino. Não houve qualquer reacção da população à chegada das NT. Queimadas as tabancas, efectuou-se o regresso, sem qualquer incidente, sendo recolhidos em viaturas no pontão de Damé-Sor.


    5. Operação ESMERALDA
    IRACUNDA, O7MAI66

    MISSÃO
    Executar um golpe de mão à referida base, competindo a esta Companhia a montagem de uma rede emboscadas na zona.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 3º GrComb) e duas secções de Milícia;
    - Actuou ainda a CCAç 1419;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 21h00 seguindo o itinerário indicado no transparente da ordem de operações. Durante o movimento de aproximação as NT não foram detectadas, tendo chegado à zona das emboscadas, Iarom (152O121O B8), pelas O4h00. Montaram-se duas emboscadas num cruzamento ali existente. Abateram-se 2 elementos IN, capturou-se 1 Espingarda Mauser e fez-se um prisioneiro; foi ainda vista à distância 1 IN armado de PM que conseguiu fugir. As emboscadas foram levantadas pelas O8h3O seguindo-se no regresso pela estrada de Mansabá. As NT foram recolhidas em viaturas chegando ao quartel pelas 12h00 sem mais incidentes.


    Pág. 34 do Historial

    6. Operação RELâMPAGO II
    QUERÉ, 13MAI66

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Actuou ainda forças da CART 1486 e do BCAV 79O
    - Apoio Aéreo..
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saiu a Companhia de Bissorã pelas 22h00, seguindo o itinerário de Quenhaque-Embunhe-Uenquen-Queré, onde chegou indetectada pelas O4h3O. Junto à bolanha dividiu-se a força em 2 grupos, um dos quais progrediu para W, batendo aquele lado da bolanha, e o outro seguindo mais para S, em direcção à orla da bolanha de Camã. Era neste grupo que seguia integrado o Comandante das forças. O primeiro grupo bateu toda a zona prevista, sem contacto com o IN, tendo unicamente accionado o engenho explosivo A/P, o qual ao deflagrar causou ferimentos ligeiros num Milícia. O outro destacamento progrediu, em dispositivo de batida, até à orla da bolanha prevista, sem qualquer contacto com o IN, e aí, depois de ter incendiado um grupo de tabancas que se encontrava desabitado, iniciou o movimento de retorno para NE, ainda em dispositivo de batida, e na direcção do outro destacamento. Quando as NT seguia neste movimento, foram fortemente emboscadas pelo IN com nutrido fogo de PM, ML, LGFog e Mort 60. O IN dispunha as suas forças em semicírculo e dentro em breve cercava o nosso destacamento. O fogo era disparado de muito perto, ouvindo-se claramente as exclamações de incitamento do IN, algumas delas em português correcto. Em face desta situação e enquanto se reagia por fogo, foi ordenado que alguns elementos da NT retirassem mesmo debaixo de fogo e tentassem envolver o IN por E, numa tentativa para o descontrolar e pôr em fuga. Assim sucedeu. Um reduzido grupo nosso conseguiu furtar-se à vigilância IN, retirando à custa do próprio fogo e debaixo do fogo IN, foi ocupando posições envolventes e daí começou as flagelações que dentro em breve puseram o IN em fuga. O contacto durou cerca de 3o minutos e só por circunstâncias inexplicáveis, não tiveram as NT quaisquer baixas. O recontro com o IN processou-se em MANSOA 2 D4/21. Depois de completamente dominada a situação, continuou-se a batida até se encontrar o outro destacamento, e assim juntos iniciaram nova batida ao local de contacto, furtando-se agora o IN ao encontro com as NT. Sem mais qualquer incidente digno de registo, retiraram as NT pelo mesmo itinerário de ida, atingiram a estrada de Mansoa, onde foram recolhidas em viaturas atingindo Bissorã pelas 11h00.


    Pág. 35/36 do Historial

    7. Operação FURÃO II
    QUERÉ, 21MAI66

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Actuou ainda forças da CART 1486 e do BCAV 790;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 22h30 seguindo o itinerário Quenhaque-Uenquen-Queré onde chegaram pelas 05h00 indetectadas. Ao chegar-se junto das primeiras moranças (15301205 D3) e quando se procedia à divisão das forças em dois grupos, foi toda a Companhia fortemente emboscada por violento tiroteio de Pist, PM e LGFog. O grupo IN que emboscou a força estava disposto em círculo nas moranças circunvizinhas e colocado sobre as árvores. O local não possuía quaisquer acidentes de terreno que pudessem servir de abrigo às NT, pelo que as mesmas foram obrigadas a abrigar-se por detrás das árvores, protecção essa que se revelava ineficaz, uma vez que o tiroteio IN emanava de todas as direcções, a maioria partindo de muito próximo (50 a 100 metros) do local onde as NT se encontravam fixadas. O IN mostrou-se animado de grande agressividade, comprovada pela grande aproximação a que se colocou das NT. Esta situação manteve-se aproximadamente durante uma hora, sem que houvesse neste período de tempo possibilidades de controlar devidamente a acção do nosso pessoal, que se mostrava, em face do violento tiroteio, da inexistência de abrigos próprios e ainda de feridos graves que surgiram, desorientado e disperso. Como esta situação não se pudesse manter por mais tempo, foi ordenado que se fizesse sobre a morança onde se encontrava o LGFog e donde provinha a maior intensidade fogo, um cerco pelas NT e uma concentração de fogo de armas automáticas e de armas pesadas. Para isso, o grupo que fez o cerco teve que aproximar-se bastante, só assim conseguindo, ajudado pelo fogo de Mort e LGFog, desalojar o IN e pô-lo rapidamente em fuga. Deste modo, os restantes elementos IN puseram-se também em fuga debaixo do nosso fogo. Ficando esta zona libertada do IN, aguardou-se a chegada do PCV a fim de se pedir a evacuação dos feridos. Após este pedido e até que a mesma se efectuasse correu uma hora e quinze minutos. Aquando da segunda evacuação, aproveitou-se o helicóptero para fazer o remuniciamento de todas as armas em virtude do prolongado tiroteio que se manteve. Efectuado o mesmo, iniciou-se o movimento de retirada, que decorreu sem qualquer outro incidente, sendo as NT recolhidas em viaturas na estrada de Mansoa e chegando a Bissorã pelas 12h00.
    RESULTADOS
    - Foram feitos 10 mortos confirmados ao IN, entre os quais se conta um natural de São Tomé, José Ramos, responsável pela base de BANCOLENE, o qual foi trazido para Bissorã.
    - Foram capturados alguns carregadores, munições diversas e documentos.
    - As NT sofreram dois mortos, um ferido grave e um ligeiro.


    Pág. 37 do Historial

    8. Operação ESTEPE
    MORÉS, 03JUN66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base central.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 3º GrComb), CCAç 1419 e um Pelotão de Milícia;
    - Actuou ainda a CCAç 816 e forças da CCAç 1420 e CCAç 1421;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do Olossato pelas 20h00, seguindo o itinerário Maca-Canfanda-Cudana, onde se chegou cerca das 03h00. Depois de breve descanso prosseguiu-se o itinerário entrando na mata do Morés pelas 06h00 ainda indetectados. Quando se seguia com grandes dificuldades dentro da mata, em virtude da densa vegetação, foram ouvidos tiros e rebentamentos na direcção de Mansabá, resultantes do contacto com as forças que actuaram nessa região. Pouco tempo depois, cerca das 08h00, ouviram-se rajadas de MP e PM junto das NT, altura em que, aproveitando a confusão, o guia principal desapareceu. Não houve reacção das NT pelo fogo. Desconhecendo-se então a localização da base e estando o IN alertado, iniciou-se o movimento de regresso, seguindo por Canfanda, sem qualquer contacto. A região onde o guia fugiu é assinalada em BINTA 7 I/2. Olossato foi atingido cerca das 12h00.


    9. Operação FLORIM II
    JAGALI, 06JUN66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (2º e 3º GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento pelas 22h00, seguindo o itinerário Ganjogude-Cussodome-Jagali, onde se chega indetectadas pelas 03h00. Depois de um breve descanso, montou-se o dispositivo e efectuou-se um golpe de mão às tabancas pelas 05h00. Verificou-se então a inexistência de pessoal IN ou população nas tabancas, que foram totalmente destruídas. Recolheram-se algumas dezenas de cabeças de gado. No regresso as NT foram emboscadas (15301220 F2) durante cerca de 15 minutos sem consequências. A reacção pôs o IN em fuga. Na continuação do regresso as NT sofreram nova flagelação com PM (15301215 H6), junto do local onde foram recolhidas em viaturas. Atingiu-se Bissorã cerca das 10h00 sem mais incidentes.


    Pág. 38 do Historial

    10. Operação ESTIRPE
    CAMBAJO, 15JUN66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 22h00 seguindo o itinerário previsto até à zona do objectivo (15201210 AB6) onde chegaram cerca das 04h30 indetectadas. Foi feito então o cerco a uma tabanca com cerca de 50 casas, no centro das quais se encontrava uma pequena arrecadação com 3 Pist, 1 longa e documentos diversos, tendo sido tudo capturado, apesar da resistência que as NT tiveram de vencer. Foram destruídas todas as casas assim como cerca de 25o Kg de arroz. No prosseguimento da acção e com as forças divididas em dois grupos, foram ambos detectados e emboscados com PM e LGFog durante o itinerário de regresso e cerca de uma hora. Entretanto novos núcleos de tabancas foram destruídos. Recuperaram-se 2 homens, 5 mulheres e 5 crianças. As NT foram recolhidas em viaturas na estrada de Mansabá e atingiram Bissorã pelas 10h00.


    11. Operação FUNIL
    TILIGI, 27JUN66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na península de Tiligi.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Oliveira);
    - Companhia (1º e 3º GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 23h00 seguindo o itinerário Indendem-Cossiba-Dambere. Nesta localidade a população encontrava-se fora das tabancas e dispersa pelas matas, com excepção de dois homens que regressaram a Bissorã. Foram destruídas cerca de 25 moranças, onde se encontraram 2 longas e 1 granada de mão, além de documentos diversos, tendo sido tudo capturado. Continuada a progressão, dirigiram-se as NT para Cossicunto, onde foram destruídas mais 5 moranças e recolhidas 4 mulheres e 2 crianças. Atingiu-se em seguida Cunte, onde foram destruídas mais 4 moranças. à ordem do PCV, dirigiram-se as NT para Budo e uma região próxima (15351215 E4), tendo destruído mais 4 moranças em cada local. Já no regresso e quando se atravessava a bolanha em direcção à estrada de Barro (15351215 H3), o IN desencadeou forte emboscada com PM, LRock e Mort 60, causando 1 ferido ligeiro às NT (Milícia). Depois de se ter posto termo a esta emboscada, atingiu-se a estrada em direcção à ponte do rio Blassar. Na passagem por Iongotó, Cossiba, Nafula, Quigim e Sambé, verificou-se não haver vestígio de presença da população e estar tudo destruído. Recolhidas em viaturas, as NT atingiram Bissorã pelas 10h00 sem qualquer outro incidente.


    Pág. 39 do Historial

    12. Operação ESMERIL
    PASSE, 12JUL66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Oliveira);
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    A saída do aquartelamento efectuou-se pelas 23h00, seguindo numa progressão indetectada até ao objectivo. Verificou-se aí tratar-se de uma zona pacificada, cuja população mostrou regozijo pela presença da tropa. Não foram encontrados quaisquer vestígios de presença IN na busca minuciosa que se efectuou em toda a zona e nas próprias moranças. Tendo-se perguntado se se queriam transferir para Bissorã, alegaram o adiantamento das culturas e sementeiras efectuadas, conforme se constatou, preferindo ficar no local. Deste modo e para tratar de assuntos particulares, alguns elementos acompanharam as NT no regresso, o qual foi feito sem incidentes. Recolhidas em viaturas em Damé-Sor, chegaram a Bissorã cerca das 08h00.


    Pág. 40 do Historial

    13. Operação ESPERANÇA
    DATE, 24JUL66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Oliveira) e o Comdt. da CART 1486;;
    - Companhia (a 3 GrComb), OS FACAS da CCAç 1419 e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento de Mansoa, dando continuidade à acção iniciada pela CCAç 1560, dirigindo-se para a área do objectivo pelas matas de Sogume-Date, cerca das 03h00. Motivado por doença súbita e à ordem do maior , quando ainda se encontravam sensivelmente a meio do percurso, as NT iniciaram o movimento de regresso, tendo chegado ao aquartelamento pelas 06h00 sem qualquer outro incidente.


    14. Operação ELEFANTE I
    DATE, 02AGO66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo e batida na mata.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb), OS FACAS da CCAç 1419 e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento de Mansoa, cerca da 01h00, tendo chegado junto à tabanca de Date pelas 06h00 sem serem detectadas. Aí aguardaram a chegada do PCV a fim de iniciar a destruição da mesma. Pelas 07h00 iniciou-se a destruição da referida tabanca que foi encontrada abandonada e parcialmente destruída, não tendo aí havido qualquer contacto com o IN. Progredindo depois para N, entrou-se na mata para se proceder à batida da mesma. Um pouco à frente (15201155 A8) verificou-se o primeiro contacto com o IN através de violenta emboscada com PM, ML e LGFog a muito curta distância. Em virtude das guardas de flanco, o IN viu-se cercado pelas NT e fugiu desordenadamente, tendo na fuga sido abatidos 6 elementos e ferido com gravidade um outro de cor branca que se encontrava acompanhado de uma mulher da mesma cor e que, ao ser ferido, consegui pôr-se em fuga amparado pela mesma. Entretanto as NT sofreram 3 feridos (1 Milícia). Como se tornava necessário evacuar os feridos e o único local que oferecia segurança era um descampado junto à tabanca de Date, voltou-se para S onde se efectuaram as referidas evacuações. Seguiu-se então para a tabanca de Bindoro. Quando a testa de coluna ali chegava ouviram-se três tiros de Pistola a W da tabanca. Contactou-se com o chefe da mesma, não tendo a população fugido à aproximação das NT. Abandonara-se a tabanca e preparava-se o regresso por N, quando a uns 200 metros se deparou forte contacto com o IN, que emboscou com PM, LGFog e LRock durante uns quinze minutos. Da reacção o IN veio a sofrer baixas prováveis, além de 3 mortos confirmados, enquanto que as NT sofreram 1 ferido (CCAç 1419). Evacuado este e f eito o remunuciamento das forças, continuou-se o movimento de regresso para N, tendo sido avistado um grupo de elementos IN num número aproximado de 20, o qual aguardava na mata a passagem das NT. Pediu-se então o apoio dos bombardeiros para tentar desalojá-los daquela posição. Após a acção dos T6 e quando se continuava o regresso, foram vistos ainda alguns elementos IN que, da mata, acompanhavam o nosso movimento. Tendo seguido pela bolanha, cerca de 500 metros antes de atingir a estrada, foram de novo as NT emboscadas com violento tiroteio de PM, vindo da orla da mata que se estende junto à estrada. Esta emboscada prolongou-se por mais de um quilómetro ao longo da estrada alcatroada. Da reacção, o IN voltou a sofrer mais duas baixas confirmadas, não tendo tido desta vez as NT qualquer baixa. Finalmente, junto ao cruzamento de Encheia, foi a Companhia recolhida em viaturas, chegando ao quartel cerca das 17h00.
    RESULTADOS
    - Foram causados ao IN 11 mortos confirmados.
    - Foram capturadas 2 PM (PPSH e M/25), 6 carregadores de PM, 2 cunhetes metálicos com 22 carregadores de ML, munições diversas.
    - As NT sofreram 4 feridos (1 da CCAç 1419 e 1 Milícia).


    Pág. 41 do Historial

    15. Operação ELEFANTE III
    DATE, 08AGO66

    MISSÃO
    Golpe de mão ao acampamento IN.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 2º GrComb), OS FACAS da CCAç 1419 e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento de Mansoa, pela 01h00, dirigindo-se ao interior da mata, onde se presumia a localização do acampamento IN. Chegados à zona do objectivo ao alvorecer, e, em virtude de os guias negarem em absoluto conhecer o referido acampamento, aguardou-se a chegada do PCV a quem se comunicou o facto. à ordem deste e realizando uma batida ne mesma mata, iniciou-se o movimento de regresso. Atingida a estrada junto da tabanca do Jugudul, foram as NT recolhidas em viaturas chegando a Mansoa cerca das 10h00 sem qualquer incidente.


    Pág. 42 do Historial

    16. Operação ELEFANTE IV
    BARÁ, 13AGO66

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb), OS FACAS da CCAç 1419, OS CAVEIRAS da CCAç 1421 e um Pelotão de Milícia;
    - Actuaram ainda forças da CCAç 816;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel de Mansoa pelas 00h00 e, ao atingirem a tabanca de Jugudul, verificaram que pouco antes alguns elementos IN ali tinham estado raptando elementos da população, os quais levaram consigo. Na incerteza de o IN ter ou não ali deixado sentinelas nos caminhos de acesso à tabanca, as NT, no prosseguimento da sua missão logo ali tomaram caminho a corta mato em direcção a Quibir. Neste movimento foram ouvidas duas rajadas de PM na direcção W, não sendo provável que fossem sintoma de detecção. Em virtude da escuridão da noite e da densidade da mata, tiveram os guias grandes dificuldades na orientação, pelo que só foi possível chegar-se a Quibir cerca das o8h00. Como as populações tivessem fugido, no cumprimento da missão, foram as tabancas completamente destruídas. No prosseguimento da acção, progrediu-se então para S em direcção a Bará. Pouco de pois (15201155 C5) foram as NT detidas por violento contacto IN com PM, ML, LGFog e Mort 60, resultando dessa acção um ferido grave às NT e baixas prováveis ao IN. Reagindo prontamente, as NT puseram o IN em debandada, abandonando na fuga 11 granadas de Mort 60 e material diverso. Evacuado o ferido do local do contacto, foi ali deixado emboscado um GrComb, no intuito de proteger um presumível regresso nosso por essa região, seguindo as NT o movimento para S. Foi então pedido o apoio da FA, que fez vários passes sobre as primeiras tabancas de Bará antes de as NT ali terem chegado. Como as mesmas se encontrassem desabitadas, procedeu-se à sua destruição, não se encontrando ali qualquer elemento ou material IN. Montou-se então um dispositivo de emboscadas nocturnas (15201155 C4/D4) tendo 2 GrComb feito durante a noite penetração nas matas para S sem contacto. O GrComb que ficara emboscado atrás regressou integrando-se nas restantes forças. Na madrugada do dia 14 iniciou-se a batida para S, sem qualquer outro contacto com o IN. Foram destruídas entretanto todas as tabancas da área e grande quantidade de arroz nelas existente. Finalmente foram as NT recolhidas em ponta Bará por duas LDM cerca das 08h00 e nelas transportadas até Bissau onde chegaram pelas 11h00. O regresso em viaturas fez-se sem incidentes atingindo Mansoa pelas 12h00.
    RESULTADOS
    - O IN sofreu baixas prováveis abandonando no local um carregador de ML perfurado por tiros das NT.
    - Capturadas 11 granadas de Mort 60, 1 carregador de ML, 1 escovilhão de Mort e documentos diversos.
    - As NT sofreram 1 ferido grave.


    Pág. 43 do Historial

    17. Operação FACHO
    BIAMBE, 22AGO66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 3º GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã atingindo a zona da casa de mato cerca das 05h30 onde aguardou até às 07h00 para desencadear o golpe de mão, evitando assim a ronde IN que era levantada ao amanhecer. Quando iniciava o golpe de mão foi detida (15351205 F9) por violento tiroteio de Pist, PM e ML durante 20 minutos. Passado este período de tempo e na reacção as NT avançaram ao seu encontro obrigando-o a fugir em debandada com baixas prováveis. As NT não sofreram quaisquer baixas. Seguidamente entraram nas casas de mato desabitadas há pouco, apreendendo munições de armas ligeiras e documentos diversos. As mesmas, em número aproximado de 20, foram destruídas. Enquanto se procedia a esta acção, foram as NT flageladas com 8 granadas de Mort 82, retirando imediatamente do interior. A flagelação provinha de SW. No regresso e atingida a estrada de Biambe, as NT detectaram e destruíram no local 2 minas A/C TMD (15301210 B3) a cerca de 500 m uma da outra. Recolhidas em viaturas chegaram a Bissorã pelas 10h30 sem mais incidentes.


    Pág. 44 do Historial

    18. Operação ENGODO
    INDENDEM, 02SET66

    MISSÃO
    Provocar uma perseguição pelo IN e montagem de uma rede de emboscadas.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    2º GrComb), OS FACAS da CCAç 1419, um Pelotão de Milícia e caçadores nativos;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 00h00 seguindo a estrada de Barro e atingiram a zona prevista de emboscadas cerca das 02h00. Foram aí organizadas 3 emboscadas (15301215 A6, B5 e H4). Nessa altura os caçadores nativos seguiram para N, procurando detectar vacas ou qualquer elemento IN ou de população. Não encontrando qualquer vestígio, regressaram incógnitos juntando-se às restantes forças pelas 05h00. Aguardou-se ainda com o dispositivo montado que a sua passagem fosse detectada e o IN viesse em sua perseguição, como era hábito. Não o acontecendo, cerca das 07h00 as NT iniciaram o regresso, sendo recolhidas em viaturas e chegando a Bissorã pelas 08h30 sem qualquer incidente.


    19. Operação ESPINAFRE
    UFELI, 14SET66

    MISSÃO
    Golpe de mão à tabanca.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 3º GrComb) e duas secções de Milícia;
    - Actuou ainda na zona a CCAç 1419;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento cerca das 22h30 atingindo o objectivo indetectadas pelas o4h30. Depois de devidamente cercada, pelas 05h15 desencadeou-se um golpe de mão (15301215 A9), verificando-se então só nela se encontrarem 3 mulheres, que foram recuperadas. A tabanca foi completamente destruída. O regresso pela estrada de Biambe, após se recuperarem mais 2 mulheres e 2 crianças, foi feito sem incidentes. Recolhidos em viaturas atingiu-se Bissorã pelas 07h15.


    Pág. 45 do Historial

    20. Operação FURACãO
    MORÉS, 20SET66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base central.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (1º e 2º GrComb), CCAç 1419, 1 GrComb da CCAç 1421, 1 GrComb da CCAç 1560, 2 pelotões de Milícia;
    - Actuaram ainda a CPáras, 3 destacamentos da BAC e forças de guarnição aos mesmos:
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel de Mansabá, seguindo esta Companhia atrás da Milícia e da CCAç 1419, pelo itinerário Mansodé-Cai-bolanha de Morés. Porque a noite se apresentava demasiado escura, porque o terreno em certos troços era de difícil progressão e ainda porque o guia mostrou uma certa relutância em conduzir as NT à zona de Morés, acabaram as mesmas por errar caminho durante toda a noite, só se vindo definitivamente a encontrar o verdadeiro depois de o guia ser instado e ameaçado, já de madrugada. Com todas estas demoras as NT atingiram Cai pelas 08h00 e a bolanha de Morés pelas 09h00. Foram 13 horas de marcha contínua que muito concorreram para o desgaste físico do pessoal. Ao iniciar-se a travessia da bolanha ouviram-se tiros de PM (15201210 I9), ao que as NT reagiram prontamente, seguindo-se acto contínuo a travessia da bolanha e entrada na mata a coberto do intenso fogo das NT, obrigando o IN que ali se tinha revelado a pôr-se em fuga. Ao atravessar-se a bolanha sofreram as NT 3 feridos (1 grave vindo a falecer no HM241) por parte dos auxiliares nativos. Logo depois foram encontradas e destruídas 12 casas de mato recentemente abandonadas e capturada uma pistola. Então se tomaram todas as providências para a evacuação dos feridos, tendo para tal regressado a Cai 2 GrComb com os mesmos. Continuada a progressão para N, destruíram-se (15001215 H1) mais cerca de 20 casas de mato e abateram-se cerca também de 20 vacas que aí se encontravam. Mais à frente, como não se detectassem mais quaisquer vestígios IN, como o guia não fornecesse quaisquer indicações úteis e como grande parte da mata havia já sido batida, encaminharam-se as NT para S a fim de aguardar a chegada da CPáras. Neste movimento, foram as NT flageladas (15201215 H1) com PM e ML à distância e sem consequências. Chegadas as NT à ponte NE da bolanha, aí aguardaram, sofrendo então nova flagelação à distância com 8 granadas de Mort 82, sem consequências. Haviam-se encontrado vestígios de flagelação de Artilharia sobre a orla da mata durante a nossa aproximação, mas sem qualquer consequência material. Pelas 16h00 chegou ao local a Companhia de Páras. Uma vez que as casas de mato haviam sido totalmente destruídas, resolveu-se procurar não muito longe do local um lugar onde as NT pudessem pernoitar em segurança. Quando se atendeu à escolha do mesmo foi sempre intenção do Comandante dos Páras que a mesma se fizesse fora da mata do Morés visto que por um lado as casas estavam incendiadas e por outro não foram ali encontradas quaisquer organizações IN onde se pudesse pernoitar. Sendo assim acabou por se ir ter ao descampado de Cai, que seria em princípio o local escolhido. Contudo ao chegar foram as NT flageladas a bastante distância e sem consequências. Aliás no contacto rádio havido entre este Comando e o PCV foi precisamente comunicado este facto, acrescido de que se poderia pernoitar no local. Entretanto as NT continuaram a progressão seguindo esta Companhia na cauda da coluna em direcção a uma pequena mata para E. Como a progressão se estendia já e em passo bastante acelerado e como entretanto o PCV tivesse abandonado a região, foi este Comando informar-se junto do Comando da CCAç 1419, que seguia mais próximo de si, sobre o que se passava, e que respondeu ter o Comando dos Páras recebido ordem do PCV para regressar. Sem possibilidades de poder confirmar esta hipótese, seguiu esta Companhia na cauda da coluna e com rumo a Mansabá onde se chegou sem mais incidentes pelas 20h00.


    Pág. 46 do Historial

    21. Operação EMBUSTE
    IAROM, 01OUT66

    MISSÃO
    Golpe de mão sobre uma tabanca e seguidamente sobre a arrecadação.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), CCAç 1419 e um Pelotão de Milícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT de Bissorã pelas 21h15 seguindo sempre pela estrada de Mansabá, atingindo a tabanca de Iarom cerca das 02h30. às 03h30 retomou-se a progressão em direcção à tabanca dos Manjacos responsáveis pela arrecadação nunca tendo o guia demonstrado qualquer dificuldade na escolha do itinerário. Pelas 04h30 chegou-se a um local já bastante próximo da morança, pelo que as NT estacionaram e destacou-se um grupo de elementos da Milícia acompanhados pelo Comandante de CCAç 1419. O golpe de mão processou-se de uma maneira perfeita, tendo-se aprisionado os Manjacos e o armamento que possuíam (3 PM e 7 Pist), sem qualquer ruído suspeito. Não oferecendo qualquer resistência às solicitações das NT, os Manjacos prontamente as conduziram ao local das arrecadações (15201210 D/E 8), bastante próximas da morança. Eram 4: uma servia de Paiol, outra de Arrecadação de Géneros, outra de Fardamento e outra mista. Feita rapidamente a recolha do material aí existente e depois de confirmado não haver qualquer outra arrecadação, as NT abandonaram o local cerca das 06h00. Seguindo de novo até Iarom, fez-se o regresso por Moifará-Beracó-Unfarim, onde foram recolhidas em viaturas. Durante este regresso e quando abandonavam o local, foram as NT flageladas pela retaguarda e sem qualquer consequência com várias rajadas de PM. Entregaram-se ainda dois elementos armados de espingardas, os quais seguiram com as NT no regresso a Bissorã que foi atingida pelas 10h00.
    RESULTADOS
    - Foram capturados 3 elementos IN, recuperados 10 elementos da população e recolhidos 2 elementos armados um dos quais acabou por de pôr em fuga antes de atingir Bissorã, deixando contudo a arma.
    - Foi capturado o seguinte material: 3 MP, 7 Pist, 2 Esp, centenas de peças de camuflado, 20 panos de tenda, roupa diversa, equipamentos desportivos, 20 pares de sandálias, géneros diversos, 15 granadas de Canhão S/R, 1 cunhete e 1 bipé de ML, carregadores de PM, cerca de mil munições diversas, 5 granadas de mão e diversos.


    Pág. 47 do Historial

    22. Operação EMBATE
    IRACUNDA, 09OUT66

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
    - Actuaram ainda na região forças da CART 1486;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 20h45, seguindo pela estrada de Mansabá e atingindo a tabanca de Manaca pelas 03h30. Cerca das 04h30 continuaram a progressão cambando a bolanha de Manaca. Estabeleceu-se contacto rádio com o outro destacamento, após o que se iniciou a batida da mata (15201210 C1), sendo as NT detectadas por duas sentinelas IN armadas de espingarda e em abrigos individuais para atirador deitado. Dando um tiro cada, fugiram na direcção SE, tendo um deles abandonado no abrigo 4 lâminas cheias de cartuchos 7,9. Imediatamente se iniciou uma perseguição mas acabando por lhes perder a pista devido à grande densidade da mata. Nessa altura, e agora de N, foram as NT alvejadas com duas rajadas de PM sem consequências. Como o guia não conhecesse a localização da base e como a densidade da mata não a deixasse perceber facilmente, retiraram as NT cerca das 08h30, seguindo o itinerário Iracunda-Sansabato-Canicó-Unfarim, onde foram recolhidas em viaturas, chegando a Bissorã pelas 11h00 sem mais incidentes.


    Pág. 48 do Historial

    23. Operação ESPIÃO
    MORéS, 24OUT66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base e batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), CART 1486, 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Comandante de Batalhão em PCT;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do Olossato pelas 22h30, seguindo por Fajonquito e atingindo Namenacó cerca das 02h30. Aí se montou a segurança ao PC avançado terrestre, onde ficou o 2º GrComb. Continuada a progressão para o objectivo, as NT atingiram a bolanha que o antecede pelas 04h30. Pouco depois cambou-se a referida bolanha e entrou-se na mata seguindo o caminho assinalado na carta. Quando se estava já próximo houve necessidade de colocar na testa da coluna a Milícia de Bissorã, pois os Caçadores Nativos do Olossato mostraram na altura uma certa relutância em seguir na direcção do objectivo. As NT atingiram então uma clareira que antecedia imediatamente a mata onde estavam localizadas as casas de mato. Essa, com a profundidade aproximada de 200 metros, impedia por completo que as NT se aproximassem indetectadas. Ultrapassada a mesma, com todos os cuidados possíveis e sem qualquer contacto, penetrou-se na mata onde se encontraram umas 40 casas, de construção muito rústica, unicamente de palha. Tinham aspecto de terem sido abandonadas há vários dias, pelo que foram incendiadas. Encontraram-se ainda, embora poucos, abrigos para atirador deitado, também muito rudimentares. Não foram encontrados quaisquer espaldões de AP. A parada de que os guias falavam teria uma superfície de 100 metros quadrados e nela não se notavam quaisquer fortificações ou construções especiais. A localização da mesma assinala-se em (15201215 F2). Por indicação posterior do PCV, seguiu-se para SW, em direcção a uma tabanca mandinga (15201210 D9), a qual foi completamente destruída i incendiada, sendo abatidos dois elementos que ofereceram resistência à penetração das NT. Aí se capturou uma espingarda caçadeira, um cano-corrediça de Pist Parabellum, umas calças camufladas e material diverso de menor importância. O regresso pelo mesmo itinerário foi feito sem incidentes, tendo-se atingido o Olossato pelas 13h00.


    Pág. 49 do Historial

    24. Operação ESPECIAL
    CAMBAJO, 01NOV66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT de Bissorã pelas 22h00 seguindo o itinerário pela estrada de Mansoa e cortando para Quenhaque-Mansabadim-Dando, onde chegaram às 03h00. Aí ficou o 1º GrComb a fim de montar uma emboscada (15251210 G4), precisamente na orla da bolanha do objectivo com o intuito de capturar algum elemento IN que fugisse nessa direcção. As forças restantes seguiram até à mata do objectivo sempre indetectadas. Pelas 05h00 fez-se a aproximação ainda com mais cuidado numa mata extraordinariamente densa. Atingiu-se assim a primeira casa sem que tenha havido qualquer contacto, encontrando-se a mesma com aspecto de abandonada. Penetrou-se ainda mais e quando já se estava no fim das mesmas, ouviram-se três tiros de espingarda logo seguidos do fogo das NT. Uma primeira rajada de G3 foi disparado por um elemento IN, certamente colhido de surpresa, e que com a mesma foi atingir mortalmente um Milícia e ferir gravemente outro. Contudo, o mesmo elemento encontrava-se também ferido gravemente numa perna. Interrogado ainda com vida, entregou a sua G3, 2 PM e 1 espingarda SIMONOV, além de material e munições diversas. Foi então destruído e incendiado o acampamento (15251210 I5). Abandonou-se então a zona, ficando ali morto o referido elemento IN por não resistir aos ferimentos. Efectuadas as evacuações, continuaram as NT a progressão, dirigindo-se a Dando, destruindo no caminho algumas dezenas de tabancas de população que as havia abandonado ao sentir a aproximação das forças. Durante o mesmo regresso foram as NT emboscadas (15251210 E6) com PM e uma granada de LGFog sem consequências. Seguindo por Baracó-Unfarim foram as NT recolhidas em viaturas. O 1º GrComb teve contacto no local da sua emboscada, causando ao IN baixas prováveis, e regressou ao local de recolha nas viaturas sem mais incidentes. Bissorã foi atingida pelas 10h30.


    Pág. 50 do Historial

    25. Operação BIABA
    CATE, 12NOV66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Comandos, 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento às 23h00 seguindo pela estrada de Biambe até próximo do objectivo. No itinerário o pelotão de Polícia montou uma emboscada (15301205 B9), protegendo o regresso das forças. Já próximo do objectivo, o guia afirma não conhecer a localização exacta do mesmo. Feito então um golpe de mão a uma tabanca (15301205 C8), capturaram-se 2 elementos, um dos quais conduziu sem dificuldade as NT à casa de mato. Chegados aí e desencadeando imediatamente o golpe de mão, o IN reage a princípio com PM mas pôs-se rapidamente em debandada. Foram queimadas 7 barracas (15301205 C7), não se encontrando qualquer material. No regresso queimaram-se ainda tabancas (15301205 B8/9) com indícios de presença IN e recolheu-se o Pelotão de Polícia, que não teve contacto. Atingidas as viaturas as NT chegaram a Bissorã pelas 08h30 sem mais incidentes. Esteve previsto o PCV mas as condições atmosféricas não permitiram a sua actuação.


    Pág. 51 do Historial

    26. Operação BIANGA
    QUERé, 18NOV66

    MISSÃO
    Golpe de mão para captura de dois elementos suspeitos.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - 2º GrComb, 2 secções de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel pelas 21h30 atingindo as tabancas de Quenhaque (Mansoa 2 H/4) ao alvorecer. Devido a um choro aí efectuado, alguns elementos da população detectaram a aproximação das NT e fugiram. Os restantes elementos permaneceram e contactaram com as nossa forças sem incidentes. Foi capturado um elemento suspeito com duas granadas de mão. Foi encontrada e revistada uma escola bem arranjada com capacidade para 100 alunos. Um familiar do chefe da tabanca acompanhou voluntariamente as NT a fim de prestar declarações. Continuada a progressão, quando se acabava de atravessar a bolanha para Uanquelim (Mansoa 5 A/&), foram as NT flageladas à retaguarda com PM, 5 granadas de Mort 60 e 4 de LGFog, sem consequências. Em Uanquelim a população deu bom contacto não fugindo. No regresso foi recolhido o Pelotão de Polícia que montava uma emboscada e capturara 3 pessoas (Mansoa 5 B1/78). Seguindo a estrada de Mansoa, atingiram as viaturas chegando a Bissorã pelas 10h00 sem mais incidentes.


    27. Operação BULA
    BIAMBE, 25NOV66

    MISSÃO
    Golpe de mão à base e batida colaborando na abertura do itinerário Biambe-Bissorã.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT (sem o 2º GrComb) saíram do aquartelamento pelas 23h00 seguindo pela estrada de Biambe, cortando depois pelo mato até chegar próximo do objectivo. Durante este percurso e cerca da 01h00, foi necessário evacuar um FurMil, acometido de cólicas súbitas, tendo-se encarregado desse serviço a sua
    própria secção. Muito próximo ao Objectivo, ao alvorecer, um dos guias fornecidos polo Batalhão, demonstrou dificuldade ou receio de indicar o caminho certo para a Base. Assim, pouco depois foram as NT detectadas por duas sentinelas. De qualquer modo a progressão continuou atingindo-se o objectivo encontrado então abandonado há muito pouco tempo. Dispunha ali o IN de 12 barracas e alguns bancos dispostos frontalmente numa pequena parada, o que dava a impressão de que aquele local se destinava a reuniões. Quando se iniciava a destruição destas instalações, foram as NT flageladas com Granadas de Mort 82 oriundas de W a uma distância aproximada de 2 Km. A primeira veio cair precisamente no centro da casa de mato, provando que o IN fizera previamente a regulação deste fogo. Num pequeno espaço de tempo foram disparadas perto de 20 granadas de Mort 82, todas elas muito bem reguladas. Quando, depois de completamente destruída a base, e as NT retiraram para E, foram detidas por violenta emboscada, pretendendo o IN certamente fixá-las o maior tempo possível, debaixo da acção do seu Mort. Assim aconteceu. Enquanto durou esta emboscada, o IN recomeçou as suas flagelações de Mort 82, colocando as NT era situação bastante crítica. Tornaram-se então notadas acções de alguns elementos das NT pela destreza e coragem demonstradas na solução e desembaraço da situação. Em face do nosso grande potencial de fogo, o IN acabou por debandar, prosseguindo as NT, com um ferido ligeiro, para E. Foram então destruídas as tabancas, donde provinha o fogo IN, aguardando-se pouco depois a chegada do PCV, a fim de se dar continuidade à acção. Por ordem deste, retirou-se então para o ponto B. Neste movimento foram referenciadas algumas tabancas (Bula 8 I/9), contendo no seu interior algumas munições e bancos dispostos circularmente, o que fazia prover-se ali local de reuniões. Foram por esse motivo completamente destruídas. Atingido depois o referido local, pelas 09h00, aí aguardaram a chegada do destacamento C, vindo finalmente a ser recolhidas as NT em viaturas e a chegar a Bissorã pelas 13h00 sem mais incidentes. O 2° GrComb saiu do quartel ao alvorecer, patrulhou e picou a estrada do Biambe, colaborando na abertura do itinerário. Aguardou a chegada do destacamento saído do Biambe, vindo a ser recolhido era viaturas e regressando simultaneamente com as restantes forças.


    Pág. 52/53 do Historial

    28. Operação BISSILÃO
    BIAMBE, 05DEZ66

    MISSÃO
    Golpe de mão a uma tabanca com um Mort 82 e posteriormente à arrecadação e farmácia da base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - GrComandos OS FALCõES , 1 Pelotão de Milícia e 2 secções de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 23h00, seguindo pela estrada de Naga até à tabanca de Nhaé, onde deixaram a estrada e tomaram o caminho do mato. Depois de cambar a bolanha de Chumbume, cerca das 02h00, iniciou-se a aproximação do objectivo com o máximo cuidado. às 05h00 foi resolvido pôr em prática o seguinte plano: os elementos da polícia, iriam flagelar a base com Esp e granadas de mão, obrigando o IN a revelar-se da tabanca com o Mort 82. As outras forças cercariam a tabanca e, logo que o mesmo se revelasse faria o golpe de mão. Quando as forças, assim divididas seguiam ao seu objectivo, próximo da referida tabanca o sentinela deu várias rajadas de PM e lançou uma granada de mão. Eram 05h30. Sendo assim detectados, o êxito ficou comprometido. Mesmo assim aguardou-se o ataque à base, efectuado. Na tabanca o IN não se revelou. Nesta situação lançou-se o assalto à mesma, ao qual houve inicialmente fraca resistência acabando por cessar. Quando se atingiram as primeiras moranças, começou uma flagelação de Mort 82, proveniente de SE e regulada sobra a mesma tabanca. Destruída a mesma ainda sob a flagelação, as NT seguiram na direcção do Mort. Entretanto, de S, começou outra flagelação de PM, a curta distancia. Foi então que uma das granadas veio cair no meio das NT, ocasionando inúmeros feridos e inutilizando o nosso apontador de LGFog e a sua arma. Imediatamente a seguir e quando o pessoal ainda se encontrava desorientado pelo rebentamento e consequências da mesma granada, foi disparado de W e a uma distância aproximada de 100 metros um rocket que causou imediatamente dois mortos e bastantes feridos, na maioria graves. A reacção não se fez esperar e, embora com o LGFog inutilizado, conseguiram as NT pôr o IN em debandada, criando condições de segurança no local onde se. encontravam as nossas baixas. Uma rápida análise da situação e constatou-se a morte de dois brancos, ferimentos graves num comandante de secção que veio a falecer, e no comandante da Milícia além de outro pessoal gravemente ferido e outros de menor gravidade, entre os quais o Comandante da Companhia. Feito um esforço tendente a melhorar a situação e a moralizar os mais abatidos, montou-se uma segurança ao local e aguardou-se a chegada do PCV, ao qual foi imediatamente pedido evacuações, remuniciamento e apoio dos bombardeiros. Os helicópteros fizeram cinco viagens e, embora o IN tivesse o seu Mort 82 regulado para a zona, não se manifestou. Presume-se que os mesmos estivessem instalados em Bula 8 H5/92. O movimento de regresso, com o .apoio dos bombardeiros, processou-se para E, atingindo a estrada do Biambe sem mais incidentes. Recolhidas em viaturas, as NT chegaram ao aquartelamento cerca das l0h30
    RESULTADOS
    - é de admitir que o IN tenha sofrido baixas prováveis.
    - As NT sofreram 3 mortos (l Fur. e 2 1°S Cabos), 9 feridos graves (l 1° Cabo, l Sold, 5 Milícias, 5 Caçadores nativos e l Soldado nativo), e inúmeros feridos sem gravidade.


    Pág. 54 do Historial

    29. Operação BOATO
    BIAMBE, 20DEZ66

    MISSÃO
    Actuando em dois destacamentos, efectuar golpes de mão e batida.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel pelas 23h30, seguindo pela estrada de Naga e inflectindo depois à esquerda em direcção a Biambifoi. Cambada a bolanha dividiram-se em dois destacamentos conforme o previsto, cerca das 06h00, O destacamento B prosseguiu para a tabanca onde se previa estar um Mort 82 além de outras armas e elementos IN de nomeada. O guia começou a dar provas de grande confiança e conhecimento do terreno e, levando sempre as NT por caminho de mato, fê-las chegar muito próximo do objectivo indetectadas. Eram 07h30. Quando tudo se preparava para o assalto, surgiu o PCV, que assim veio quebrar inopinadamente a surpresa até ali mantida. Mesmo assim a força continuou a aproximação e desencadeou o golpe de mão a uma escassa centena de metros. O IN, decerto já na expectativa, respondeu imediatamente com uma granada de LRock e duas de LGFog, que, felizmente, não provocaram qualquer baixa. Começou então a flagelação do Mort 82, fazendo 6 granadas, ao mesmo tempo que abria intenso fogo de PM. Não se apavoraram as NT e mesmo assim, animadas de um notável espírito de valentia e abnegação, acorreram em direcção ao objectivo. O IN, em face deste comportamento, não teve outra solução senão fugir, levando o que lhe foi possível. Foi então capturado algum material, munições e documentos de grande interesse. Destruída a tabanca, progrediu-se para E, queimando outra ainda que servia de abrigo ao IN. Seguindo para N, destruíram-se ainda mais tabancas com indícios IN, num total aproximado de 50, e cerca de 2 toneladas de arroz. Encontrada uma outra, onde a. população permanecera e demonstrou o desagrado pela má situação a que estava sujeita, foi a mesma respeitada. Iniciada a retirada para a estrada do Biambe e a cerca de. 2 Km da bifurcação, foram as NT flageladas com PM e 6 granadas de Mort 82, mas sem consequências. Mais uma vez a pronta reacção das NT pôs o IN em debandada. Finalmente, recolhidas em viaturas, atingiram Bissorã pelas 11h00.
    O destacamento A, 2° GrComb e Polícia, não teve qualquer contacto, mas durante a batida queimou cerca de 50 tabancas e destruiu cerca de l tonelada de arroz. Regressou em conjunto com o destacamento B.

    RESULTADOS
    - O IN sofreu 14 mortos confirmados e 2 feridos graves (o chefe Encoca e um de cor branca).
    - Foram capturadas l PM, 2 Esp, l prato base de Mort 82, 4 granadas de LGFog, l GM ofensiva, l estojo de limpeza e de ferramentas, e documentos diversos de interesse. Foram ainda destruídas cerca de 5 toneladas de arroz.


    Pág. 55 do Historial

    30. Operação BOR
    QUERÉ, 28DEZ66

    MISSÃO
    Golpe de mão à casa de mato.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), 1 GrComb da CART 1612, 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as forças do quartel pelas 22h30, seguindo pela estrada de Encheia. Aproveitando-se o bom conhecimento que o guia tinha do terreno, a claridade da noite e ainda as boas condições do terreno, a progressão fez-se muito facilmente, atingindo as NT a zona do objectivo pelas. 04h00. Iniciou-se então a marcha muito cautelosa em direcção à casa de mato, tendo-se chegado à mata que a envolvia cerca das 05h30. Ainda com mais cautelas continuou-se a progressão, o que hão impediu que uma sentinela avançada tenha detectado as NT. Abrindo imediatamente fogo, estas lançaram-se em direcção ao objectivo, donde o IN reagiu com PM e MP, durante uns quinze minutos. Em face da insistência das NT, o IN acabou por ser desalojado, pondo-se em fuga. Nesta altura foram as NT flageladas com Mort 82, de SE, presumindo-se que o mesmo estivesse instalado a uma distância entre dois a três quilómetros. Apesar desta flagelação, fez-se a entrada no objectivo, tendo sido o mesmo incendiado, tendo-se capturado material e documentos e constatada uma baixa IN. Terminada a destruição, retiraram as NT para NW, sendo emboscadas à saída com PM a curta distância e durante uns quinze minutos, mas sem consequências. Da reacção do nosso pessoal, resultou a fuga do IN com baixas prováveis. Fora capturada una espingarda, um tripé de MP e vários carregadores. No regresso para N, constatou-se o abandono de Grancuta e o bom contacto da população de Grandumbe, onde. se exerceu a habitual acção psico . Atingiram as NT finalmente a estrada, sendo recolhidas em viaturas e chegando a Bissorã cerca das 08h30.


    Pág. 56 do Historial

    31. Operação BISSAU
    CAMBAJO, 04/18JAN67

    MISSÃO
    Numa primeira fase, flagelações e emboscadas contínuas na região de Oio; numa segunda fase, nomadizações de companhias na mesma região. A esta Companhia competia montagem de emboscadas (de 04 a 10), seguidas de uma nomadização (de 11 a 14) na região do Cambajo. Ainda três secções reforçam a CART 1612 numa nomadização seguinte (de 15 a 18).
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (a 3 GrComb), 3 secções da CART 1612, 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças do BCAç 1857, do BCAV 1897, do BART 1896 e da BAC;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã no dia 11 pelas 22h00, seguindo pela estrada de Mansabá e atingindo a zona onde instalaria a sua base, junto do ponto do cota 42, pelas 06h00. Ao atravessar a bolanha, foram flageladas com algumas rajadas de PM, sem consequências. Atingido o local, enquanto se procedia à montagem do dispositivo de segurança, foram de novo flageladas com armas automáticas, LGFog e Mort 60 ainda sem consequências. As NT lançaram então grupos de combate em patrulhamentos nas imediações e em todas as direcções. Regressados estes, cerca das l0h00, o IN voltou a flagelar dos tufos imediatamente a N e S da nossa base com amas automáticas, LGFog e Mort 60. Foi então pedido o APF que bombardeou os referidos tufos, pondo o IN em fuga. Nesta flagelação as NT sofreram dois feridos ligeiros sem necessidade de evacuação. Feito o reabastecimento e remuniciamento pelas 11h30, sem incidentes, lançaram-se novos patrulhamentos sem contacto. Após estas acções puderam então as NT repousar em segurança durante alguns momentos. Contudo, cerca das 14h00, novas flagelações foram lançadas sobre as NT, só cessando quando chegaram à zona os bombardeiros em missão de segurança aos helicópteros que faziam novos reabastecimentos. Após estes, cerca das l6h00, e aproveitando a permanência dos bombardeiros na zona, as NT, depois de terminada outra flagelação, atravessaram a bolanha para W, instalando aí a sua nova base. Pernoitaram então em segurança. Durante o dia 15 foram lançadas novas patrulhas tentando a captura de algum elemento que fornecesse quaisquer indicações sobre o In na área. Nada foi encontrado. Até que, após efectuado novo reabastecimento pelas 15h00, uma das patrulhas capturou um elemento IN conhecedor da base de Rua. Como a noite se aproximasse e já não houvesse de executar qualquer acção, resolveu-se recolhê-lo para ser utilizado na segunda nomadização. Durante a noite foi detectada a passagem junto das NT de uma equipe de roubadores de vacas que se puseram em fuga ao fogo das nossas sentinelas, deixando no local uma vaca morta e outra ferida. O regresso, no dia 14 foi feito sem mais incidentes, atingindo-se a estrada de Mansoa, onde se fez a recolha em viaturas, chegando ao aquartelamento pelas 08h30.


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    32. Operação BALUARTE
    RUA, 01FEV67

    MISSÃO
    Golpe de mão à base.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT do quartel pelas 22h30 seguindo a estrada de Mansoa e flectindo depois na direcção de Quenhaque-Mansabadim-Dando, onde chegaram pelas 13h30. Cambada a bolanha do Cambajo, entrou-se na zona do objectivo. O guia não sentia qualquer dificuldade na condução das NT, e assim, pelas 05h30, encontravam-se as mesmas muito, próximas da base, quando, de N, se ouviu forte tiroteio à distância, o que, certamente veio alertar o IN; mesmo assim a aproximação continuou em terreno de mato relativamente denso, até que se atingiu uma clareira onde o mato havia sido cortado e que, por indicações do guia, era o local onde o sentinela se encontrava. Efectivamente, nessa altura, eram 05h45, fomos detectados por dois sentinelas que abriram fogo de E e W tentando assim despistar as NT quanto à verdadeira localização da casa de mato, que se encontrava precisamente na direcção intermédia das mesmas. Uma vez detectadas as NT abriram fogo com todas as armas mas o IN reagiu com PM, MP e LGFog. A. pouco e pouco, porém, as NT continuaram o avanço a despeito da forte reacção do IN que se fazia sentir e apesar de una das granadas de LGFog IN ter rebentado no meio do nosso pessoal e ocasionado logo alguns feridos. Assim e cerca de meia hora depois de se ter iniciado o contacto, chegaram finalmente as NT às casas de mato, depois de o IN ter debandado. No interior do objectivo verificou-se que era composto por seis barracas dispostas em círculo com uma barraca central; dispunha de abrigos para atirador deitado e possuía um outro contra a aviação, construído com terra e troncos e constituído por uma cavidade subterrânea, com dois buracos diametralmente opostos, com capacidade para cerca de 12 pessoas, dando por isso adequada protecção não só contra as bombas de avião mas também contra as granadas de artilharia. Ainda quando as NT se encontravam no interior da base, o IN fez mais uma granada de LGFog, a qual veio rebentar sobre o nosso pessoal, ocasionando mais feridos. Em face disto e uma vez que as instalações tinham já sido destruídas, retirou-se da zona e resolveu- se, devido à demora do PCV, evacuar os feridos pelos nossos próprios meios até ao ponto de recolha pelas viaturas. Atendendo à grande quantidade dos mesmos e à enorme extensão a percorrer, foi digno de nota o espirito de entreajuda de todo o pessoal no transporte dos camaradas feridos. Durante o movimento de regresso, foram ainda queimadas mais 4 tabancas a W do objectivo, não se tornando o IN a revelar. As forças foram recolhidas pelas 08h30 na estrada de Mansabá, chegando a Bissorã cerca das 09h00.
    RESULTADOS
    - foram capturados alguns carregadores de PM, munições diversas e GM.
    - as NT sofreram.14 feridos, sendo evacuados 9 elementos (um FurMil, um 1° cabo, 5 soldados, 2 milícias e dois caçadores nativos ).


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    33. Operação BADANAL
    QUERÉ, 16FEV67

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Actuou ainda a CART 1612, forças da CCAV 1485 e da CART 1526;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 00h00, atingindo a posição que lhe fora dada pelas 05h30. Ainda indetectadas, iniciou-se a batida a W da bolanha, sendo nesta altura flageladas com 2 granadas de Mort 82, PM e Esp, sem consequências, furtando-se contudo o IN ao contacto. Na continuação da batida nada mais houve a assinalar. Durante o regresso, em conjunto com a CART 1612, o IN voltou a flagelar com mais uma granada de Mort 82 mas sem consequências. Todas as tabancas encontradas a W da bolanha foram queimadas. Recolhidas em viaturas, as NT atingiram o aquartelamento cerca das 11h30.



    34. Operação BALANCETE
    BIAMBE, 01MAR67

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saiu a Companhia do quartel pelas 23h30 e, seguindo sempre a corta mato, veio a atingir a zona dos objectivos, indetectada, cerca das 06h00. Progredindo com o máximo cuidado e já nas imediações da bolanha de Biambe, foi conduzida, por um dos guias até uma tabanca onde se acoitava o IN (BULA 8 G1/91). A sua reacção foi pronta com intenso tiro de PM, a curta distância, MP e seis granadas de Mort 82, disparadas a dois ou três quilómetros do local, de NW. Do tiro das armas ligeiras resultaram dois feridos, um deles grave. Porém a reacção das NT não se fez esperar e cerca de vinte minutos depois o IN era posto em debandada com um morto confirmado e outras baixas prováveis. Uma parte do grupo IN retirou para a bolanha do Biambe, enquanto que a maioria o fez para N. A tabanca em questão funcionava como casa de mato, pois possuía uma organização defensiva, embora rudimentar, além de outras instalações típicas. Evacuado o ferido de heli, num dos braços da bolanha, prosseguiu-se em direcção às tabancas de Iusse, as quais, logicamente, estavam desabitadas, tendo sido destruídas, ao mesmo tempo que era recolhida grande quantidade de arroz (cerca de l ton.). Nesta altura contactou-se com a CART 1612, que passou a colaborar connosco na. destruição das tabancas. Quando nos encontrávamos aguardando a chegada do outro destacamento, o IN tornou a flagelar com intenso fogo de PM, MP e uma granada de LGFog, embora sem consequências. Da pronta reacção das NT resultou a fuga do IN com baixas prováveis. Iniciada a retirada, atingiu-se o local de recolha sem mais incidentes, tendo-se chegado a Bissorã pelas 10h30.


    Pág. 60 do Historial

    35. Operação BRIGANTE
    UENQUEN, 12MAR67

    MISSÃO
    Golpe de mão durante um choro na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), 1 Pelotão de Milícia e 2 secções de Polícia;
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 10h00, tendo atingido Uenquen pelas 13h00. Cercada a tabanca onde se realizava o choro , obtiveram-se os seguintes resultados: recuperados 130 elementos da população que viviam controlados pelo IN, feitos 3 mortos confirmados ao IN, além de outras baixas prováveis, capturada l Carabina SIMONOV e l Pistola, além de material diverso e l Prisioneiro. O segundo destacamento, instalado em Uanquelim, capturou 4 elementos IN numa busca efectuada na região. Ambos os destacamentos foram flagelados no regresso com PM sem consequências. Recolhidos em viaturas na estrada de Mansoa, chegaram a Bissorã pelas 15h00 sem mais incidentes.


    36. Operação BELICOSA
    QUERÉ, 22MAR67

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612, da CCAç 1496 e da CCAV 1485;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã cerca das 00h00 e seguindo pelo cruzamento de Quenhaque atingiram a zona do objectivo indetectadas. Instalaram-se então numa pequena mata junto do caminho principal aguardando que alvorecesse ou que passasse alguém que nos pudesse conduzir ao local onde pernoitava o IN. Assim aconteceu. Foram detidos e capturados alguns elementos da população que, no entanto, afirmaram a existência de uma escola onde o IN dava instrução durante o dia, mas negaram que o mesmo ali pernoitasse, pois chegavam ao local pelas 10h00. Aproveitaram-se estes elementos para conduzirem as NT à referida escola, que foi encontrada com capacidade para 100 alunos, e ainda em vias de conclusão, a qual foi destruída. Prosseguindo então, dirigiram-se às moranças que foram encontradas abandonadas, tendo-se feito uma busca minuciosa nada se encontrando. Foram todas destruídas. Nesta acção foram recuperados mais alguns elementos da população, perfazendo um total de 20. No regresso, por Uenquen, foi recolhido um destacamento da CART l6l2 que ali se encontrava. Na passagem da bolanha para Uanquelin, foram as NT flageladas pela retaguarda, sem consequências. Atingida a estrada, foram recolhidas em viaturas no Namedão chegando a Bissorã pelas 10h00 sem mais incidentes.


    Pág. 61 do Historial

    37. Operação BRANDIR
    LIBARI, 31MAR67

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do aquartelamento cerca das 00h00 dirigindo-se para a região das tabancas de Budo-Uaqueri-Sambe-Libari. Aqui aprisionaram um elemento IN que conduziu as nossas forças a uma casa de mato (Bigene 7 B/3) a qual no entanto esteva abandonada, tendo sido destruída. Seguiu o mesmo guia para uma zona de tabancas dispersas (Bigene 7 E,F/3,4), tendo-se destruído cerca de trinta tabancas, aprisionado 2 elementos IN (uma bajuda) armados respectivamente com l PPSH e l granada de mão e capturados documentos diversos, l longa e cerca de 100 cartuchos de armas ligeiras. Foram recuperados 9 elementos da população. No regresso por Cunte constatou-se que a mesma se encontrava destruída e desabitada. As NT foram recolhidas em viaturas na ponte do Rio Blassar chegando a Bissorã pelas 09h00 sem incidentes.


    Pág. 62 do Historial

    38. Operação BAMBÚRRIO
    FAJA, 03ABR67

    MISSÃO
    Golpe de mão a uma arrecadação.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT do quartel pelas 21h30 seguindo pela estrada do Barro. Para se evitar transpor a ponte, derivaram as NT um pouco para N, cambando o Rio cerca de l Km acima da referida ponte. Quando se procurava um local de cambança capaz, um elemento da Milícia foi tentar a passagem no lugar que lhe pareceu adequado, mas aí a profundidade da água era bastante assim como a força da corrente. O referido elemento em face daquilo, acabou por se descontrolar, tendo que ser retirado por outros camaradas, e perdendo, entretanto na confusão, a sua G3 que tinha o numero 070763. Feitas depois várias tentativas para a encontrar, foi impossível, devido á escuridão da noite, à grande profundidade das águas naquele local e ainda à força da corrente, que certa mente arrastou a arma. para um local afastado. Prosseguindo depois a progressão, retomaram as NT a estrada do Barro, passando por Cunte e Nafula. Aqui derivaram para a esquerda, e tomando o caminho de corta mato, atingiram a zona do objectivo pelas 05h00. O guia tinha-nos levado até muito perto da arrecadação, restando agora às NT lançar o golpe de mão. Feita a aproximação com todos os cuidados possíveis, atingiu-se finalmente uma morança que estava desabitada, ainda que há muito poucos dias. Numa outra, morança perto foi possível prender um elemento colaborador IN, o qual afirmou que o IN tinha mudado a arrecadação, no próprio dia da Operação BRANDIR , e para um local relativamente perto. Embora o pessoal se mostrasse já bastante cansado, em face da extensão percorrida, mesmo assim resolveu-se ir à nova arrecadação aproveitando a circunstancia de se estar próximo. Efectivamente a cerca de
    5 Km e numa outra morança, o IN tinha-se instalado e se não fora o facto de a surpresa ter sido perdida, pelo menos em parte, visto que esta aproximação já se fez em pleno dia, teriam as NT conseguido um êxito maior. Mesmo assim e quando nos aproximávamos desta morança, 2 elementos IN que na fuga tinham ficado para trás, fizeram frente ao nosso pessoal, num contacto directo e a cerca de 15 a 20 metros, acabando os 2 por serem abatidos, mas havendo também a lamentar a morte de l elemento da nossa Milícia. Os 2 elementos IN abatidos tinham ficado para trás no intuito de esconder além de outro material, 18 granadas de canhão sem recuo, as quais foram encontradas, encostadas a uma árvore e tapadas com troncos diversos. Recolhido todo o material, retiraram as NT em direcção à estrada, onde foi feita a evacuação do elemento falecido em combate. Prosseguiu-se depois em direcção a Bissorã, tendo-se recolhido em Dambere, um GrComb da CART 1612, que ali esteve a montar segurança, e o qual foi mandado incorporar na cauda da coluna. Durante este movimento e já depois de se ter passado Cunte, o IN flagelou as NT com tiros de PM e l granada de mão, havendo a registar l morto (Caç Nat) e bastantes feridos, por parte das forças da CART 1612. Continuando-se a progressão até à ponte, donde os feridos seguiram em viatura para Bissorã, tomou o IN a flagelar com PM, mas desta vez sem consequências, e junto da referida ponte. Tomando as viaturas no ponto de recolha, atingiram as NT o aquartelamento pelas 11h00.

    RESULTADOS
    - O IN sofreu 2 mortos confirmados, além de vários prováveis.
    - Foram capturadas 2 PM, 18 granadas de canhão sem recuo, 6 carregadores de PM, l estojo de limpeza completo para canhão sem recuo, documentos diversos, l fita carregadora de MP, 2 cartuchos de Calibre 12,7, 120 cartuchos de armas ligeiras e 2 pás articuladas.
    - As NT sofreram 2 mortos (l Milícia e l Caç Nat).


    Pág. 63 do Historial

    39. Operação BULIçOSO
    BUCAUR, 12ABR67

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo no Tiligi, tocando a esta Companhia a montagem de uma rede de emboscadas.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), duas secções de Milícia e duas secções de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 02h00 e, seguindo pela estrada do Barro, atingiram a zona prevista para montagem das emboscadas cerca das 05h00. Foram organizadas então duas emboscadas nos caminhos que seguem para Matar e Uália. Não houve qualquer contacto. Cerca das 08h00 recolheu as forças da
    CART 1612 e com elas iniciou o movimento de regresso. Recolhidos em viaturas na ponte do rio Blassar, chegaram a Bissorã pelas 09h00 sem qualquer incidente.


    Pág. 64 do Historial

    40. Operação BASTONADA
    QUERÉ, 28ABR67

    MISSÃO
    Batida na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612, CCAç 1496 e CCAV 1485;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel pelas 00h00 seguindo um caminho a corta mato, até atingirem a zona do objectivo pelas 04h00. Depois da chegada do PCV iniciou-se a batida por toda a zona a E da bolanha do Queré, não se tendo o IN revelado. Quando se destruíam algumas tabancas mais a S, à aproximação das NT, numeroso grupo IN pôs-se em fuga, tendo as NT reagido abrindo fogo, causando 8 mortos confirmados e capturando una carabina. Na sequência da acção foi incendiada uma escola com capacidade para cerca de 100 alunos, recém-construída e situada junto á orla E da bolanha. Continuando a destruição das tabancas, destruíram-se um total de 30 além de uma tonelada de arroz. Já no regresso reduzido grupo IN flagelou com PM as NT na orla N da bolanha do Queré, sem consequências. As NT foram recolhidas em viaturas na estrada de Mansoa chegando a Bissorã pelas 11h00. Convém realçar que é a primeira vez que as NT percorrem sem contacto toda a zona do Queré.


    Pág. 65 do Historial

    41. Operação BELUÁRIO
    QUERÉ, 06MAI67

    MISSÃO
    Golpe de mão ao esconderijo onde se presumia a existência de armamento pesado, seguindo-se uma batida a toda a zona.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Tomou parte na operação o Exº Ten.Coronel H. Meyer, Adjunto do Adido Militar Americano em Lisboa;
    - Actuou ainda na zona a CART 1612;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT pelas 00h00, seguindo pela estrada do Biambe, e atingindo a zona do objectivo pelas 05h00. O deslocamento fez-se sem incidentes. Chegados ao local indicado pelo guia, este não deu quaisquer indicações dignas de crédito, confundindo-se e provando cabalmente que desconhecia por completo qualquer refúgio do IN, onde ele albergasse o seu armamento. Feita uma pequena batida na zona indicada inicialmente pelo guia, em Mansoa 2 C/5, nada de especial foi referenciado, a não ser vestígios de comida e permanência inimiga, debaixo de uns mangueiros. No intuito de provocar o IN obrigando-o a referenciar-se, iniciou-se então uma batida para S, a W da bolanha do Queré. Pouco depois de a mesma se haver iniciado, o IN efectivamente reagiu à penetração das NT, com intenso tiro de LRock (10 granadas), Mort 60 (6 granadas) e Mort 82 (2 granadas), ML e PM, durante cerca de 30 minutos. O fogo foi aberto do nosso lado esquerdo, sensivelmente em Mansoa 2 D1/51, e muito perto das tropas que seguiam desse lado da batida (Pol. Adm), ocasionando imediatamente 12 feridos (9 Pol., l Mil. e 2 soldados). Entretanto, na reacção, as NT tentaram envolver o IN na sua posição, cercando-o por S, mas este mal se apercebeu da nossa manobra retirou sem mais fogo. Pelas 06h45 surgiu o PCV, sendo-lhe pedido o indispensável apoio e meios para as evacuações, que contudo só terminaram cerca das 08h30. Por indicação do PCV, continuou-se depois a batida mais para S, até se atingir a bolanha de Camã. Aqui foram incendiadas algumas tabancas abandonadas e, próximo do local (Mansoa 2 B8/41) foi destruída uma escola, com capacidade para cerca de 50 alunos. Continuando-se a batida, no dispositivo adequado, e sem que o IN jamais se tenha vindo a revelar, destruíram-se mais algumas tabancas, junto à orla O da bolanha do Queré. Pelas 10h00 e debaixo de um sol escaldante, iniciaram as NT a retirada, a qual por esse facto se tornou particularmente penosa, vindo a atingir a estrada do Biambe, e ali serem recolhidas em viaturas, chegando a Bissorã pelas 12h00.


    Pág. 66 do Historial

    42. Operação BATE-QUE-BATE QUERÉ, 18MAI67

    MISSÃO
    Batida por toda a zona do Queré, nomeadamente entre as bolanhas de Camã e Queré.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram as forças da CART 1612, CCAç 1496 e CCAV 1485;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT de Bissorã pelas 00h00 e seguindo o itinerário de Encheia atingiram a zona do objectivo pelas 05h00, indetectadas. Aí aguardaram a chegada do PCV, para iniciarem os seus movimentos, em conjunto com os outros destacamentos em acção na área. Pelas 07h30 iniciou-se a batida, junto à orla da bolanha de Camã, sem que o IN se tenha revelado, muito embora nessa altura ele já se tivesse apercebido da presença das NT no local. Seguindo depois o nosso movimento junto à orla O da bolanha do Queré, e com as NT sempre no dispositivo de batida, veio o IN desencadear o contacto, já mesmo na parte final da bolanha, e quando as NT passavam do dispositivo de batida para o de coluna por um. O fogo era disparado de muito perto, e as primeiras duas granadas de LRock foram atiradas na direcção do Cmdt das forças e de um dos Cmdts de GrComb, em virtude de, pouco antes, aqueles dois elementos estarem a dar ordens ao pessoal, no sentido da mudança do dispositivo. Contudo e embora tivessem caído perto, não causaram danos, e pouco depois irrompia nutrido fogo IN de ML, PM e Mort 60. Embora o dispositivo na altura não fosse o mais indicado para uma reacção formal por parte das NT, o fogo imediato dos nossos apontadores de LGFog foi decisivo, na repressão do IN. O contacto prolongou-se por cerca de 20 a 30 minutos, tendo as NT sofrido três feridos muito ligeiros, e acabando o IN por retirar cora baixas prováveis. O grupo IN, que se calculava em cerca de 15 a 20 elementos, mostrou-se extraordinariamente aguerrido e com razoável potencial de fogo, aproximando-se mais das NT do que o habitual naquela zona, o que certamente não deixou de ter consequências funestas para ele. Retiraram as NT pela estrada de Biambe, onde foram recolhidas em viaturas, atingindo Bissorã, sem mais incidentes, pelas 11h00.
    RESULTADOS
    - Notícias posteriores referem que o IN sofreu 8 mortos, incluindo o chefe da área (FONSECA).
    - As NT sofreram 5 feridos ligeiros (soldados).


    Pág. 67 do Historial

    43. Operação BRAZEIRO
    BIAMBE, 03JUN67

    MISSÃO
    Patrulhamento ofensivo na região.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Brito);
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), 3 secções de Milícia e 1 Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612 e da CART 1688;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel pela 01h30, atingindo o objectivo ao alvorecer. Pelas 06h00 e já no limite do sector foram flageladas à distância com 3 granadas de Mort 82, sem consequências. Por ordem do PCV as forças estacionaram junto dum mato denso e quando procediam à montagem da segurança local foram flageladas com PM por um reduzido grupo IN localizado a S de Iusse. Da reacção das NT sofreu o IN um morto confirmado e baixas prováveis. Continuando a progressão para Chumbume, foi queimada uma. tabanca cujos moradores fugiram à aproximação das NT. Estas chegaram sem mais incidentes à estrada do Biambe onde foram recolhidas em viaturas atingindo Bissorã pelas 08h00.


    44. Operação BIZARMA
    TILIGI, 09JUN67

    MISSÃO
    Abertura do itinerário Bula-Bissorã-Barro realizada em duas fases. às forças da Companhia competiu a montagem da segurança nos itinerários de Biambe e de Barro, com patrulhamento ofensivo na zona de Tiligi.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Brito);
    - Companhia (a 3 GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Tomaram parte todas as forças de Bula, Binar, Biambe, Bissorã, além da Companhia de intervenção do Comando-Chefe;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    A primeira fase da operação, até se atingir Bissorã, decorreu sem incidentes.
    Para a segunda fase, saíram as NT do quartel pelas 00h15 atravessando a ponte do rio Blassar, seguindo-se até Indendem onde se abandonou a estrada e se tomou um caminho à esquerda. Pouco depois de se ter tomado este caminho, o guia pisou uma Mina A/P que lhe ocasionou a norte imediata originando ainda mais feridos, dois dos quais graves. Entre estes contava-se o Comandante do Pelotão de Milícia, Quebá Camará. Em face deste percalço foi resolvido regressar-se a Bissorã para tratar e evacuar os feridos. Durante este movimento surgiu o PCV que aprovou definitivamente o regresso prematuro das NT, cancelando assim a operação.

    RESULTADOS
    - As NT sofreram l morto (caç. nativo), 6 feridos (milícias), dos quais 2 graves.


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    45. Operação BERBICACHO
    RUA, 25JUN67

    MISSÃO
    O GrComandos juntamente com a CERT 1612 efectua batida na zona do objectivo, enquanto o resto da Companhia monta emboscadas nos caminhos de acesso.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Brito);
    - Companhia (a 3 GrComb), forças de Milícia e Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612 e forças dos Comandos Helitransportadas;
    - A FA actuou em missão de bombardeamento do objectivo;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Os GrComb que ficaram emboscados saíram de Bissorã pelas 10h30 montando emboscadas (Binta 4 H3/15) num dos caminhos de acesso ao objectivo. Foi detectado um grupo IN de 5 elementos armados, sendo abatidos 2 e o outro ferido, e capturando-se 2 espingardas automáticas. As NT protegeram ainda a retirada dos outros destacamentos empenhados, tendo sido flageladas sem consequências com PM. Da reacção resultaram mais 2 mortos confirmados ao IN. Iniciado o regresso acabaram as NT por chegar a Bissorã, em viaturas, pelas 19h00
    RESULTADOS
    - O IN sofreu 4 mortos e l ferido confirmados.
    - Foram capturadas 2 espingardas automáticas.


    Pág. 69 do Historial

    46. Operação BARBACÃ
    INQUIDA, 07JUL67

    MISSÃO
    Montagem de emboscadas junto à cambança do rio Inquida, para protecção do destacamento que actuava em Insumete.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), duas secções de Milícia e duas secções de Polícia;
    - Actuaram CCAç 1496, 1497, 1498, CART 1612;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram do quartel pelas 01h00, chegando ao local das emboscadas cerca das 04h00. Aí se instalaram e se mantiveram até cerca das 10h00, altura em que iniciaram o regresso sem que tivesse havido qualquer contacto. A retirada fez-se à ordem do PCV e conjuntamente com forças da CART 1612. Recolhidas em viaturas na estrada de Naga, chegaram as NT a Bissorã cerca das 13h00.


    47. Operação BÁRBARA
    BIAMBE, 21JUL67

    MISSÃO
    Efectuar uma batida na zona, no intuito de procurar contacto com o IN.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia;
    - Companhia (Comandos e 1º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram ainda forças da CART 1612 e CART 1688;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    Saíram as NT de Bissorã pelas 00h30, e seguindo caminho de corta mato, atingiu o ponto inicial, previsto na 0. Operação, pelas 03h00. Aí, e debaixo de violento temporal, aguardou a chegada do PCV ou na sua falta, o momento propício para iniciar a sua acção. Pelas 07h00, e como o PCV não viesse, iniciou--se a batida e o reconhecimento previsto, em direcção às tabancas de IUSSE. à nossa aproximação, elevado numero de elementos da população fugiu, demonstrando receio e decerto colaboração com o IN, pelo que as NT abriram fogo, fazendo duas baixas confirmadas. Destruídas todas as tabancas da zona, sem mais qualquer incidente, instalaram-se as NI (Bula 9 F/2), onde aguardaram a chegada do destacamento ALFA, conforme havia sido combinado entre os respectivos Comandantes. Entretanto, surgiu o PCV, que se inteirou da situação e mandou continuar a destruição das tabancas. Como o destacamento ALFA tardasse em aparecer e o PCV não o conseguisse localizar, foi ordenado, que o nosso destacamento iniciasse o regresso. Nesta altura, precisamente, o IN irrompeu com nutrido fogo de PM, muito bem dirigido e rasante, colocando as NT, por momentos, em situação de apuro. Passados os primeiros momentos de surpresa, iniciou-se a nossa reacção, a qual em poucos minutos acabou por esclarecer a situação, pondo-se o IN em retirada com baixas prováveis, e sofrendo as NT, um ferido sem gravidade (Cmdt.de Polícia Adm), o qual durante o contacto se manteve de pé e sempre activo, resultando daí o seu ferimento. O contacto que durou cerca de 15 a 20 minutos, foi originado por um grupo IN de cerca de 10 a. 15 elementos, e dos lados da tabanca de Biambifoi. Evacuado o ferido de helicóptero, iniciaram as NT a retirada, recolhendo em Empanquinhame o destacamento ALFA, e sendo pouco depois recolhidas em viaturas, no cruzamento, vindo a atingir Bissorã, pelas 10h00.


    Pág. 70 do Historial

    48. Operação BITOLA
    QUERÉ, 06AGO67

    MISSÃO
    Inicialmente montagem de emboscadas, seguindo-se depois uma batida à zona onde os Páras teriam actuado.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Oliveira);
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Actuaram CART 1746, CART 1688 e estava prevista a intervenção da FA para bombardeamento do objectivo e de forças Páras helitransportadas;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram de Bissorã pelas 03h00, atingindo a zona das emboscadas pelas 05h45. Aí se mantiveram até que pelas 12h00 e à ordem do PCV receberam ordem para retirar, não chegando a operação a ser desencadeada em virtude das deficientes condições climatéricas. Foram as NT recolhidas em viaturas na estrada do Biambe, tendo chegado a Bissorã pelas 15h00.


    Pág. 71 do Historial

    49. Operação BRAMADOR
    BIAMBIFOI, 15AGO67

    MISSÃO
    Golpe de mão à tabanca e a uma presumível casa de mato próximo da mesma.
    FORÇA EXECUTANTE
    - Comandante da Companhia Interino (Alf. Oliveira);
    - Companhia (Comandos e 2º GrComb), GrComb da CART 1746, um Pelotão de Milícia e um Pelotão de Polícia;
    - Apoio Aéreo.
    DESENROLAR DA ACÇÃO
    As NT saíram pela estrada de Naga pelas 00h00 tendo atingido a zona do objectivo pelas 04h30. Cercada a tabanca e efectuado simultaneamente o golpe de mão, conseguiu pôr-se em fuga um elemento, não tendo sido detectados quaisquer outros vestígios IN. Feita uma batida ao longo da bolanha e numa extensão de 2 Km, nada se encontrou recolhendo a Bissorã em viaturas pelas 09h00.


    Pág. 72 do Historial

    2.4 - EMBOSCADAS E PATRULHAMENTOS

    Para além das diversas Operações que a Companhia efectuou e que aparecem mencionadas no número anterior, efectuaram-se inúmeros Patrulhamentos e Emboscadas que a seguir aparecem mencionados, sumariamente. Estes, pretendemos diferenciá-los, por os considerarmos de menor envergadura e importância do que as Operações descritas atrás, se bem que, muitos deles, nos conduzissem a resultados bastante compensadores. Aliás o critério que adoptámos para esta diferenciação baseou-se fundamentalmente no facto destes patrulhamentos serem geralmente realizados ao nível de Grupo de Combate, em zonas de contacto provável mas relativamente fraco, e sempre sem apoio aéreo (PCV), por se prever que, nessas circunstâncias, o Grupo presente pudesse, só por si, resolver as dificuldades surgidas no decurso da acção.
    Passa-se, pois, a descrever, em breves traços, o que foram essas acções:

    PATRULHAMENTO A GRANDUMBE , EM 28FEV66, pelo 1º GRCOMB. Dentro ainda do treino operacional, foi efectuado o patrulhamento à tabanca, recolhendo pessoal da mesma, que manifestou desejo de ir para Bissorã. As forças foram flageladaa à distância por PM, sem consequências.

    EMBOSCADA EM INDENDEM , EM 03MAR66, pelo 2º GRCOMB c/ CMDT COMPª - Integrado ainda no treino operacional da Companhia montou-se esta emboscada, num local relativamente afastado de Bissorã que, para além do primeiro contacto formal com o mato, não resultou no seu objectivo, regressando as NT sem encontrarem vestígios do IN.

    EMBOSCADA NA ESTRADA DO OLOSSATO , EM 29MAR66, pelo 1º GRCOMB - Também, desta feita, não tiveram as NT qualquer contacto com o IN, se bem que no local tivessem sido ouvidas, à distância, algumas rajadas.

    EMBOSCADA EM GANJOGUDE , em 21JUN66, pelo 2º GRCOMB - Acção sem contacto.

    OPERAÇÃO ENXOVAL , à REGIãO DE UNFARM , EM 18OUT66, PELOS COMANDOS OS FALCõES - Consistia a Operação na montagem de uma emboscada na zona, mas também, desta vez, não houve contacto, se bem que as NT tenham detectado vestígios recentes da passagem do IN. Levantada a emboscada pelas 10H00, tendo chegado as NT a Bissorã pelas 12H00.

    PATRULHAMENTO A EMPANQUINHAME , em 03DEZ66, pelo 2º GRCOMB - A população deu bom contacto, tendo sido exercida acção psico- social e feitos alguns tratamentos.
    Informações ali colhidas que o IN de Cate ia buscar comida ali, mas desde que aquela tabanca foi destruída, nunca mais por lá apareceram. Deixados alguns panfletos propagandísticos e, no regresso, constatou-se o abandono e destruição total de LENDEN.

    Pág. 73 do Historial

    PATRULHAMENTO AFGULCUNHE , em 10DEZ66, pelo 1º GRCOMB - Verificada a destruição da tabanca, que já assim s encontra desde o início do terrorismo.

    PATRULHAMENTO A EMBUNHE E QUENHAQUE , em 13DEZ66, pelo 1º GRCOMB - As NT foram bem recebidas pela população de EMBUNHE e, ao seguirem para QUENHAQUE, verificaram que esta tabanca se encontrava desabitada. No regresso foram as nossas tropas flageladas por um grupo reduzido inimigo, com PM e duas granadas de mão, sem consequências.

    PATRULHAMENTO A GRANCUTÁ , em 17DEZ66, pelo 2ºGRCOMB - Encontrada tabanca destruída e desabitada, seguindo para GRANDUMBé onde a população deu bom contacto, exercendo-se acção psico - social. O Administrador de Bissorã acompanhou as forças empenhadas na Operação.

    PATRULHAMENTO A QUENHAQUE , em 03JAN67, pelo 1º GRCOMB - Encontrada tabanca incendiada, destruída e desabitada. Informações de uma nativa recuperada, referem que, em 28DEZ66, o IN incendiou a tabanca, levando pessoal e as vacas, possivelmente para CAMBAJO.

    OPERAÇÃO BASCULHAR , MANSABANDIM, EM 05JAN67, PELO 1º GRCOMB. - Quando as NT se deslocavam em direcção ao local das emboscadas, tiveram um recontro no caminho com um grupo IN, de dois ou três elementos, que lançaram sobre as NT duas gr. de mão defensivas, pondo-se em fuga. Desta acção resultou a morte imediata do guia e de mais dois nativos, além de um ferido grave branco, outro de cor (caç. Nativo) e 10 feridos ligeiros, entre os quais um Comdt. de Sec. Em face deste percalço e do grande número de baixas, regressaram de pronto as NT a Bissorã, trazendo consigo todos os indisponíveis, sendo depois os feridos mais graves evacuados por via aérea, a partir de Bissorã.

    OPERAÇÃO BASCULHAR (Cont.), EM 06JAN67, PELO 2º GRCOMB . -Montadas emboscadas em Mansabandim, sem qualquer contacto.

    OPERAÇÃO BASCULHAR (Cont.), EM 07JAN67, PELOS COMANDOS OS FALCõES continuaram-se a montar emboscadas, desta vez na região de Unfarim e também sem contacto.

    OPERAÇÃO BASCULHAR (Cont.), EM 08JAN67, PELO GRCOMB. - montagem de emboscadas em Unfarim, ainda sem contacto.

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    PLANO DE OPERAÇÃO ESMIUÇAR II , EM 28JAN67, PELOS FALCõES - na continuação de montagem em emboscadas na região de Mansabadim, desta vez capturaram-se 21 elementos, alguns reunindo interesse. No regresso patrulhou-se Quenhaque.

    PLANO DE OPERAÇÃO ESMIUÇAR II EM 29JAN67, PELO 1º GRCOMB. - ainda emboscadas na mesma região, as nossas forças não tiveram agora contacto.

    OPERAÇÃO BORDÃO , A UAMQUELIM E QUENHAQUE, EM 17MAR67, PELOS FALCõES - Efectuado um patrulhamento ofensivo na zona, dando a população de Quenhaque bom contacto, sendo exercida acção Psico. Informaram que o IN não controla a tabanca. Seguiram as NT em direcção a Uanquelim, onde foram bem recebidas pela população, informando o chefe da tabanca que na acção em 12MAR, não houve interferência do IN, mas sim de dois grupos de balantas que se encontraram.

    OPERAÇÃO BATALHAR A UENQUEM, EM 10MAI67, PELO 2º GRCOMB. - Atingiram as NT a tabanca pelas 05H00, efectuando uma batida a todas as casas e à Mata, nada encontrando de suspeito. Foram detidos três elementos, que afirmaram que o IN pernoita em Tinca e Cumbule.

    OPERAÇÃO BELGATA A MANSABADIM E EMBUNHE, EM 24MAI67, PELOS FALCõES - Patrulhamento à zona, constatando-se o abandono e destruição de Mansabadim. A caminho de Indigara, foram aprisionados 2 rapazes, afirmando um deles conhecer a localização de Base de Rua, aproximada. Esta tabanca foi encontrada destruída e sem população. Passaram depois por Quenhaque Encore, que possuía bastante população, colhendo-se ali a indicação de que o IN ali passa por vezes. Malafo, foi depois encontrado queimado e desabitado. Regresso pelo Namedão, onde as NT foram recolhidas em viaturas.

    OPERAÇÃO BACOREJAR A UNFARIM, EM 17JUN67, PELO 1º GRCOM. - As NT progrediram por toda a região procurando vestígios do IN, chegando perto de Manaca Mancanha, onde foram ouvidos tiros de PM. Em virtude de nada se haver encontrado regressaram as NT pela estrada do Olossato, sendo recolhidas em Gã Uália.

    Pág. 74 do Historial

    OPERAÇÃO BEM-BOM A CLAQUEIALA E QUENHAQUE, EM 29JUL67, PELOS FALCõES . - Contacto com a população de Quenhaque, que mais uma vez se mostrou amistosa, informando que o IN não tem passado por lá. Seguiu-se por Claqueiala, onde a população também deu bom contacto, referindo do mesmo modo a não permanência do IN ali. Recolhidas as NT, em viaturas no Namedão.


    OPERAÇÃO BRACEJO A PASSE E LíPETE, EM 11AGO67, PELOS FALCõES E 1º GRCOMB - Seguiram as NT por Damé, Passe, Lípete, tendo as respectivas populações dado bom contacto. Em Lípete referiu o chefe de tabanca que o IN não aparecia por lá desde o princípio das chuvas. Regresso por Uabe que foi encontrada destruída e desabitada. Seguiram as NT para Mil e Téhe, tendo as populações dado bom contacto. Não foram encontrados vestígios IN, regressando as NT, sem incidentes.

    OPERAÇÃO BEDELHAR A CHUMBUME, CATE E UNCHUTE, EM 23AGO67, PELO 1º GRCOMB. - Seguiram as NT por Damé, Passe, Lípete, tendo as respectivas populações dado bom contacto. Em Lípide referiu o chefe de tabanca que o IN não aparecia por lá desde o inicio das chuvas. Regresso efectuado por Unchute, Grandumbé e Grancuta, cujas populações deram bom acolhimento.

    OPERAÇÃO BATUTA A CATE, EM 03SET67 PELOS FALCõES . - As NT seguiram inicialmente pela estrada do Biambe, até ao ponto de cota 13 (na mata junto à bolanha do Biambe) não se havendo encontrado qualquer indício do IN. Seguiu-se a progressão para Cate, onde a população informou ter lá estado o IN na véspera, para recolher alimentação. Trazidos dois alimentos da população para recolha de informações. Regresso por Grandumbé, onde a população deu bom contacto, retirando depois as NT em direcção a Bissorã.

    OPERAÇÃO BENJAMIM A DAME E EMPANQUINHAME, EM 11SET67, PELO 2ª GRCOMB - Saíram as NT pela estrada de Naga, atingindo as tabancas de Mil e seguindo para Nhaé, onde a população recebeu bem as NT. Quando prosseguiam em direcção a Amedalai, deparou-se-lhes uma tabanca recém construída, que levou as nossas forças a suspeitarem de qualquer existência de pessoal não controlado. Quando se procedia ao cerco da tabanca, foram de lá disparados tiros de PM, tendo os nossos elementos visto um grupo IN que se punha em debandada, reconhecendo-se, entre ele, um elemento de tez clara transportando uma arma pesada. A pronta reacção das NT causou ao grupo um morto confirmado. Foram incendiadas as tabancas e recuperadas 15 mulheres e 1 homem, os quais informaram ser hábito o IN ir ali buscar comida. Seguiram depois as NT em direcção a Empanquinhame, onde foram de novo flageladas com PM, pelo mesmo grupo, que de novo se furtou ao contacto. A população desta tabanca, apesar de tudo, deu bom contacto. Regresso, sem mais incidentes, em viaturas.

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    OPERAÇÃO BICHARÃO A UNQUEN, EM 15SET67, PELOS FALCõES - Quando as NT iniciavam o cerco à tabanca, foram de lá flageladas com PM, por reduzido grupo IN. Parte da população fugiu ao contacto, sendo destruídas as respectivas tabancas. Feita batida a toda a tabanca, nada de suspeito se encontrou. Recuperados 3 elementos da população. Regresso por Embunhe, dando a população bom contacto, afirmando que o IN não aparece por ali. Seguiu-se por Quenhaque, abandonada. Recolhidas as NT, em viaturas, na estrada de Mansoa. Durante a progressão nocturna ouvida, com nitidez, no SHARP, conversação em Espanhol.

    OPERAÇÃO BARRAGEM NA ESTRADA DO BIAMBE, EM 19SET67, PELO 1º GRCOMB - Montagem de emboscadas na estrada, a seguir ao cruzamento de Empanquinhame. Visto grupo IN, que detectou as nossas forças, abrindo fogo e furtando-se ao contacto. Posteriormente, o IN lançou sobre as forças emboscadas duas granadas de Mort.82, além de outro fogo de armas ligeiras. Em face do sucedido, retiraram as NT, em direcção a Bissorã.

    OPERAÇÃO BIS-BIS NA ESTRADA DO BIAMBE, EM21SET67, PELO 1º GRCOMB - No intuito de esclarecer o sucedido na Operação anterior, montaram de novo as NT emboscadas no mesmo local. Desta vez o IN não se fez notar, pelo que não houve qualquer espécie de contacto, regressando as NT, à hora marcada, por Grancuta, onde a população deu bom contacto. Regresso sem mais incidentes. Foram recuperados, durante a emboscada, 4 homens e duas mulheres.

    OPERAÇÃO BATALHANTE A EMPANQUINHAME E UNCHUTE EM 25SET67, PELOS FALCõES - Atingido Empanquinhame, verificou-se estar desabitada, pelo que as NT seguiram para UNCHUTE. Aqui toda a população deu bom contacto, sendo exercida acção Psico. Trazidos dois elementos para recolha de informações. Seguiu-se para Quenhaque onde vive unicamente um homem. O resto da tabanca, encontra-se destruída do antecedente.

    OPERAÇÃO BALANTA A MANSABANDIM E QUENHAQUE, EM 04OUT67, PELOS FALCõES - Atingido Quenhaque ao alvorecer, toda a população da tabanca deu bom contacto. Todo o pessoal de Mansabandim tinha para ali transitado recentemente. Continuando a progressão por Bucameré e Nonguena, verificaram as NT o seu abandono e destruição, desde longa data. Regresso pela estrada de Mansabá, em viaturas. A população de Quenhaque refere que o IN não tem aparecido pela sua tabanca.

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    2.5 - ESCOLTAS

    Dentro da vida operacional será ainda justo destacar esta actividade, não só pela quantidade como ainda por outros factores que demonstram alguns pormenores que reafirmam, uma vez mais, a presença da Companhia dentro dos problemas originados pela luta armada.
    Engloba esta actividade todas as escoltas quer a colunas de qualquer espécie, quer em recolhas das forças empenhadas em operações, quer de segurança aos nativos em trabalhos de reparações e capinagens ou de recolha de produtos para a sua alimentação.
    Dentro desta actividade, merece realce, o facto de vez alguma as NT, muito embora reforçadas, para o efeito, por elementos da Polícia Administrativa, haver descurado a picagem de todos os itinerários suspeitos, jamais menosprezando a possibilidade de o IN nos minar esses mesmos itinerários. Este trabalho exaustivo, é certo, permitiu-nos, contudo, a detecção de inúmeras minas A/C, havendo somente um único caso em que a detecção, por motivos extraordinários, não pôde ser devidamente efectuada. Mesmo desta vez, o rebentamento do engenho explosivo poucos ou nenhuns estragos causou, em virtude da viatura atingida, ir vazia de pessoal e, além disso, possuir uma considerável camada de terra.
    Se considerarmos ainda a circunstância de Bissorã se encontrar no caminho para o Olossato e, portanto, ter que fornecer também escoltas para lá e se considerarmos, ainda, que todas estas escoltas eram feitas duas vezes (ida e regresso), chegamos à conclusão de que o esforço dispendido era, assim, duplicado.
    Escoltas houve em que necessário se tornou empregar vários grupos de combate, pois não só se justificavam o quantitativo elevado das viaturas a escoltar, assim como os contactos garantidos com o IN, que essas colunas provocavam. Aliando tudo isto às precárias condições das estradas, nomeadamente na época das chuvas, podemos concluir, sem margem para dúvidas, que algumas destas escoltas foram autênticas operações, não só pelos efectivos que exigiam, como também pelos contactos havidos com o IN e o tempo que duravam.
    Foi até nas primeiras escoltas com destino ao Olossato que a Companhia se foi familiarizando com as primeiras flagelações de PM, por parte dum inimigo que primava pela regularidade e assiduidade, nas suas acções contra as nossas forças, permitindo, deste modo, às NT, adquirirem, através destes contactos, uma experiência de fogo, que bem útil e vantajosa se veio a revelar, num futuro próximo.

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    MARÇO 1966

    3 - 1º GrComb recolhe, na estrada de Barro, as forças que executaram uma rede de emboscadas no Tigili.
    4 - O 1º GrComb recolhe o GrComb Os Facas da CCAç 1419, no Namedão.
    7 - O 1º GrComb, com o Comandante de Companhia, escolta o 2º GrComb até Olossato, onde este fica em reforço. Foram flagelados (15301215 I2) com PM, Esp e GrMão, por um grupo aproximado de 6 elementos. No regresso foi, de novo, flagelado (15251215 C5) por um grupo d e 2 elementos. Ambas as flagelações não tiveram consequências. A reacção pôs o IN em fuga, com baixas prováveis.
    11 - Duas secções do 3º GrComb, reforçando elementos da CCAç 1419, escoltam a coluna de reabastecimentos, no percurso Bissorã - Namedão.
    - Uma secção do 3º GrComb, integrada num GrComb da CCAç 1419, escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Bissorã - Olossato. Flagelada (15301215 I3), sem consequências.
    14 - Uma secção do 3º GrComb reforçando um GrComb da CCAç 1419, dá protecção aos trabalhos de capinagem, na estrada do Olossato.
    15 - Duas secções do 1º GrComb, integradas num GrComb da CCAç 1419, dá protecção aos trabalhos de capinagem na estrada do Olossato.
    17 - Uma secção do 3º GrComb, integrada num GrComb da CCAç 1419, dá protecção aos trabalhos de capinagem, na estrada do Olossato.
    18 - Uma secção do 3º GrComb, integrada num GrComb da CCAç 1419, escoltam a coluna de reabastecimentos no percurso Bissorã - Olossato. Foi detectada uma mina A/C (15251215 C3) e destruída no local. Um Gr IN flagelou as NT com armas automáticas no mesmo local. Emboscou (15251215 C4) com granada de mão, furtando-se ao contacto, perante a reacção das NT. Voltou a emboscar (15251215 B4) com as armas e LGFog, tendo-se furtado ao contacto. Foram ouvidos gritos de dor, pelo que se presume que tenha havido baixas no IN. As NT sofreram dois feridos ligeiros (CCAç 1419).
    21 - Duas secções do 1º GrComb, reforçadas com duas secções de Milícia, recolhe o 2º GrComb que se encontrava no Olossato. Detectaram 15251215 C5) uma mina A/C que foi destruída no local.
    22 - O 3º GrComb desloca-se para Mansoa onde fica em reforço.
    25 - O 1º GrComb recolhe forças da CCAç 1419 empenhadas na operação BLOCO II , na estrada de Mansoa.
    26 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, o 3º GrComb destacado em Mansoa e a coluna de reabastecimentos.
    26 - O 1º GrComb, reforçado com duas secções de Milícia e duas secções de Polícia, escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Bisssorã - Olossato.

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    ABRIL 1966

    1 - O 3º GrComb seguiu, em reforço, para o Olossato tendo regressado de noite, por falta de encontro, na ponte de Maqué.
    4 - O 2º GrComb recolhe em Ganjogude forças da CCAç 1419 empenhadas na operação FLORIM .
    6 - O 1º GrComb dá protecção, na estrada do Barro, aos nativos na recolha de chabéu.
    7 - O 1º GrComb pica a estrada do Olossato. Detecta e levanta duas minas A/c TMD (15251215 D5) a uma distância aproximada de quinhentos metros. Flagelado com Pist. e armas automáticas quando desmonta a primeira mina. Recolhe a coluna.
    7 - O 3º GrComb recolhe a coluna de reabastecimentos no Namedão e escolta-a até Olossato. Regressa junto com o 1º GrComb, sendo flagelados em Maqué (15251215 C5) com Pist. PM e Met, sem consequências. Perante a reacção às duas emboscadas o IN retirou com baixas prováveis. A segunda emboscada foi efectuada dos dois lados da estrada por um Gr IN de 20/30 elementos.
    13 - O 2º GrComb continua capinagem na estrada do Olossato ao Km 9. Um Gr IN flagelou (15251215 B4) com rajadas de PM, à distância e sem consequências.
    20 - O 2º GrComb pica a estrada do Olossato. No regresso, foi emboscado durante quarenta minutos, em três locais consecutivos (15301215 I3) com Pist, PM e LGFog, sem consequências.
    - O 3º GrComb escolta a coluna de reabastecimento de arroz, no percurso Bissorã - Olossato, onde fica em reforço.
    21 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Barro, a CCAç 1419, no regresso da operação FOGUETE .
    23 - O 1º GR Comb pica a estrada do Olossato e regressa com o 2º GrComb.
    23 - O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Namedão - Olossato. Flagelado com tiros de Pit e PM (15251215 C5) a cerca de 300metros da estrada, sem consequências. No regresso, em conjunto com o 1ºGrComb, foi feita uma batida ao longo da estrada e no lado direito, sem incidentes.
    23 - O 3º GrComb aproveitando uma coluna, regressa do Olossato onde se encontrava em reforço.
    27 - O 3º GrComb, com um GrComb da CCAç 1419 formam uma coluna especial, de noite, a fim de levar o prisioneiro Malan Camrá a Mansoa.
    30 - O 1º GrComb desloca-se para Mansoa, onde fica em reforço.

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    MAIO 1966

    1 - O 3º GrComb recolhe, na estrada de Mansoa, a CCAç 1419, empenhada na operação ALVORADA .
    3 - O 1º GrComb regressa de Mansoa, onde se encontrava em reforço, escoltando a coluna de reabastecimentos.
    5 - O 1º GrComb recolhe a coluna de reabastecimentos de materiais, para a ponte de Maqué, no Namedão.
    5 - O 3º e 2º GrComb escoltam a coluna de reabastecimentos de materiais até Olossato, onde este fica em reforço. Emboscados (15251215 D5) com tiros de PM à distância. No regresso, o 3º GrComb sofreu três emboscadas consecutivas (15251215 C5 e E/B4), sendo a segunda com grande intensidade de fogo, por um Gr calculado em mais de 20 elementos. Na reacção, as NT causaram 2 mortos confirmados.
    5 - O 1º GrComb escolta a coluna até Namedão.
    10 - O 1º GrComb recolhe a coluna de reabastecimentos no Namedão, tendo simultaneamente recolhido elementos da população de Quenhaque e seus haveres.
    14 - O 2º Gr Comb deslocou-se a Mansoa a fim de recolher o correio desta.
    19 - O 3º GrComb recolheu em Umfarim as forças da CCAç 1419, empenhadas na operação FLAMINGO .
    27 - O 1º GrComb, recolhe no Namedão e escolta até Olossato, onde fica em reforço, a coluna de reabastecimento de materiais, para a construção da ponte. O 2º Gr Comb pica a estrada para o Olossato. Foi flagelado com rajadas de armas automáticas e uma granada de Mort. 60, sem consequências. No regressso escolta a mesma coluna até Namedão.
    27 - O 3º GrComb segue para Olossato, onde fica em reforço e realiza uma operação.

    JUNHO 1966

    3 - O 3º GrComb regressa do Olossato onde realizara uma operação. Foi flagelado com PM (15251215 B4), sem consequências.
    3 - O 2º GrComb escolta a Mansoa uma coluna de trabalhos, em Maqué.
    10 - O 3º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, forças da CCAç 1419, empenhadas na operação FIGARO
    13 - O 2º GrComb recolhe a coluna de reabastecimentos no Namedão. No regresso da coluna escolta-a no percurso Bissorã - Namedão.
    13 - O 1º GrComb, aproveitando uma coluna, regressa do Olossato, onde se encontrava em reforço.
    21 - Uma secção do 3º GrComb foi reforçada com uma secção de Milícia, recolhe junto de Gã - Uália o 2º Gr Comb, que regressava de montar emboscadas.
    22- O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos de materiais, no percurso Namedão - Olossato, onde fica em reforço, rendendo um GrComb da CCAç 1419.
    24 - O 1º GrComb recolhe, na estrada do Biambe, forças da CCAç 1419, empenhadas na operação FOLIA . Detecta e levanta uma mina A/C TMD (15301210 C4).

    Pág. 81 do Historial

    JULHO 1966

    6 - O 3º GrComb recolhe no Namedão a coluna de reabastecimentos. O 3º GrComb seguiu par a estrada do Olossato em reforço de um GrComb da CCAç 1419, a fim de levarem viatura com guincho, para removerem abatizes. A estrada encontrava-se em péssimas condições, com cerca de 60 abatizes e uma vala (15251215 C5) com cerca de 3 metros de comprimento, 1 metro fora de cada lado da estrada e 0,5 metros de profundidade. Foram fortemente emboscados com PM, ML, Mort 60 e 82. Pernoita no Olossato.
    7 - O 2º GrComb, que se encontrava em reforço e o 3º GrComb regressam, escoltando a coluna de reabastecimentos do Olossato. Foram flagelados à distância com uma granada LGFog, sem consequências. O 1º GrComb escolta, ao Namedão, a coluna de reabastecimentos.
    20 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a CCAç 1419.
    22 - O 2º GrComb escolta até ao Olossato a coluna de reabastecimentos. Foi flagelada com PM (15251215 A4 e C/D5). Na reacção uma guarda de flanco avançada tenta o envolvimento, tendo o IN debandado. No regresso foi, de novo, emboscado, em Maqué, com PM e LGFog, sem consequências.
    23 - A Companhia desloca-se para Mansoa, onde fica em reforço.

    AGOSTO 66

    18 - A Companhia regressa de Mansoa, onde se encontrava em reforço.
    19 - O 3º GrComb pica a estrada até Namedão e recolhe a coluna de reabastecimentos.
    19 - O 1º GrComb escolta ao Olossato a coluna de reabastecimentos.
    19 - O 2º GrComb recolhe no Namedão o GrComb OS FACAS , da CCAç 1419.
    22 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação FACHO . Uma viatura pesada accionou uma Mina A/C TMD (15301210 C4) sem consequências pessoais.
    24 - O 2º GrComb escolta ao Olossato a coluna de reabastecimentos.

    Pág. 82 do Historial

    SETEMBRO 1966

    2- O 1º GrComb recolhe, na estrada de Barro, forças empenhadas na operação ENGODO .
    8 - O 3º GrComb pica a estrada do Olossato, escoltando o pelotão da BAC.
    8 - O 1º GrComb escolta ao Olossato a coluna de reabastecimentos. Foi flagelado em Maqué, sem consequências. Regressa com o 3º GrComb e Pel. BAC, tendo chegado pelas 20H00.
    9 - Uma secção do 2º GrComb dá segurança aos trabalhadores na reparação da estrada do Olossato.
    12 - O 2º GrComb com Comandante de Companhia pica a estrada do Olossato e escolta o Pel BAC transpondo o rio Maqué.
    17 - O 1º e 2º GrComb deslocam-se para Mansoa em diligência.
    21 - O 1º e 2º GrComb regressam de Mansoa de diligência.
    22 - O 3º GrComb escolta ao Namedão, um Gr Comb da CCAç 1590, que se encontrava de reforço, em Bissorã. Foram emboscados, à saída desta, com PM. Na reacção, o IN pôs-se em debandada, tendo as NT sofrido um morto (Cipáio) e um ferido grave (COMDT Pel Pol). Segundo informações posteriores o IN sofreu 5 mortos confirmados.
    28 - O 3º Gr Comb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos.

    OUTUBRO 1966

    1 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Mansabá, as forças empenhadas na operação EMBUSTE .
    24 - O 1º GrComb escolta forças da CCAç 1590, ao Namedão.
    30 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, as viaturas desta, enquanto um Pel Mil montava emboscada.
    31 - O 2º Gr Comb escolta, ao Namedão, forças da CCAç 1419.

    NOVEMBRO 1966

    1 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Mansabá, as forças empenhadas na operação ESPECIAL .
    4 - O 2º GrComb escolta, ao Namedão, o GrComandos OS FALCôES que se deslocaram a Bissau.
    9 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna que transporta gasóleo e escolta-a no seu regresso.
    11 - O 2º GrComb recolhe, em Namedão, a coluna de reabastecimentos, seguindo duas secções, numa coluna a Bissau, com regresso no mesmo dia.
    12 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BIABá .
    18 - O GrComandos OS FALCõES patrulha a estrada de Mansoa e recolhe, no Namedão, as forças empenhadas na operação BIANGA .
    25 - Um GrVoluntários recolhe as forças empenhadas na operação BULA .
    26 - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau. <Ç> Pág. 83 do Historial

    DEZEMBRO 1966

    5 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BISSILãO .
    11 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos e escolta a mesma, no seu regresso.
    11 - O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Bissorã - Olossato.
    - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    13 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, forças da CART 1612.
    15 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos e um GrComb da CART 1612.
    15 - O 1º GrComb escolta ao Olossato a coluna de reabastecimentos. Foi flagelado (Binta 4C5) por um grupo de 3 / 4 elementos, sem consequências.
    15 - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    18 - O 1º GrComb, reforçado com duas secções da CART 1612, escolta ao Namedão um GrComb da CART 1420. <
    20 - Uma secção do 1º GrComb, reforçando um GrComb da CART 1612, recolhe as forças empenhadas na operação BOATO .
    22 - Uma secção do 1º GrComb reforça um GrComb da CART 1612 na segurança aos capinadores na estrada de Mansabá.
    28 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BOR e dá segurança aos trabalhos de capinagem.
    29 - O 1º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos no pecurso Namedão - Olossato.
    - O GrComandos OSFALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    31 - O 2º GrComb realiza uma coluna a Bissau.

    JANEIRO 1967

    3 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos e dá segurança aos trabalhos de capinagem na estrada.
    5 - O GrComandos OS FALCõES recolhe, na estrada de Mansoa, forças que regressavam de emboscadas.
    18 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Mansabá, forças da CART 1612, empenhadas na operação BISSAU .
    21 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, uma coluna de reabastecimentos.
    21 - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    28 - Uma secção do 1º GrComb recolhe, na estrada de Mansoa, forças de uma emboscada.
    29 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças da CART 1612, empenhadas na operação BORUNTUMA .

    Pág. 84 do Historial

    FEVEREIRO 1967

    1 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Mansabá, as forças empenhadas na operação BALUARTE .
    3 - Uma secção do 1º GrComb recolhe, na estrada do Olossato, o 2º GrComb que realizara uma batida.
    4 - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    12 - O 1º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos dentro dos limites do sector.
    13 - O 2º GrComb recolhe a coluna vinda do Olossato com o conjunto musical do Q.G.
    13 - O 1º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos ao Namedão.
    13 - O GrComandos OS FALCõES realiza uma coluna a Bissau.
    14 - O 2º GrComb escolta ao Namedão o conjunto musical do Q.G. e, no regresso, um GrComb das forças de Mansoa.
    15 - O 2º GrComb escolta, ao Namedão, forças de Mansoa.
    17 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, a 5ª CompComandos.
    18 - O 1º GrComb desloca-se a Safim, a fim de buscar correio.
    19 - O 2º GrComb escolta ao Namedão viaturas da CompTranspotes.
    22 - O 1º GrComb escolta uma coluna de reabastecimentos para o Olossato.
    25 - O 1º Gr Comb realiza uma coluna a Bissau, a fim de escoltar o conjunto musical do Q.G.
    27 - O 2º GrComb escolta a Bissau o conjunto musical do Q.G.

    MARÇO 1967

    1 - O 2ºGrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BALANCETE .
    4 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a CCAç 1660.
    5 - O 2º GrComb escolta ao Namedão a CCAç 1660.
    9 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, uma coluna de reabastecimentos.
    10 - Realizada uma coluna desta a Bissau.
    17 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, as forças empenhadas na operação BORDãO .
    18 - O 2º GrComb escolta ao Namedão uma coluna destinada a Bissau e dá segurança aos trabalhos de capinagem na estrada.
    22 - O 1º GrComb recolhe na estrada de Biambe as forças empenhadas na operação BELICOSA .
    23 - O 1º GrComb realiza uma coluna a Bissau, a fim de recolher pessoal da Mocidade Portuguesa.
    24 - O 1º GrComb dá segurança aos trabalhos de capinagem na estrada de Mansoa.
    25 - O 1º GrComb recolhe, em de Mansoa, uma coluna desta que se deslocara a Bissau.
    27 - O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos ao Namedão e, até Mansoa, uma coluna desta a Bissau. No regresso viu um grupo de elementos em fuga, à aproximação das NT, deixando vasilhas, com vinho de palma. Não houve contacto pelo fogo.
    28 - O 1º GrComb escolta ao Namedão a coluna de reabastecimentos.
    31 - O 2º GrComb realiza uma coluna a Bissau.

    Pág. 85 do Historial

    ABRIL 1967

    3 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Barro, as forças empenhadas na operação BAMBúRRIO
    7 - O 1º GrComb escolta e recolhe, em Mansoa, uma coluna a Bissau.
    11 - O 2º Gr Comb dá segurança na construção do pontão do Namedão.
    13 - O 2º GrComb escolta viaturas desta ao Namedão.
    14 - O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos para o Olossato.
    21 - O 2º GrComb escolta a Mansoa uma coluna a Bissau.
    24 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos.
    27 - O 1º GrComb dá protecção na estrada de Mansabá, aos nativos, na colheita de chabéu.
    28 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Mansoa, as forças empenhadas na operação BASTONADA .
    30 - O 2º GrComb escolta uma coluna de reabastecimentos de arroz, para o Olossato.

    Pág. 86 do Historial

    MAIO 1967

    2 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, as forças empenhadas na operação BATEDOR e dá segurança na estrada do Olossato, aos nativos, na colheita de chabéu.
    3 - O 1º GrComb escolta a Mansoa uma coluna a Bissau.
    6 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BELUáRIO
    10 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Mansoa, as forças empenhadas na operação BATALHAR .
    12 - O 2º GrComb recolhe, no Namedão, uma coluna dos Serviços de Economia.
    18 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BATE - QUE - BATE .
    19 - O 2º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos para Olossato.
    21 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, a coluna de reabastecimentos.
    22 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BATE FORTE .
    24 - O 1º GrComb recolhe, no Namedão, as forças empenhadas na operação BELGATA .
    26 - O 2º GrComb escolta a Mansoa uma coluna desta a Bissau e a coluna de reabastecimentos ao Namedão.

    JUNHO 1967

    9 - O 2º GrComb recolhe, na estrada do Barro, as forças empenhadas na operação BIZARMA .
    18 - O 1º GrComb recolhe e escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Namedão - Gã - Uália.
    20 - O 1º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos até Gã - Uália.
    23 - O 1º GrComb escolta a Mansoa uma coluna a Bissau.
    27 - O 1º GrComb escolta a coluna de reabastecimentos para Olossato e dá segurança nos trabalhos de reparação da estrada.

    JULHO 1967

    1 - O 1º e 2º GrComb montam segurança nos itinerários dentro do limite do sector a uma coluna de reabastecimentos e aos trabalhos de reparação das estradas.
    5 - O 1º GrComb escolta uma coluna dentro dos limites do sector e dá segurança aos trabalhos de reparação das estradas.
    7 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Naga, as forças empenhadas na operação BARBACã .
    21 - O 2º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BáRBARA .
    24 - O 2º GrComb escolta uma coluna de viaturas até Namedão.
    25 - O 1º e 2º GrComb montam segurança na estrada de Mansoa para movimento de rendição da CART 1612.
    26 - O 1º GrComb recolhe no Namedão a CART 1746. >
    27 - O 2º GrComb recolhe no Namedão viaturas desta.
    28 - O 1º GrComb reforçado com uma secção da CART 1746 escolta uma coluna a Mansoa.
    29 - O 2º GrComb pica estrada Bissorã - Mansoa.
    29 - O 1º GrComb escolta uma coluna no itinerário Gã Uália - Mansoa.

    Pág. 87 do Historial

    AGOSTO 1967

    4 - O 1º GrComb, com duas secções da CART 1746, pica a estrada Bissorã - Mansoa e escolta uma coluna de reabastecimentos civis.
    4 - Efectuada coluna desta a Bissau.
    6 - O 1º GrComb recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BITOLA .
    8 - Duas secções do 2º GrComb, com duas secções da CART 1746 escoltam a coluna de reabastecimentos, dentro dos limites do sector.
    9 - Duas secções do 1º GrComb, com duas secções da CART 1746 recolhem no Namedão, a coluna de reabastecimentos.
    9 - Duas secções do 1º GrComb, com duas secções da CART 1746, escoltam a coluna de reabastecimentos até Gã Uália.
    9 - Efectuada coluna desta a Bissau.
    11 - Uma secção do 2º GrComb, com duas secções da CART 1746, pica o percurso Bissorã - Namedão.
    11 - Uma secção do 2º GrComb com uma secção da CART 1746 pica o percurso Namedão -Mansoa e efectua coluna a Bissau.
    11 - Duas secções do 2º GrComb, com uma secção da CART 1746 recolhem, na estrada de Naga, as forças empenhadas na operação BRACEJO .
    14 - Uma secção do 1º GrComb, com três secções da CART 1746 recolhe e escolta, ao Namedão, uma coluna de reabastecimentos civis.
    15 - Uma secção do 1º GrComb, com um Gr Comb da CART 1746, recolhe, na estrada de Biambe, as forças empenhadas na operação BRAMADOR .
    18 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, recolhe, no Namedão, uma coluna de reabastecimentos.
    21 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, escolta ao Namedão uma coluna de reabastecimentos.
    21 - Uma secção do 2º GrComb, com um Gr Comb da CART 1746, segue para o Olossato, onde fica em reforço.
    25 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, regressa do Olossato onde se encontrava em reforço.
    30 - Uma secção do 1º GrComb, com um GrComb da CART 1746, pica a estrada até ao Namedão e segue para Mansoa escoltando uma coluna desta a Bissau.
    31 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, recolhe em Mansoa a coluna desta que regressa de Bissau.

    Pág. 88 do Historial

    SETEMBRO 1967

    3 - Uma secção do 1º GrComb, com um GrComb da CART 1746, recolhe na estrada de Biambe as forças empenhadas na operação BATUTA .
    9 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, realiza uma coluna a Bissau, transportando o corpo de um militar falecido. <
    13 - Uma secção do 2º GrComb, com uma secção da CRT 1746, pica estrada até Gã Uália. As forças do Olossato faltaram ao encontro.
    19 - Uma secção do 2º GrComb, com um GrComb da CART 1746, recolhe no Namedão a coluna de reabastecimentos. As forças de Mansoa chegam com cerca de hora e meia de atraso.
    22 - Uma secção do 1º GrComb, com um GrComb da CART1746, recolhe no Namedão a coluna de reabastecimentos e forças do BATPARAS, escoltando-as até Gã Uália.
    22 - Duas secções do 1º GrComb escoltam ao Namedão a coluna de reabastecimentos.

    OUTUBRO 1967

    3 - O 1º GrComb e parte do 2º GrComb segue para Bissau, iniciando a rendição da Companhia pela CCAV 1650.
    7 - O GrComandos OS FALCõES e o resto do 2º GrComb seguem para Bissau.
    10 - O resto da Companhia segue para Bissau terminando o movimento da sua rendição.

    Pág. 89 do Historial

    2.6 - ACTIVIDADES EM DILIGÊNCIA


    Várias vezes forças desta Companhia foram chamadas a exercer algumas actividades noutros aquartelamentos. Uma vez mesmo, toda a Companhia teve de se deslocar temporariamente para outro sector que não o seu.
    De todas estas diligências será de interesse recordar, visto que aqui não fica registado, por falta de elementos concretos, referentes ao treino operacional em Mansoa, a guarnição ao abrigo de Braia. Diariamente, primeiro uma, depois duas secções permaneciam no referido abrigo não tendo missão especial além da segurança interna. Ainda nessa altura, a mesma passou a ser rendida no período de quatro dias, obrigando deste modo a uma melhoria gradual na instalação e no modo de vida das forças ali destacadas, principalmente no que respeita à alimentação, que começou a ser confeccionada no local.
    Salvo esta excepção, todas as outras estão mencionadas. Umas, somente para segurança interna, enquanto as respectivas guarnições realizavam qualquer acção fora do mesmo, outras a fim de as próprias forças efectuarem qualquer operação, outras ainda, as principais, com a missão de proteger trabalhos da construção dum destacamento em Maqué e guarnecer nocturnamente o mesmo, qualquer diligência acarretou sempre um excesso de serviço para os que seguiam e para os que se viam privados do seu auxílio quando partiam. Várias vezes a Companhia se viu obrigada a actuar, ainda muito cedo, ao nível de dois GrComb, em virtude de o outro se encontrar nalguma missão noutro destacamento.
    Permitimo-nos aqui recordar e chamar a atenção para o período em que a Companhia reforçou Mansoa. A actividade aumentou consideravelmente exigindo consequentemente um aumento de esforços, enquanto no sector de Bissorã a actividade praticamente estacionava, por falta de forças.
    Recordamos ainda as noites contínuas em que se tentava repousar debaixo de chuva na guarnição de Maqué, ainda em princípios de construção do respectivo abrigo.
    São estes os factores principais que nos levaram a destacar esta face da vida operacioanal da Companhia.

    Pág. 90 do Historial

    06FEV66 - 25FEV66
    1º GrComb - Bissorã

  • 7 - PATRULHAMENTO A GRANCUTA - saiu do quartel pelas 03H00 tendo alcançado o objectivo sem incidentes. à aproximação das NT a população da tabanca, na sua maioria, fugiu. Salvo esta excepção, tudo se encontrava normalizado. As NT prosseguiram então para Leste, realizando uma batida até chegar à estrada de Mansoa, não chegando a estabelecer contacto. Dirigiram-se então para o quartel, onde chegaram pelas 14H30.
  • 8 - Uma secção procede à recolha de lenha, na estrada de Mansabá.
  • 9 - Uma secção, integrada num GrComb da CCAç 1419, realiza um patrulhamento à região de Quenhaque - Embunhe. Na primeira localidade foram aprendidos três elementos, um dos quais com grandes suspeitas. O regresso foi feito sem mais incidentes.
  • 12 - Duas secções incorporaram-se no GrComb OS FACAS da CCAç 1419 e realizam a operação BALANçA à base de Bancolene (15301215 F8). Devido a deficiência dos guias que não conseguiram localizar a referida base, a acção ficou gorada, regressando as NT sem incidentes.
  • 12 - Uma secção, incorporada num GrComb da CCAç 1419, recolhe em Gã Uália as forças empenhadas na operação BALANçA .
  • 15 - Uma secção, incorporada num GrComb da CCAç 1419, escolta a coluna de reabastecimentos no percurso Bisssorã- Namedão.
  • 16 - Uma secção, incorporada num GrComb da CCAç 1419, recolhe em Braia as forças empenhadas na operação COBAIA .
  • 18 - Três secções montam emboscadas na zona de Quenhaque e Grancuta, tendo capturado três elementos com relativa importância.
  • 20 - Duas secções, incorporadas nas forças da CCAç 1419, realizam a operação CASTOR à base central de Mores. Saindo do Olossato, montam emboscada na região de Cudana, sem incidentes. Reúnem-se depois à CCAç 816 que apreendera grande quantidade de material e preparam a evacuação. Foram flagelados com LGFog, sem consequências, pelo que prosseguiram no regresso, transportando o material capturado. Foram então fortemente emboscados junto do cruzamento do caminho de Canfanda com a estrada de Bissorã - Mansabá com Mort 82, armas autom. e granadas de mão, do que resultaram quatro feridos ligeiros. Continuada a progressão foi então evacuado o material já próximo do Olossato, o qual foi atingido sem mais incidentes.
  • 25 - O GrComb efectua a escolta ao Olossato de uma coluna de reabastecimentos.

    Pág. 91 do Historial

    07MAR66 - 21MAR66
    2º GrComb - Olossato

  • Diariamente, de 8 a 13, uma secção fornece segurança interna ao aquartelamento.
  • 8 - O GrComb dá segurança aos nativos, na recolha de palha, em Maca.
  • 15 - O GrComb dá segurança aos nativos na recolha de palha, em Sansabato.
  • 18 - Duas secções dão segurança na recolha de areia junto do rio Maqué.
  • 20 - O GrComb dá segurança aos nativos na colheita de chabéu entre Mabar Mancanha e Cansoncó Fula. Detecta e levanta uma mina A/P PMD6 (15201215 D8).
  • 21 - Regresso a Bissorã.

    22MAR66 - 26MAR66
    3º GRCOMB - MANSOA / ENCHEIA

  • 22 - Duas secções escoltam, a Cutia, uma coluna de reabastecimentos. Durante o trajecto um acidente com arma de fogo provoca um morto e um ferido (CART 1486).
  • 24 - Deslocamento para Encheia onde assegura a guarnição local.
  • 25 - Regresso para Mansoa.
  • 26 - Regresso a Bissorã.

    20ABR - 23ABR66
    3º GRCOMB - OLOSSATO

  • Diariamente fornece a segurança interna ao aquartelamento.
  • 23 - Regresso a Bissorã.

    30ABR - 03MAI66
    1º GRCOMB - MANSOA

  • 30 - O GrComb escolta a Encheia um GrComb da CCAç 1420.
  • 1 - Uma secção guarnece o destacamento de Uaque enquanto as restantes fornecem a segurança interna em Mansoa.
  • 3 - Regresso a Bissorã, escoltando a coluna de reabastecimentos.

    05MAI66 - 10MAI66
    2º GRCOMB - OLOSSATO

  • Diariamente fornece a segurança interna ao aquartelamento.
  • 10 - Regresso a Bissorã.

    Pág. 92 do Historial

    27MAI66 - 03JUN66
    3º GRCOMB - OLOSSATO (Conjunto com o 1º GrComb)

  • 29 - O GrComb dá segurança aos trabalhos de construção do abrigo junto da ponte de Maqué.
  • 3 - Operação ESTEPE integrado na Companhia.
  • 3 - Regressa a Bissorã.

    27MAI66 - 13JUN66
    1º GRCOMB - OLOSSATO

  • 30 - O GrComb dá segurança aos trabalhos na construçãodo abrigo de Maqué.
  • 3 - Operação ESTEPE integrado na Companhia.
  • 6 - Dá segurança aos trabalhos de construção do abrigo de Maqué.
  • 8 - Dá segurança aos trabalhos de construção do abrigo de Maqué.
  • 10 - Dá segurança aos trabalhos do abrigo de Maqué.
  • 13 - Regresso a Bissorã.

    22JUN66 - 07JUL66
    2º GRCOMB - OLOSSATO(Três secções reforçadas com uma secção de Milícia)

  • - Diariamente o GrComb fornece segurança nocturna ao abrigo de Maqué, ainda em construção.
  • - Diariamente uma secção pica a estrada até Olossato.
  • 7 - Regresso a Bissorã.

    23JUL66 - 08AGO66
    COMPANHIA - MANSOA

  • 24 - Realiza a operação ESPERANçA na área de Jugudul.
  • 25 - Monta rede de emboscadas junto da tabanca do Jugudul (15251200 I4), local de actuação normal do IN contra as NT, sendo detidos 12 elementos suspeitos, os quais se veio a confirmar pertencerem à população, mas que forneceram algumas informações de interesse.
  • 26 - O 3º GrComb efectua uma coluna a Bissorã, a fim de transportar material necessário para as instalações da Companhia.
  • 27 - O comandante do 2º GrComb, com a secção de armas pesadas, escolta a coluna a Bissau.Foi emboscada junto de Uaque (15251200 D2) pelas 07H25 com armas auto, LGFog e ML, causando três feridos ligeiros ( 1 civil e 2 da CCS). Acorreram o GrComb destacado em Uaque e mais três grupos saídos de Mansoa, os quais não chegaram a atingir o local, em virtude de serem emboscados junto da ponte de Uaque. Da reacção das NT, o IN sofreu dois mortos confirmados.
  • - O 3º GrComb realiza uma batida, em conjunto com um GrComb da CCAç 1420, na área das referidas emboscadas, destruindo todas as tabancas aí existentes.
  • 28 - O 2º GrComb realiza um patrulhamento apeado, durante todo o dia e ao longo da estrada de Bissau até ao cruzamento de Encheia, ao mesmo tempo que fornece segurança à ponte de Uaque.
  • 29 - O 1º GrComb realiza um patrulhamento apeado, durante todo o dia e ao longo da estrada de Bissau até ao cruzamento de Encheia, ao mesmo tempo que fornece segurança à pote de Uaque.
  • 30 - O 1º GrComb escolta a coluna a Bissau, no percurso Mansoa - Nhacra.
  • - O 2º GrComb realiza um patrulhamento apeado, durante todo o dia e ao longo da estrada de Bissau, até ao cruzamento de Encheia, ao mesmo tempo que fornece segurança à ponte de Uaque. Detectados os abrigos IN da emboscada do dia 27, a cerca de 15 metros da estrada. Capturado 1 carregadorML e cartuchos diversos.
  • 31 - O 3º Grcomb fornece segurança à ponte de Uaque.
  • 2 - Realiza a operação ELEFANTE I a Date.
  • 3 - O 1º GrComb fornecce segurança à ponte de Uaque.
  • 3 - O 3º GrComb escolta a coluna a Bissau, no percurso Mansoa - Nhacra.
  • 4 - O 2º GrComb escolta a coluna a Bissau, no percurso Mansoa - Nhacra.
  • 6 - O 1º GrComb escolta a coluna a Bissau, no percurso Mansoa - Nhacra.
  • 8 - Realiza a operação ELEFANTE III , a Date.
  • 10 - O GrComb escolta a Bissau, no percurso Mansoa - Nhacra.
  • - O 1 º GrComb escolta uma coluna ao Namedão.
  • 13/14 - Realiza a operação ELEFANTE IV a Quirir - Bará.
  • 18 - Regressa a Bissorã.

    Pág. 93/94 do Historial

    17SET66 - 21SET66
    1º e 2º GRCOMB - MANSABá

  • 17 - Deslocamento para Mansoa.
  • 18 - Deslocamento para Mansabá.
  • 20 - Realiza a operação FURACÃO à base central de Mores.
  • 21 - Regressa a Bissorã através de Mansoa.

    21AGO67 - 25AGO67
    2º GrCOMB - OLOSSATO (Uma secção reforçando um GrComb da CART 1746)

  • - Segurança interna ao aquartelamento e abrigo de Maqué.
  • - Diáriamente realiza coluna ao destacamento transportando alimentação
  • 24 - Guarnece o destacamento.
  • 25 - Regressa a Bissorã, picando a estrada.

    Pág. 95/96 do Historial

    2.7 - DIVERSOS

    Para além dos aspectos específicos da nossa actividade, relacionados com as Operações, Patrulhamentos, Emboscadas e Escoltas, outras acções esporádicas ou de menor envergadura se processaram, por motivos diversos. Resumiremos aqui algumas dessas acções, as principais.

    A maioria dessas acções era levada a cabo em perseguição de alguns elementos IN que, em busca de vacas ou pretendendo apoderar-se de elementos da população, se aproximavam demasiado da vila, abrindo fogo quando eram detectados ou, quando já depois de consumadas as suas acções, retiravam. Inúmeras vezes pois, saíram em sua perseguição as NT, ao nível de Grupo de Combate, reforçado com os indispensáveis soldados de Milícia. Na maioria das vezes, essa perseguição não surtia mais efeito do que afugentar, para bem longe, o IN, mostrando-lhe a prontidão e a iniciativa com que as NT, seguiam no seu encalço. Outras vezes porém, quando o IN se afoitava mais e se aproximava demasiado das cercanias de Bissorã, as nossas reacções conduziram a êxitos, traduzidos na captura de material diverso e no abate de alguns elementos IN.

    Outra altura houve em que se experimentou o seguinte estratagema, infelizmente sem se obterem os resultados esperados: simulou-se uma escolta de viaturas ao longo de um itinerário, enquanto que, ao mesmo tempo, forças apeadas progrediam afastadas da estrada, mas ao nível das viaturas, tentando, deste modo, um envolvimento ao IN, no caso deste desencadear uma acção contra o pessoal que seguia juntamente com as viaturas.

    Pouco depois de se constituir o grupo de COMANDOS OS FALCõES e por indicação do Q.G., foram estes treinados em Bissau para operações de helitransporte, nunca chegando, contudo, a ser utilizada, na prática, este sistema.

    Por não aparecer mencionada, em nenhuma parte deste Historial e por reunir um interesse, a todos os títulos, significativo, descreve-se a seguir o desenrolar duma acção que trouxe os melhores e mais inesperados resultados:

    Na madrugada de 3 de Fevereiro de 1967, um grupo de balantas de Bissorã, no qual iam integrados Milícias e Polícias Administrativos, encontrou-se, em plena escuridão da noite, na região de Conjogude, com uma coluna de reabastecimento de material do IN. A surpresa foi geral, de parte a parte, sendo contudo os elementos de Bissorã os primeiros a reagir e a aperceberem-se da situação, abrindo, acto imediato, fogo. Desorientados, os carregadores inimigos, puseram-se em fugas, abandonando, pura e simplesmente, o material que transportavam. O nosso pessoal, ainda incrédulo, mais não teve do que recolher aqueles despojos e regressar à vila, onde contou o sucedido e apresentou as provas materiais da acção. Tinham trazido consigo 4 M.L., 8 Esp. Aut. e grande quantidade de granadas de Mort.82 e L.G.F. Calculando-se que no local do encontro, houvesse ainda outro material abandonado, imediatamente saiu o 2º Grupo de Combate, devidamente enquadrado, em plena madrugada ainda e, efectivamente, pouco depois, regressava, trazendo consigo, mais duas M.P., granadas de Mort. e L.G.F., medicamentos, cunhetes com fitas de M-L. e material diverso. Esta acção, pelo ineditismo de que se revelou, pelos óptimos resultados obtidos, pela acção decisivamente colaboradora da população nativa que colaborou nela, a todos causou satisfação, merecendo até um Comunicado Especial, por parte das entidades responsáveis.

    Como é do conhecimento geral, o balanta é, por tradição, ladrão de vacas. Esse seu costume, que para além dos enormes benefícios que trouxe para as NT, se veio também, por vezes, a revelar bem pernicioso, foi para nós motivo de bastantes aborrecimentos. Impossível de controlar nas suas saídas para o Mato, o grupo de balantas, no qual se integravam clandestinamente elementos nativos da Milícia e Polícia armados, arriscava-se em incursões perigosas no seio dos terrenos mais bem controlados pelo IN. Daqui resultou um elevado número de baixas por parte dos balantas, assim como da parte dos Milícias e Polícias que seguiam incluídos no grupo.

    Na manhã do dia 14 de Maio de 1967, toda a vila foi acordada por rebentamentos de granadas de Morteiro e L.G.F. do IN, numa acção de total surpresa, sobre a população e as NT. Receou-se, de início, um ataque prolongado e maciço, mas não, o IN mal disparou as granadas que trazia prontas para o ataque e fê-lo já em pura atitude de precipitação, retirou acto imediato, pois já as forças de Milícia se preparavam para seguir no seu encalço. E, deste modo, o ataque se cingiu a uma flagelação de meia dúzia de granadas disparadas sem qualquer convicção e bastante longe do objectivo. Foi esta a única vez, durante a nossa permanência em Bissorã, que o inimigo nos atacou com armas pesadas. Outras pequenas flagelações intentou, mas estas sem qualquer perigo ou consequência funesta para as NT ou população.

    Em resultado da nossa actividade operacional, bastantes foram as apresentações efectuadas quer no Comando Militar, quer na Administração local, havendo até a registar casos de indivíduos que se apresentaram com o armamento de que dispunham no Mato, revelando assim todo o crédito e confiança que depositavam no tratamento a receber pelas NT. E, vez alguma, essa confiança foi traída ou menosprezada.

    Muitos mais pormenores haveria que enumerar, mas a sua importância, a sua localização no tempo e no espaço, as suas consequências imediatas e os seus resultados práticos, não os permitem englobar na senda desta História, onde só é possível incluir factos de reconhecida importância e valor!

    Pág. 97 do Historial

    2.8.1. - MORTOS CONFIRMADOS E PRISIONEIROS FEITOS AO IN

    DATA
    OPERAÇÃO
    LOCAL
    MORTOS
    PRISION.
    OBSERV.
    07MAI66
    ESMERALDA
    IRACUNDA
    2
    2
    -
    21MAI66
    FURÃO II
    QUERÉ
    10
    -
    Entre eles um elemento de tez clara de nome Ramos
    15JUNI66
    ESTIRPE
    CAMBAJO
    3
    -
    -
    02AGO66
    ELEFANTE I
    JUGUDUL
    12
    -
    -
    01OUT66
    EMBUSTE
    IAROM
    -
    4
    -
    01NOV66
    ESPECIAL
    CAMBAJO
    6
    -
    Chefe da Base
    20DEZ66
    BOATO
    BIAMBE
    14
    -
    Ferido grave 2º Comdt. Base
    28DEZ66
    BOR
    QUÉRÉ
    3
    -
    -
    12MAR67
    BRIGANTE
    UENQUEN
    3
    5
    -
    31MAR67
    BRANDIR
    TILIGI
    -
    3
    2 armados
    03ABR67
    BAMBÚRRIO
    TILIGI
    2
    1
    -
    28ABR67
    BASTONADA
    QUÉRÉ
    8
    -
    -
    18MAI67
    BATE-BATE
    QUÉRÉ
    7
    -
    Ferido grave Chefe da Base Fonseca
    25JUN67
    BERBICACHO
    RUA
    4
    -
    -


    Além dos mortos e prisioneiros aqui assinalados, há ainda outros efectuados em acções diversas, pelo que num total se podem considerar 100 mortos e 25 prisioneiros.

    Pág. 98 do Historial

    2.8.2. - QUADRO RESUMO DO MATERIAL CAPTURADO EM OPERAÇÕES

    DATA
    OPERAÇÃO
    LOCAL
    DESIGNAÇÃO DO MATERIAL
    OBSERV.
    07MAI66
    ESMERALDA
    IRACUNDA
    1 espingarda
    15JUN66
    ESTIRPE
    CAMBAJO
    3 pistolas
    02AGO66
    ELEFANTE I
    JUGUDUL
    2 pistolas metralhadora
    13AGO66
    ELEFANTE IV
    BARÁ
    12 granadas morteiro 60
    21SET66
    FURACÃO
    MORÉS
    1 pistola
    01OUT66
    EMBUSTE
    IAROM
    1 espingarda; 3 pistolas metralhadora; 7 pistolas; 15 granadas canhão s/recuo; 1 espingarda automática Fardamento, calçado, tabaco, roupa e géneros alimentícios
    01NOV66
    ESPECIAL
    CAMBAJO
    2 pistolas metralhadora; 2 espingardas automáticas
    20DEZ66
    BOATO
    BIAMBE
    1espingarda; 1 pistola metralhadora, 4 granadas de LGF, 1 espingarda automática; 1 prato morteiro 82
    28DEZ66
    BÓR
    QUÉRÉ
    1 espingarda automática; 1 tripé de metralhadora pesada
    03FEV67
    -
    GANJOGUDE
    2 pistolas metralhadoras; 4 metralhadoras ligeiras; 8 espingardas; 27 granadas morteiro 82; 10 granadas de LGF Medicamentos, carregadores de pistola metralhadora; fitas de cartuchos
    12MAR67
    BRIGANTE
    UENQUEN
    1 espingarda; 1 pistola
    31MAR67
    BRANDIR
    TILIGI
    1 pistola; 1 granada de mão
    03ABR67
    BAMBÚRRIO
    TILIGI
    2 pistolas metralhadora; 18 granadas canhão s/recuo 1 estojo limpeza canhão s/recuo
    28ABR67
    BASTONADA
    QUÉRÉ
    1 espingarda
    25JUN67
    BERBICACHO
    RUA
    2 espingardas automáticas

    Além do material capturado e constante desta relação, foi ainda capturado outro, em acções diversas, perfazendo o seguinte total:

  • - 52 ARMAS ( incluindo metralhadoras pesadas e ligeiras, espingardas e espingardas automáticas, pistolas e pistolas metralhadoras)
  • - 27 GRANADAS DE MORT. 82
  • - 33 GRANADAS DE CANHãO SEM RECúO
  • - 12 GRANADAS DE MORT. 60
  • - 14 GRANADAS DE L.G.F.
  • - 15 GRANADAS DE MãO
  • - Outro Material diverso, incluindo 1 Prato Base de Mort. 82, 1 Tripé de M.P., 10 Minas A/C, 1 Mina A/P, cerca de 7000 munições de Armas ligeiras, Dezenas de documentos importantes, Carregadores de Pistola Metralhadora, Fardas.

    Pág. 99 do Historial

    2.8.3. - BAIXAS EM COMBATE SOFRIDAS PELAS NT (MORTOS)

    DATA
    OPERAÇÃO
    LOCAL
    POSTO E Nº
    NOME
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Furriel Miliciano
    Armindo Vieira Veloso
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    1º Cabo 1119/65
    José A. da S. Craveiro
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    1º Cabo 1135/65
    Acácio P. Rafael
    21MAI66
    FURÃO II
    QUÉRÉ
    Comdt. Pelotão Polícia Administrativa
    Paulo G. Santos
    21MAI66
    FURÃO II
    QUÉRÉ
    Caçador Nativo
    Paulo Gomes
    20SET66
    FURACÃO
    MORÉS
    Caçador Nativo
    Quilfe Nanfa
    01NOV66
    ESPECIAL
    CAMBAJO
    Milícia Nº 103
    Mamadu Seidi (Chico)
    05JAN67
    BASCULHAR
    MANSABANDIM
    Caçador Nativo
    Biai Turé
    05JAN67
    BASCULHAR
    MANSABANDIM
    Caçador Nativo
    Fogna Manhé
    05JAN67
    BASCULHAR
    MANSABANDIM
    Caçador Nativo
    Cuberna Uade
    03ABR67
    BAMBÚRRIO
    TILIGI
    Milícia Nº 90
    Seni Camará
    09JUN67
    BIZARMA
    TILIGI
    Caçador Nativo
    Nobá Lende

    Além dos mortos aqui mencionados, há ainda outros, registados em acções diversas, também em resultado de combate, perfazendo no total 19 mortos assim repartidos:

  • Pessoal Metropolitano - 3 Mortos
  • Companhia de Milícia Nº17 - 6 Mortos
  • Companhia de Polícia Administrativa - 2 Mortos
  • Caçadores Nativos de Bissorã - 8 Mortos
  • Pág. 100 do Historial

    2.8.4. - BAIXAS EM COMBATE SOFRIDAS PELAS NT (FERIDOS)

    DATA
    OPERAÇÃO
    LOCAL
    POSTO E Nº
    NOME
    Obs.
    22MAI66
    FURÃO II
    QUÉRÉ
    Furriel Miliciano
    António J. R. Lançós
    02AGO66
    ELEFANTE I
    JUGUDUL
    Soldado 1101/65
    Vitor M. C. Gonçalves
    Grave
    02AGO66
    ELEFANTE I
    JUGUDUL
    Soldado 1076/65
    Mário da C. Pereira
    13AGO66
    ELEFANTE IV
    BARÁ
    Soldado 41/65
    Manuel de Brito
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    1ºCabo 1121/65
    João A. F. Parreira
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Soldado 1045/65
    Abílio S. Fernandes
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Tenente de Artilharia
    Jorge M. P. Mourão
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    1ºCabo 1106/65
    Manuel A. G. Ribeiro
    05JAN66
    BASCULHAR
    MANSABANDIM
    Soldado
    Jaime ALves
    Grave
    05JAN66
    BASCULHAR
    MANSABANDIM
    Furriel Miliciano
    José A. R. Luís
    01FEV
    BALUARTE
    RUA
    Furriel Miliciano
    Armando B. Costa
    01FEV
    BALUARTE
    RUA
    1º Cabo 1095/65
    Nelson S. Oliveira
    01FEV
    BALUARTE
    RUA
    Soldado 1053/65
    Ilídio S. Martinho
    01FEV
    BALUARTE
    RUA
    Soldado 1059/65
    Ricardo R. Guido
    01FEV
    BALUARTE
    RUA
    Soldado 1048/65
    Abílio D. Barbosa

    Além dos feridos aqui mencionados, outros há ainda, muito ligeiros e que não vão incluídos nesta relação.

    Pág. 101 do Historial

    2.8.4. - BAIXAS EM COMBATE SOFRIDAS PELOS NATIVOS EM OPERAÇÕES (FERIDOS)

    DATA
    OPERAÇÃO
    LOCAL
    POSTO E Nº
    NOME
    Obs.
    22MAI66
    FURÃO II
    QUÉRÉ
    Milícia Nº159
    Mamadu S. Djaló
    Grave
    02AGO66
    ELEFANTE I
    JUGUDUL
    Milícia Nº127
    Bacar Camará
    01NOV66
    ESPECIAL
    CAMBAJO
    Milícia Nº122
    Manbrama Sissé
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Comdt. Pelotão Milícia
    Quebá Camará
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Milícia Nº118
    Imbemba Darame
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Milícia Nº100
    Bacar Camará
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Caçador Nativo
    Senquer Baqué
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Caçador Nativo
    Fona Fagna
    Grave
    05DEZ66
    BISSILÃO
    BIAMBE
    Caçador Nativo
    Lífona Baná
    Grave
    05JAN67
    BASCULHAR
    MANSABANDINGA
    Caçador Nativo
    Bachiro Uaque
    01FEV67
    BALUARTE
    RUA
    Milícia Nº88
    Sissau Danfá
    01FEV67
    BALUARTE
    RUA
    Milícia Nº107
    Malan Danfá
    01FEV67
    BALUARTE
    RUA
    Caçador Nativo
    Malan Camará
    01FEV67
    BALUARTE
    RUA
    Caçador Nativo
    Sangou Sissé
    01MAR67
    BALANCETE
    BIAMBE
    Comdt. Secção de Milícia
    Pul Codá
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Comdt. Pelotão Polícia Administrativa
    Mourinho Nalé
    Grave
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Soldado Ultramarino
    Mamadu Jan
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº101
    Jam Colobáli
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº127
    Ussumane Seidi
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº97
    Bailó Bari
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº113
    Alceine Bari
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº51
    Imbuie Foie
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº77
    João Bolama Nalu
    06MAI67
    BELUÁRIO
    QUÉRÉ
    Polícia Administrativo Nº119
    Tamba Bihifa
    09JUN67
    BIZARMA
    TILIGI
    Comdt. Pelotão Milícia
    Quebá Camará
    Grave
    09JUN67
    BIZARMA
    TILIGI
    Milícia Nº86
    Bajeba Djana
    09JUN67
    BIZARMA
    TILIGI
    Milícia Nº3/66
    Cuna Tchacal
    09JUN67
    BIZARMA
    TILIGI
    Caçador Nativo
    Unfame Sissé
    21JUL67
    BÁRBARA
    BIAMBE
    Comdt. Pelotão Polícia Administrativa
    Pedro Samba Juma

    Além dos feridos aqui mencionados, existem ainda outros de menor gravidade, dos quais não foi possível recolher elementos de identificação.

    Pág. 101-A do Historial

    2.8.5. - DIVERSOS

    OPERAÇÕES AO NÍVEL DE COMPANHIA COM PCV
    49
    OPERAÇÕES AO NÍVEL DE COMPANHIA COM PCV COM CONTACTO
    37

    Percentagem de Operações com contacto

    75%
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA A PÉ
    1.373
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA EM VIATURA
    285


    OPERAÇÕES, PATRULHAMENTOS E EMBOSCADAS AO NIVEL DE GRUPO DE COMBATE
    30
    OPERAÇÕES, PATRULHAMENTOS E EMBOSCADAS AO NIVEL DE GRUPO DE COMBATE COM CONTACTO
    4

    Percentagem com contacto

    13%
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA A PÉ
    443
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA EM VIATURA
    133

    ESCOLTAS DIVERSAS
    202
    ESCOLTAS DIVERSAS COM CONTACTO
    17

    Percentagem de escoltas com contacto

    8%
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA A PÉ
    1.745
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA EM VIATURA
    4.326

    TOTAIS
    ACÇÕES REALIZADAS DE CARACTER OPERACIONAL
    281
    ACÇÕES REALIZADAS DE CARACTER OPERACIONAL COM CONTACTO
    58
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA A PÉ
    3.561
    QUILOMETRAGEM PERCORRIDA EM VIATURA
    4.744
    Pág. 102 do Historial

    CAPÍTULO III
    ACTIVIDADE INTERNA

    Pág. 103/104 do Historial

    1 - OBRAS E MELHORAMENTOS
    Foi intenção constante do Comando construir, reconstruir e melhorar tudo aquilo que pudesse contribuir para elevar o nível da condição de vida, quer aos militares, quer à população civil.

    Debaixo desta norma começou por aparecer um estudo das necessidades vigentes e um plano de trabalhos, dando prioridade ao bem-estar das forças da Companhia.

    Foi assim, pois, que surgiu, em primeiro lugar, a construção de origem da COZINHA, REFEITóRIO e da CANTINA.

    Aquando da chegada da Companhia, o refeitório existente resumia-se a um tecto de capim, onde os militares eram obrigados a comer de pé e sem o mínimo de condições necessárias ao seu bem-estar e comodidade. Em face disto, impunha-se a construção, em breve, de um refeitório e, pouco depois ele apareceu.

    Foi o 3º Grupo de Combate encarregado da construção e, em meados de Março, começaram a tombar as primeiras palmeiras que iriam servir de colunas; juntamente com a ideia desta construção surgiu o desejo de o inaugurar no Domingo de Páscoa, que se aproximava a largas passadas. A ideia de um novo refeitório, mais higiénico e confortável, levou todos os militares a entregarem-se ao trabalho com uma vontade que dava gosto vê-los entregues à sua tarefa. E, realmente, no dia de Páscoa de 1966, um opíparo cozido à portuguesa , bem regado com vinho e champanhe, festejou a inauguração daquele melhoramento que tantos benefícios vinha trazer às NT. Ficou, assim, o novo refeitório constituído por três partes: a Cantina, a Cozinha e o Refeitório propriamente dito, tudo com um total de 30 metros de comprimento por 6 de largura.

    Enquanto se processava a construção do mencionado refeitório, foi o 1º Grupo encarregado da construção do PAIOL, que não nos oferecia condições de segurança, nomeadamente contra um ataque de armas pesadas. E, assim, em 2 de Março, começou a sua construção, com materiais completamente renovados e constituído por uma vala subterrânea com dois metros de pé e com uma superfície de 3x3 metros. Com esta construção mais, que terminou em 24 do mesmo mês, ficou a Companhia a dispor de um Paiol que muito razoavelmente resguardava as munições, não só do mau tempo, como também do fogo IN, em caso de ataque.

    Acessoriamente instalaram-se filtros em condições que permitiam uma utilização segura da água local, assim como se instalou um sistema de banhos por duche que foi do melhor agrado do pessoal. Ainda e como medida rudimentar de higiene, foram todas as casernas caiadas, com a colaboração da Administração.

    Entretanto, dispondo unicamente do pessoal especializado e à sua responsabilidade, o Fur.Mecânico iniciou e concluiu a construção de uma OFICINA que, para além de um grande telheiro para recolha e trabalho, dispunha de uma fossa e de uma dependência anexa que fazia de gabinete de trabalho, de casa de ferramentas e arrecadação.

    Com o fim da época das chuvas ficaram as ESTRADAS em estado lastimoso e, como é lógico, urgia repará-las. Assim, em NOV66, deu-se início à sua reparação, contribuindo para este trabalho não só o pelotão de Comando e Serviços, como todos os Grupos de Combate. Além das estradas de Mansoa, Olossato, Mansabá e Biambe, que sofreram sérias reparações, houve ainda o cuidado e necessidade de melhorar os arruamentos dentro do quartel. Todos estes trabalhos foram executados pela Companhia e independentemente do esforço operacional.

    Para comemorar o primeiro aniversário foram ainda levados a efeito, uns de maior ouros de menor envergadura, na sua maioria em colaboração efectiva com o Administrador. Referimo-nos a melhoramentos feitos na messe de Oficiais, bar de Sargentos, cantina de Soldados, melhoramentos nas casernas, etc.

    Finalmente há a salientar a reconstrução de pontões na estrada de Naga e Mansoa que ficaram devidamente construídos e de molde a poderem suportar o elevado peso de inúmeras viaturas que por lá possam passar.

    Pág. 105/106 do Historial

    2 - COLABORAÇÃO COM A AUTORIDADE ADMINISTRATIVA
    Após uma permanência ininterrupta de 20 meses em Bissorã, muito se ficou a conhecer e muito se aprendeu, não só no aspecto profissional estritamente ligado à guerra, como também no capítulo das relações humanas ali estabelecidas.

    Era este o nosso primeiro contacto com a áfrica e com a sua maneira própria de agir e trabalhar. A organização local, estabelece como Autoridade Administrativa, o Administrador de Circunscrição, a quem confere, aliás com inteira compreensão, poderes bastante latos, elevando-o como uma personagem plena de poder e autoridade, em todos os aspectos em que esta deva e possa ser administrada.

    No caso particular de Bissorã, tivemos o ensejo de conhecer como Administrador do Concelho, o senhor Aguinaldo Spencer Salomão e se vez alguma não tivemos dúvidas em que o seu nome aparecesse neste Historial, razões bem diversas e justas, nos levaram a cometer tal procedimento.

    Para além da amizade pessoal com que a todos nos quis brindar, tratando-nos com um carinho e uma sinceridade difíceis de encontrar na actualidade, quis ainda o senhor Administrador completar a sua tarefa dedicando-se, com todo o seu entusiasmo e boa vontade, a um trabalho de intensa colaboração com as NT, dispondo, para isso, de todos os meios ao seu alcance e nunca se poupando a esforços para nos ser útil e precioso. Enumerar aqui os benefícios colhidos desta colaboração seria fastidioso, pois que, o elevado número de contributos, alargaria por muito estas linhas. De qualquer modo, e com receio de omitir ainda algo de mais importante, pode-se realçar, como medidas de mais relevo, a sua prestimosa colaboração nos trabalhos de capinagem nas principais estradas que serviam a Vila, assim como no arranjo das mesmas, em alturas mais críticas, o fornecimento dos mais diversos materiais para obras locais, tudo a longo prazo, sem restrições ou condicionamentos de qualquer espécie. Dentro deste seu espírito, puramente entregue à comodidade e bem-estar das NT, será da maior justiça revelar aqui, até que ponto a sua colaboração foi decisiva, quando se pretendeu reconstruir em termos, o pontão do Namedão, que o IN, em tempos, nos havia destruído. Feitos os planos e perspectivas em Bissorã, ele próprio se quis encarregar pessoalmente da orientação dos trabalhos, no local, expondo-se a perigos, senão iminentes, pelo menos escusados. E a obra processou-se como estava planeada sendo, pois, de atribuir ao Sr. Administrador a sua cota parte na consumação da mesma.

    Merece ainda um apontamento especial, uma outra sua actividade, que embora desligada desta colaboração física, digamos assim, mereceu sempre da nossa parte uma aceitação e um reconhecimento que nem sempre, talvez, tivéssemos sabido, na altura, fazer revelar mas que, quer pelos benefícios colhidos, quer ainda pela natureza e utilidade dos assuntos apresentados, se revelam de extrema importância, identificando bem o espírito de que o Sr. Administrador estava possuído. Queremo-nos referir às preciosas informações que incondicionalmente fornecia, a respeito da actividade do IN e que obtinha através das apresentações de naturais, na Administração. Foram, algumas delas, que conduziram as NT a êxitos certos e à captura de material importante!

    Jamais hesitou, ainda, aquela Autoridade em acompanhar as NT nalgum patrulhamento a tabancas controladas, impondo, assim, a sua presença e o seu respeito junto das gentes do Mato e garantindo-lhe, daquele modo, que a Autoridade administrativa, de modo algum, as abandonaria!

    Haverá, de certo, outros pormenores que por ora passam despercebidos ou que não reúnem interesse julgado necessário, para figurarem nesta exposição mas, em todos eles, contámos sempre com o espírito decidido e dinâmico daquele funcionário. Aliados estes predicados à sua elevada categoria profissional, ao zelo pessoal e à sua esclarecida inteligência, pretende-se, pois, nesta História, prestar modesta homenagem ao Sr. Administrador Salomão, pelo alto espírito de compreensão e entreajuda que, em todas as circunstâncias, demonstrou pelos problemas afectos às NT, nunca regateando os seus préstimos ou as suas opiniões, creditando-se, assim, como um elemento que directa ou indirectamente muito contribuiu para a melhoria das condições locais em que as NT viveram ao longo daqueles vinte meses.

    Por tudo, não podemos deixar de expressar todo o nosso reconhecimento, admiração e gratidão pela preciosa colaboração que nos deu, em defesa dos naturais interesses particulares das NT, assim como no capítulo da colaboração mais ampla e elevada na defesa dos interesses pátrios que são, afinal, os de todos os que aqui vivem e lutam!

    Pág. 107/108 do Historial

    3 - AUXíLIO àS POPULAçõES
    Quem, habituado aos costumes da vida metropolitana, algum dia pisar terras de áfrica, não pode deixar de sentir um certo choque e admiração pelos costumes e hábitos locais, nomeadamente no que respeita às condições básicas de vida, vestuário, alimentação, religião, tradições, etc.

    Foi para nós a primeira experiência ultramarina e a nossa mentalidade, de início, sentiu-se inadaptada e mesmo até um pouco confrangida, diga-se em abono da verdade.

    Contudo, o hábito e o contacto diário e permanente com as populações locais, levaram-nos, em breve, não só a assimilar todas as suas particularidades, como até a penetrar no âmago de todas as questões e problemas do autóctone, como objectivo secundário da nossa missão.

    Em breve, pois, reparámos que, muito embora, as exigências locais fossem menores do que as normais, as condições de subsistência eram, na sua maioria, precárias devido à impossibilidade de se processar uma cultura adequada e completa que satisfizessem as necessidades pessoais. O terrorismo, para além dos seus aspectos políticos e mais violentos, sobrepunha assim às populações, um outro problema, não menos grave e que implicava com as suas receitas económicas. Eram assim criadas, ao nativo, dificuldades que ele outrora não havia conhecido.

    O problema, que não compete à tropa resolver na sua essência foi, contudo, por nós encarado com a maior humanidade e honestidade e, dentro das condições que dispúnhamos, algo se fez de concreto para minorar as privações existentes.

    Para além do apoio e da segurança que forças militares passaram a conferir aos trabalhadores, nos trabalhos de lavoura que tinham que levar a cabo nos locais mais afastados de Bissorã, dispensou-se sempre e sem qualquer condicionamento o número de viaturas indispensáveis para a recolha dos produtos agrícolas, assim como para os transportes mais diversos, tudo em sobreposição com a actividade operacional normal e com o restante esforço a exercer.

    Contou-se ainda com a cedência das sobras do Rancho Geral, artigos dos mais diversos, tudo em benefício diminuto das populações, mas dado com a maior consciência e boa vontade.

    Acima de tudo, houve, também, o cuidado pelo respeito das crenças e costumes naturais, jamais menosprezando raças ou tradições arreigadas e sempre se tratando tudo e todos com o respeito e o carinho que merecem os hábitos de cada um.

    Baseado nesta compreensão e respeito totais, surgiu inevitavelmente a atitude recíproca da população que passou a usufruir, por nós, uma admiração e afecto especiais, aumentados ainda pelos bons resultados operacionais constantes.

    Alturas houve ainda que, do mato, surgiu o grito angustiante de uma ou outra tabanca que, no desejo de se furtar à acção violenta do IN, resolvia abandonar o mato e integrar-se em Bissorã. Também, desta feita, jamais se regatearam os esforços necessários e, quer as viaturas quer as forças de segurança aconselháveis, logo seguiam em defesa dos interesses daquelas gentes, subtraindo-as, assim, ao controlo do IN e possibilitando-lhes uma vivência pacífica na vila.

    A atestar toda a simpatia, carinho, respeito e admiração da população de cor, pela nossa Companhia fomos, no último dia de permanência em Bissorã, surpreendidos por um Batuque, formal, em nossa honra que, para além de nos deixar agradavelmente confusos, expressava cabalmente o reconhecimento e amizade que ali tínhamos alicerçado, ao longo de vinte meses de comissão. E, quando uma representante das mulheres nativas nos fez a entrega simbólica de uma significativa lembrança regional, uma emoção incontida nos assoberbou e uma teimosa lágrima não pôde ocultar-se nos nossos olhos.

    Que mais provas seriam necessárias para representar o carinho e a admiração daquela gente, por nós?

    O simbolismo daquele batuque e o significado íntimo daquela oferta, encerravam todo o culto daquela gente de eleição, pela nossa Companhia, pela nossa presença na sua terra amada que sempre respeitámos e acarinhámos, com o amor e a dedicação próprios de quem pretende conviver e compreender as aspirações, os desejos e a luta de um povo que só pretende o seu bem-estar e o seu quinhão de terra para sobreviver.

    Pág. 109/110 do Historial

    4 - VALORIZAçãO DAS FORçAS NATIVAS
    é um facto reconhecido, desde o princípio, do terrorismo, o valor que as forças nativas de Bissorã possuem e a colaboração que as NT delas obtêm, na maior parte dos casos, com acção decisiva no desenrolar das operações e a contribuir para o bom êxito das mesmas.

    Aquando da nossa chegada a esta vila, viemos encontrar dois pelotões da Companhia de Milícia nº 17 e uma Companhia de Polícia Administrativa, constituída a 4 pelotões. A actividade destas forças era bem diversa e, assim, enquanto que a Milícia era empenhada em operações, encabeçando as colunas, à Polícia Administrativa era atribuído um papel secundário, saindo para o mato apenas integrada em colunas-auto, para colaborar nas picagens de estrada.

    Dependia a Milícia da CCAç 1419, para todos os efeitos, ao passo que a Polícia Administrativa, como o nome indica, disciplinar e administrativamente estava subordinada à Administração, podendo contudo dispor-se dela operacionalmente, sempre que as circunstâncias o exigissem. Assim, desde a chegada da nossa CART até cerca do 10º mês de comissão, altura em que a CAç 1419 foi para Mansabá, apenas podia haver um conhecimento relativo da verdadeira situação dessas forças nativas e das dificuldades ou problemas que poderiam ter.

    Passou então o comando militar de Bissorã para a CART 1525 e, consequentemente, a dependência das referidas forças. A constituição das mesmas não foi alterada, não só por que vinha do antecedente, mas também porque, salvo algumas e poucas excepções, se provou que estava correcta. A Milícia continuou assim com Quebá Camará, no comando do pelotão nº 157 e Bacai Camará comandando o nº 158, estando a cargo de Citafá Camará e Landim Camará as funções de guias e informadores da NT.

    A Companhia de Polícia Administrativa, sob o comando do Aspirante Mamadú Alfa, tinha à cabeça dos seus pelotões Pedro Sambajuma, Carafala Jassi, Mourinho Nalé e Mussá. Poucos dias decorreram e logo foi pedido ao Comandante da CART 1525, pelos elementos da Polícia atrás referidos, que à mesma fossem atribuídas outras funções, inclusivamente, acção permanente na actividade operacional. A petição foi devidamente encarada e resolvida a seu contento, pois, a partir dessa altura, passou a Polícia a colaborar em todas as operações com um pelotão, facto que muito os regozijou, atendendo a que também eram filhos da Guiné e queriam lutar a nosso lado pelo solo pátrio . Foi, por assim dizer, o primeiro problema resolvido e, para tal, tivemos apenas que depositar um pouco de confiança em quem, poucas ou nenhumas possibilidades tivera para se revelar.

    Mas, à medida que o tempo foi decorrendo, começaram a surgir outros problemas, da mais variada ordem. Estes, uma vez apresentados ao Comandante da CART 1525, mereceram sempre a melhor atenção e respeito, tentando dar-lhe a devida solução, dentro das suas possibilidades.

    Os guias Citafá Camará Landim Camará acusavam o peso dos anos e não podiam manter o mesmo ritmo em que até aí tinham sido utilizados e a Milícia, a começar nos seus comandantes, não tinha ainda visto premiado o seu valor, quer individual, quer colectivamente.

    As numerosas operações que se seguiram reforçaram mais profundamente, no Comandante da CART, o real mérito que as forças nativas possuíam e do qual já se tinha algum conhecimento. Com base nos relatórios dessas operaçõe surgiram as primeiras citações e o primeiro objectivo foi conseguido ? a promoção a alferes de 2ª linha de Quebá Camará e de Citafá Camará ? na realidade, dentre todos, os mais merecedores, por tantos e tão relevantes serviços prestados. Estas duas promoções, que há muito haviam sido prometidas, mas sem que efectivamente se concretizassem, causaram natural júbilo, não só aos galardoados, mas também aos seus subordinados e à maioria da população nativa que muito os estima. Posteriormente foi ainda proposto, também para ser promovido a alferes de 2ª linha, o outro comandante de pelotão de Milícia, Bacai Camará. Seguiram-se propostas de Cruzes de Guerra para dois comandantes de secção de Milícia, Bacar Camará e Bajeba Jana e para o comandante de pelotão de Polícia Administrativa, Pedro Sambajuma. A culminar foram ainda propostas para o Prémio do Governador da Guiné ? deslocação à Metrópole ? os já referidos Quebá Camará e Citafá Camará.

    Entretanto e no respeitante à Polícia Administrativa, foram reorganizados os seus quadros, passando a ficar constituída a três pelotões, sob o comando de Pedro Sambajuma, Mamadú Aliú e Mussá, pois Mourinho Nalé havia sido ferido com gravidade e Carafala Jassi viu um seu requerimento para reingresso no Exército deferido, passando a fazer parte da nossa CART.

    Não foram, contudo, descurados outros problemas que se nos apresentavam, pelo que surgiram bastantes oportunidades de se ajudarem os elementos das forças nativas, conseguindo-se coberturas de zinco para as casas de alguns deles, emprestando-lhes dinheiro e arranjando-lhes alguns géneros alimentícios, nas alturas mais difíceis. Os processos para a concessão de subsídios aos feridos e incapacitados seguiram o seu curso normal, aguardando apenas o deferimento superior e aos mortos a nossa homenagem foi prestada com a inscrição do seu nome no monumento de reconhecimento a Bissorã, por nós erigido.

    Quando se abandonou Bissorã e para mostrar o nosso incontestável reconhecimento e apreço pelas forças da Milícia local, foi por nós elaborada a seguinte proposta de louvor que, mais tarde, veio a ser considerada pelos Comandos Superiores:

    Pág. 111/112 do Historial

    Louvo as forças de Milícia de Bissorã, por sempre terem dado provas de inexcedível brio e coragem nas inúmeras operações em que tomaram parte juntamente com as NT.

    Constituindo uma força operacional de real categoria e de insuperável valor, em numerosos contactos com o IN, evidenciou atributos excepcionais de decisão, valentia, determinação e apego à luta, jamais voltando as costas ao IN e, antes pelo contrário, batendo-o em toda a frente e nunca lhe dando tréguas.

    Pela sua acção altamente decisiva, no decurso de variadíssimas operações, cotou-se como uma força digna da maior confiança e admiração das NT, sendo particularmente responsável pelos frequentes êxitos das nossas acções. Marchando sempre na testa das colunas, por sua iniciativa e desejo, aí e durante os vários contactos com o IN, demonstraram as forças de Milícia estarem possuídas de grande ânimo e de uma vontade férrea de baterem o IN e limparem, assim, a zona à sua responsabilidade.

    Excelentemente enquadrada, quer no que respeita aos Comandantes de Pelotão, quer aos de Secção, aquela força, em todas as circunstâncias, jamais regateou os esforços que lhe eram exigidos, por vezes intensos, entregando-se à luta com um querer e com uma decisão que chegavam a contagiar as NT.

    Pela sua acção altamente preponderante, pelo elevado nível combatente de todos os seus homens, pelo intenso esforço desenvolvido desde sempre, pelas suas reais qualidades de guerreiros natos e pelo grande patriotismo sempre evidenciado, pretende este Comando render homenagem e prestar justiça a estes combatentes invulgares, desejando-os apontar como exemplos relevantes a quantos nestas terras se integram na luta contra o inimigo.

    (O.S. nº 239 de 11OUT67 do BCAç 1876)

    Pág. 113/114 do Historial

    5 - VIDA SOCIAL
    De entre todas as povoações da Guiné que presentemente mantêm a sua vida normal, apesar da acção do terrorismo, pode-se considerar Bissorã como uma delas, das poucas, supomos até. Mercê de uma situação geográfica especial, mercê talvez do grande volume de tropas sempre ali estacionado, devido ainda à grande dispersão da vila e aos terrenos descobertos que a cercam, nunca (e referimo-nos ao tempo em que decorre esta História) foi Bissorã vítima de um ataque maciço do IN, como tem sido ultimamente tanto do seu gosto e como o tem efectuado, com regularidade, às restantes povoações do Sector.

    Esta circunstância, nitidamente estimulante, aliada a um mínimo de condições de subsistência que a vila ainda conserva, veio permitir que em Bissorã existam condições de vida que tornam compatível a presença de bastantes elementos de cor branca, nomeadamente funcionários administrativos, comerciantes e outro pessoal diverso. O elemento feminino, também se faz representar, dando uma certa nota de ternura e alegria ao ambiente que as NT ali encontram.

    Por tudo isto mantém Bissorã, apesar da intensa actividade operacional que dali irradia, condições de vida que lhe permitem a existência dum ambiente social bastante razoável, com confraternizações frequentes entre as famílias de cor branca, atrás referidas, com os elementos das NT, nomeadamente Oficiais e Sargentos. Talvez até, essa população, orientada unicamente no sentido de apoiar e estimular, o melhor possível, o nosso pessoal, por se sentir protegida e, ao mesmo tempo, por pretender colmatar a lacuna que sempre provocam o isolamento e as privações que os elementos militares sofrem afastados dos seus, talvez por isso também, dizíamos, essa mesma população pretenda redobrar os caminhos e as iniciativas de cunho alegre, no sentido de, dessa maneira, pagar o seu tributo de admiração e respeito pelas tropas ali em serviço.

    O certo é que foram inúmeras as provas de satisfação e ternura levadas a cabo por eles, sendo os seus objectivos literalmente atingidos. Frequentes foram as festas particulares, quer em casa do Administrador, quer em casa do Secretário, quer ainda na dos comerciantes locais e todas elas animadas do melhor espírito festivo e descontraído.

    Pelas alturas do Natal e Ano Novo, épocas estas que mais fundo tocam o sentimento, também eles não descuraram esse facto e, pelo Natal, em casa do Sr Michel Ajoux e, no Ano Novo, em casa do Sr. Administrador, foram organizadas festas simples, mas significativas, que imenso nos ajudaram a passar esses momentos, afastados dos nossos, calando-nos a saudade que nos remoía o espírito.

    Dispunha ainda Bissorã dum Clube local e de um cinema, pertença do mesmo Clube, onde, duas vezes por semana, eram exibidos filmes de grande metragem. Será desnecessário enaltecer o valor destes dois divertimentos pois, quer no Clube, quer no cinema, sempre encontraram os nossos homens motivos para recrear o espírito e esquecer, por momentos, as agruras da guerra.

    Todos estes factores, aliados a uma compreensão perfeita, que sempre nutrimos pela defesa dos interesses locais, fizeram com que o ambiente fosse nitidamente melhorando com o decurso do tempo e à medida que se consolidavam amizades. Inúmeros amigos ali deixámos, desde funcionários e comerciantes mais importantes, até ao pessoal menos representativo e a todos eles, a quem reservamos um lugar muito especial no nosso Historial, daqui lhes enviamos a expressão sincera do nosso agradecimento e gratidão por tudo quanto, duma maneira ou doutra, fizeram por nós pelo nosso bem-estar, pela recreação dos nossos espíritos! Bem hajam todos, pois, pela sua acção bem carinhosa e, finalmente, uma referência particular para todos os elementos femininos que, duma maneira intransigente e total, se souberam integrar no espírito conciliador que sempre reinou em Bissorã, sabendo da melhor maneira transmitir a todas as festas e momentos de contacto a sua presença bem feminina e simpática, a todos nós.

    Quis toda a população, como epílogo das suas manifestações de afecto, brindar a Companhia, no final da comissão, com uma festa de despedida e homenagem a todo o nosso pessoal a qual, quer pelo seu significado e carinho de que foi rodeada, quer ela mesa farta e variada que apresentou, a todos impressionou da melhor maneira, sendo ela, até, o motivo final que, para sempre, veio ligar Bissorã à História da nossa Companhia.

    Por tudo, obrigado Bissorã e que a mensagem gravada no nosso obelisco possa, para sempre, perpetuar o nosso reconhecimento e amizade por tão boa gente.

    Pág. 115 a 118 do Historial

    6 - ACTIVIDADE DESPORTIVA
    Neste campo desenvolveu a Companhia uma actividade intensa, tanto mais de salientar em virtude de, paralelamente, continuar sem quebra de ritmo a ser solicitada operacionalmente pelos Comandos dos Batalhões a que pertenceu, ao longo da sua comissão. Bissorã foi e é um lugar privilegiado, nesse aspecto, visto que dispõe de recintos para a prática do futebol, voleibol, basquetebol, andebol de sete e ténis, além de, na sede do seu clube representativo, existir ainda uma mesa de ping-pong. Assim, não podiam os componentes da Companhia permanecer indiferentes a tal convite para a prática do desporto, até por que, desde logo, com o Atlético Clube de Bissorã e as Companhias que por aqui passaram, conjuntamente se estabeleceu uma grande, mas salutar e benéfica, rivalidade.

    Tecidas estas considerações recorde-se, então, mais detidamente, o que foi e conseguiu, nas diversas modalidades.

    FUTEBOL ? Considerado o desporto-rei , foi ele que atraiu as atenções e no qual os resultados foram, para nós, mais brilhante. Integrados na Companhia dois futebolistas profissionais, Testas e Candeias, forma estes os grandes impulsionadores na formação da equipa e na sua orientação. Os restantes, rapazes habilidosos, conseguiram desde os primeiros jogos, um espírito de equipa, alicerçado principalmente na grande camaradagem reinante, que muitas e brilhantes vitórias nos haveriam de dar. Quando da chegada a Bissorã, o Atlético local dispunha de uma equipa experimentada e valorosa, cujos componentes de há muito jogavam juntos e a CCAç 1419, do mesmo modo, contava com uma equipa razoável e, acima de tudo, já suficientemente jogada.

    Nos vários domingos que sucessivamente se foram passando, efectuaram-se diversos jogos que, apesar de não contarem para qualquer torneio, tinham em vista dirimir uma superioridade que qualquer das equipas, no seu brio muito pessoal, desejava com ardor. Os resultados até Novembro 66, data em que a CCAç 1419 deixou Bissorã, não podiam ser mais favoráveis. Assim, seis dos jogos efectuados com aquela Companhia contam-se cinco vitórias, sendo a mais expressiva por 4 ? 0 e apenas um empate a 2 bolas. Com o Atlético local, em outros seis encontros, conquistaram-se quatro vitórias e sofreram-se duas derrotas. Balanço, pois, positivo, neste período. Substituindo a CCAç 1419, a CART 1612 dispunha igualmente de uma equipa organizada e que, conhecedora do valor do seu adversário, procurou abalar a supremacia que, neste desporto, o mesmo vinha exercendo em Bissorã. Efectuados cinco jogos a CART 1525 averbou mais três vitórias, sendo uma por 6 ? 0 e cedeu dois empates, sendo um deles muito forçado, por uma arbitragem muito infeliz.

    Há a assinalar que, durante este período, a nossa equipa foi convidada para efectuar um jogo em Bissau, contra o BatInt. Após vencidas algumas dificuldades organizou-se uma coluna especial e tornou-se realidade tal desejo. O valor da equipa do BatInt, ao que nos foi informado, era bastante, pelo que em vez da equipa da Companhia constituiu-se um misto, actuando quatro elementos da CART 1612. Afinal estes, todos de reconhecido valor, falharam totalmente, sendo um deles o guarda-redes, que consentiu três golos absolutamente defensáveis. Resultado final: 1 ? 4.

    Mas o verdadeiro valor da nossa equipa havia de ficar bem vincado em dois momentos capitais. Num encontro ansiosamente esperado, defrontou uma selecção formada por elementos do Atlético de Bissorã da CART 1612. Difícil missão lhe estava reservada mas, ao fim e ao cabo, numa demonstração plena de querer, conseguiu um digno empate a três golos, após um jogo que em nível técnico ultrapassou, em muito, a mediania.

    Até que chegou já, no 18º mês de comissão, o 19º aniversário do Atlético Clube de Bissorã. Quis esta agremiação comemorar condignamente a data e, dentro dos vários números do seu programa de festas, contava a disputa da valiosa taça Aguinaldo Salomão , num torneio de futebol, com a participação do Clube em festa, da CART 1525 e da CART 1612.

    Designado o Atlético para a final, uma eliminatória entre as duas Companhias deveria apurar o outro finalista para a disputa da taça. Para a CART 1525 o jogo foi um pouco difícil, em virtude de não contar com alguns elementos indispensáveis, na altura na Metrópole, em gozo de merecida licença. Contudo nunca esteve em dúvida a sua superioridade, traduzida, a poucos minutos do fim por 2 ? 1. Passava já bastante do tempo regulamentar e, num golo validado incrivelmente pelo árbitro, o adversário conseguiu o empate, mas de nada lhe serviu, visto que, em cantos , factor decisivo para a qualificação neste caso, mantinha nove contra e somente quatro a favor. Presente, pois, na final, com todo o mérito e perseguida pela adversidade ? a CART 1525?

    Contra o Atlético os mesmos problemas do jogo anterior assaltaram a sua equipa, principalmente a falta dos jogadores referidos e tidos como insubstituíveis. Mas, mesmo assim, falaram outra vez a indómita força de vontade de que estava possuída e a fé inabalável na vitória. Nada pôde o Atlético fazer para contrariar a nossa superioridade que se cifrou por 2 ? 0 concludentes, falhando ainda o Testas um penalty . Delírio no final, com todos os componentes da Companhia, incluindo o seu Comandante, festejando tão apetecida vitória. Estava conquistada a taça e não havia reticências a pôr.

    Substituída a CART 1612 pela CART 1746, nova rivalidade se viria a constituir com a equipa desta Companhia. Se bem que já um pouco desgastada fisicamente, enquanto que a adversária acabava de chegar da Metrópole, não deixou a nossa equipa os seus créditos por mãos alheias. Em três jogos efectuados, outra tantas vitórias, sendo duas bastante expressivas: 9 ? 0 e 6 ? 0. Cabe aqui referir que, ainda em Bissorã, se defrontou, por duas vezes, uma selecção constituída por elementos da CART 1746 e do Atlético local. Outras tantas vitórias se conseguiram, sendo a última por 5 ? 4, num jogo emocionante e verdadeiramente bem jogado, de parte a parte.

    Já em Bissau não parou, todavia, esta intensa actividade, defrontando-se, por duas vezes, a equipa de Engenharia, conseguindo-se duas vitórias, se bem que tangenciais. O último jogo contra a equipa do Hospital é que não correu muito favoravelmente, pois averbou-se uma derrota por 4 ? 3. Foi pena, realmente, tanto mais que uma vitória, seria o fecho de tão intensa quão brilhante actividade.

    ATLETISMO - Esta modalidade, pelas suas características especiais, não pôde ser fomentada como se desejaria. Contudo e aproveitando-se o feriado do dia 1 de Dezembro de 1966, em colaboração com o Atlético Clube de Bissorã e Ala da Mocidade Portuguesa de Bissorã, levou-se a efeito uma reunião de Atletismo com provas de 100 metros, 1500 metros, salto em comprimento e altura e uma corrida de fundo denominada Volta a Bissorã . A nossa representação foi, de certo modo, diminuta mas, nem por isso, deixou de marcar uma posição que pode ser considerada boa. Com efeito, Francisco Candeias venceu os 100 metros, no bom tempo de 12 s. e o salto em comprimento com a marca de 5,95 m. Nos 1500 metros obtivemos o 2º lugar e, na corrida de fundo outro 2º e o3º. Apenas no salto em altura a nossa Companhia falhou rotundamente. Cabe aqui fazer uma referência especial ao vencedor desta última prova, o nativo Bailo Bari, da Polícia Administrativa que, sem preparação alguma e possuidor de uma técnica rudimentaríssima, venceu a prova pulando 1,68 m.

    BRIDGE - Se bem que este desporto seja considerado de salão e apenas ao alcance dos mais evoluídos, nele também a Companhia conquistou os seus louros. Foi o caso do campeonato organizado pelo Atlético Clube de Bissorã integrado nas comemorações do seu 19º aniversário, em que a nossa representação, para além de conquistar os dois primeiro lugares, respectivamente pelo alferes Germano da Silva e furriel Rosa Mendes, ainda classificou mais quatro concorrentes até ao 8º lugar, num total de 14.

    TéNIS DE MESA - Dois torneios foram realizados pelo Atlético local e, em ambos, nos fizemos representar. No primeiro, em Agosto de 1966, conquistámos, com todo o mérito, a posição cimeira através do malogrado furriel Armindo Veloso.

    No segundo, também fazendo parte do programa de festas do aniversário do Atlético local, em primeira e segunda categorias, a vitória fugiu-nos por pouco, contentando-nos com as posições secundárias. Mas perder e ganhar é desporto e ?o que na realidade interessa, é competir.

    As restantes modalidades com possibilidade de aqui serem praticadas não tiveram muito incremento nosso, em parte por falta de tempo, em parte com falta de elementos com aptidão para eles. Registaram-se, no entanto, alguns jogos treino de Voleibol e a prática de Ténis no court que, em boa hora, aqui foi construído. Os amantes da caça e da pesca também tiveram possibilidades de praticar as suas modalidades preferidas, pois as condições naturais proporcionaram-lhes, nesses desportos, agradáveis momentos de diversão.

    Pág. 119/120 do Historial

    CAPÍTULO IV
    DIVERSOS

    4.1 - CONDECORAÇÕES E LOUVORES

    CRUZ DE GUERRA

    A Medalha da Cruz de Guerra destina-se a galardoar actos e feitos de bravura praticados em campanha por militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea ou por civis, quer nacionais, quer estrangeiros.

    Manuel de Brito
    Domingos Barbosa
    João A. F. Parreira
    Américo M. Silva
    Carlos A. Monteiro
    Manuel Marques
    Jorge Manuel Piçarra Mourão
    José S. Félix
    Manuel D. Oliveira

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    LOUVOR PELO COMANDO MILITAR DA GUINÉ
    Louvor concedido por sua excelência o comandante militar do C.T.I.G. à Companhia no final da comissão e lido perante a formatura geral das tropas a embarcar, durante a entrega das insígnias da Medalha Comemorativa das Campanhas da Guiné.

    AAAALouvo a Companhia de Artilharia nº 1525 porque durante toda a sua Comissão na Província da Guiná se evidenciou extraordináriamente eficiente, valorosa e brilhante no cumprimento das diversas missões que lhe foram atribuídas, mesmo as mais difíceis e delicadas.

    AAAADesenvolvendo intensa e profícua acrividade operacional, caracterizada por marcado espirito ofensivo, acentuado valor combativo e firme determinação, materializada por numerosas operações, normalmente bem sucedidas mercê de um invulgar espírito de iniciativa e firme desejo de vencer revelada por todos os seus Oficiais, Sargentos e Praças, que, brilhantemente conduzidos pelo seu Comandante, em cuja valorosa e entusiástica conduta viam um exemplo, actuaram sempre com a maior bravura, espírito de sacrifício e abnegação. conseguindo notáveis resultados, traduzidos em numerosas baixas infligidas ao inimigo e no volumoso material capturado.

    AAAAEm todas as ocasiões e todos os lugares, actuou sempre a Companhia de Artilharia 1525 com o maior brilhantismo e determinação, não hesitando nunca perante os perigos e as situações difíceis que teve de enfrentar no cumprimento das missões que lhe eram cometidas, umas em conjugação com outras Forças, de que se saliente a sua actuação nas Operações "ELEFANTE" e "ESMIUÇAR", em que foi verdadeiramente notável pela agressividade e denodo com que se empnehou, outras apenas com os seus próprios meios, em que o elevado moral, o seu generalizado espírito de corpo e o seu inquebrantável espírito de missão a levaram a não dar tréguas a um inimigo inicialmente forte e moralizado como foi o que se lhe deparou e que progressivamente e seguramente foi desbaratado, obtendo tais êxitos que, no cômputo de toda a actividade operacional do C.T.I.G., a credenciaram por duas vezes, como Companhia mais eficiente e valorosa.

    AAAAPelos resultados obtidos, pela primorosa execução e eficiente secção de Comando, são de destacar as Operações "RELÂMPAGO", "ESTIRPE", "EMBUSTE", "ESPIÃO", "BISSILÃO", "BOR", e "BAMBÚRRIO", de entre tantas outras em que se empenhou infatigávelmente.

    AAAANão limitando a sua acção à actividade operacional, mas alargando-a inteligentemente e com a maior objectividade ao campo da acção psicossocial, alcançou resultados bastante notáveis que se traduziram pela grande confiança que na Companhia depositava a população junto de que teve de actuar, e da qual obteve a mais pronta e eficiente colaboração.

    AAAAPela sua valorosa acção global, pelo valor e bravura de todos os seus componentes, desde o Comandante aos Oficiais, Sargentos e Praças, pelos assinalados êxitos obtidos ao longo de toda a sua Comissão de serviço, merece a COMPANHIA DE ARTILHARIA 1525 ser apontada como uma verdadeira Unidade de élite, cujos feitos brilhantes e distintos na província da Guiné muito prestigiaram o Exército e a Nação."

    Quartel em Bissau, 27 de Outubro de 1967
    O COMANDANTE MILITAR AAAA

    VICTOR NOVAIS GONÇALVESAA
    BRIGADEIRO AAAAAAA

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    POSTO
    ESPECI.
    NOME
    CONDECORAÇÃO / LOUVOR
    Soldado
    41/65
    Atirador Manuel de Brito Cruz de Guerra 2ª Classe - Portaria 21DEZ66
    1º Cabo
    1096/65
    Atirador Carlos A. Monteiro Cruz de Guerra 3ª Classe - Despacho 04ABR67
    1º Cabo
    1137/65
    Enfermeiro Domingos Barbosa Cruz de Guerra 4ª Classe - Despacho 01MAR67
    1º Cabo
    1121/65
    Atirador João A. F. Parreira Cruz de Guerra 4ª Classe - Despacho 01MAR67
    1º Cabo
    1141/65
    Enfermeiro Américo M. Silva Cruz de Guerra 4ª Classe - Despacho 14ABR67
    2º Sargento
    -
    Infantaria Manuel Marques Cruz de Guerra 4ª Classe - Despacho 08SET67
    -
    Soldado
    41/65
    Atirador Manuel de Brito Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 27OUT66
    1º Cabo
    1141/65
    Enfermeiro Américo M. Silva Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 25MAR67
    Furriel
    -
    Atirador António R. Mendes Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 28JUN67
    Soldado
    1045/65
    Atirador Abílio Fernandes Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 28JUN67
    Soldado
    1047/65
    Atirador Guilherme Amante Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 28JUN67
    Soldado
    1029/65
    Atirador Eduardo S. Almeida Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 28JUN67
    Alferes
    -
    Atirador Rui C. S. Chouriço Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    Alferes
    -
    Atirador Manuel M. Oliveira Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    Alferes
    -
    Atirador Germano Silva Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    Furriel
    -
    Atirador José A. R. Luís Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    1º Cabo
    1103/65
    Atirador José P. Pinto Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    Soldado
    1086/65
    Atirador José E. Pinto Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    Soldado
    1041/65
    Atirador Abel B. Esteves Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22AGO67
    2º Sargento
    -
    Infantaria Manuel Marques Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 28AGO67
    Furriel
    -
    Atirador António M. Lançós Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 04OUT67
    Soldado
    1031/65
    Atirador Gualter P. Gomes Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 04OUT67
    1º Cabo
    1110/65
    Atirador José D. Costa Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22OUT67
    1º Cabo
    1118/65
    Atirador Manuel M. Almeida Louvado pelo Comdt. Militar da Guiné - 22OUT67
    -
    1º Cabo
    1096/65
    Atirador Carlos A. Monteiro Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 13AGO66
    Furriel
    -
    Enfermeiro José M. Gouveia Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 30MAI67
    Soldado
    2353/65
    Atirador José S. Félix Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 30MAI67
    Soldado
    1049/65
    Atirador José J. Rodrigues Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 30MAI67
    1º Cabo
    1120/65
    Atirador Joaquim Oliveira Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 30MAI67
    1º Cabo
    1111/65
    Atirador José A. C. Silva Louvado pelo Comdt. do Agrupamento 1976 - 16AGO67
    -
    Furriel
    -
    Mecânico Auto Adrião L. Mateus Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1857 - 19NOV66
    Tenente
    -
    Artilharia Jorge M. P. Mourão Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1857 - 26NOV66
    Soldado
    1667/65
    Desempanador Arménio L. Branco Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 14JAN67
    1º Cabo
    1095/65
    Atirador Nelson S. Oliveira Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 10FEV67
    1º Cabo
    1112/65
    Atirador Joaquim M. Silva Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 10FEV67
    1º Cabo
    1115/65
    Atirador Joaquim M. Silva Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 10FEV67
    1º Cabo
    185/65
    Escriturário José L. P. Soares Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 10FEV67
    Soldado
    1083/65
    Atirador José A. M. Nunes Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 790 - 10FEV67
    1º Cabo
    1128/65
    Reabastecimento Joaquim S. Batista Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 29JUL67
    1º Cabo
    1140/65
    Operador Cripto Manuel A. G. Silva Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 29JUL67
    Soldado
    1112/65
    Condutor Auto Manuel Cartaxo Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 29JUL67
    Soldado
    1099/65
    Atirador Manuel P. Rosa Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Artilharia 1904 - 02SET67
    2º Sargento
    -
    Artilharia Rogério A. Dinis Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 09SET67
    1º Cabo
    1425/67
    Enfermeiro Carlos T. Santos Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 07OUT67
    Soldado
    1038/65
    Atirador Manuel J. Penso Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 07OUT67
    Soldado
    1125/65
    Taca José R. Ferreira Louvado pelo Comdt. do Batalhão de Caçadores 1876 - 07OUT67
    -
    Capitão
    -
    Artilharia Jorge P. Mourão Proposta para a Cruz de Guerra
    Soldado
    2353/65
    Atirador José S. Félix Proposta para a Cruz de Guerra
    Soldado
    1058/65
    Atirador Manuel D. Oliveira Proposta para a Cruz de Guerra

    No total há a considerer as seguintes Condecorações e Louvores:

  • - CRUZES DE GUERRA - 6 (seis)
  • - LOUVORES PELO COMANDANTE MILITAR - 18 (dezoito)
  • - LOUVORES PELO AGRUPAMENTO 1976 - 6 (seis)
  • LOUVORES PELOS COMANDANTES DE BATALHÂO - 16 (dezassseis)

    - Existem ainda mais 3 (três) Propostas para a Cruz de Guerra (Nota: Foram atribuídas posteriormente)

    - Por acções em combate e por proposta da Companhia, foram promovidos a Alferes de 2ª Linha 2 (dois) elementos da Compª Milª 17, um terceiro está proposto e, para a Cruz de Gerra forma propostos 2 (dois) Milícias, 1 (um) Polícia Administrativo e 1 (um) Soldado Ultramarino da Companhia

    Pág. 121 do Historial

    4.2 - PUNIÇÕES

    O texto que se segue não faz parte do Historial e substitui a listagem de nomes dos militares punidos durante os longos 22 meses de comissão de serviço que se encontra na página 122 do Historial. Achou-se por bem não se publicar essa lista.

    Houve algumas faltas de disciplina que obrigaram à aplicação das punições previstas no Regulamento de Disciplina Militar. No total foram punidos 21 militares sendo a pena máxima aplicada de 10 dias de prisão disciplinar agravada e a de menor relevância de 5 dias de detenção. Atendendo à situação vivida pode-se afirmar que a disciplina nunca foi um problema na Cart 1525.

    Pág. 123 do Historial

    4.3 - COMPLETAMENTOS

    POSTO
    ESPECI.
    NOME
    DATA DO COMPLETAMENTO
    1º Cabo
    3446165
    Mecânico Armas Ligeiras Manuel Vitorino Diniz 19MAR66
    Soldado
    7212965
    Atirador Manuel F. Cláudio 19MAR66
    1º Cabo
    3993564
    Atirador António Ribeiro Marinho 12MAI66
    1º Cabo
    12894064
    Clarim Mário A. Carpinteiro 25AGO66
    1º Cabo
    5690166
    Enfermeiro Carlos T. dos Santos 18JANO67

    4.4 - RECOMPLETAMENTOS

    POSTO
    ESPECI.
    NOME
    DATA
    SUBSTITUI
    Soldado
    41/65
    Atirador Manuel de Brito 12MAI66 Sold.1040/65 Ovídio Araújo
    Soldado
    10054/64
    Atirador Ilídio Carvalho 02OUT66 Sold.41/65 Manuel Brito
    Soldado
    68699/65
    Atirador José S. Félix 03NOV66 Sold.1101/65 V.M.Gonçalves
    1º Cabo
    59903/65
    Atirador Manuel C. G. Serra 19JAN67 1º Cabo A. J. Vicente
    1º Cabo
    20132/66
    Atirador Januário Santos 06FEV67 1º Cabo A. P. Rafael
    Furriel
    038419/64
    Alimentação Fernando V. Pinto 24FEV67 Furriel A. V. Veloso
    1º Cabo
    03202/66
    Atirador Zeferino Cunha 12MAR67 1ºCabo J. A. F. Parreira
    1º Cabo
    24988/66
    Atirador Francisco Nobre 12MAR67 1ºCabo A. S. Craveiro
    Soldado
    07525/66
    Atirador António J. Santos 01MAI67 Sold.1091/65 Jorge D. Neto

    Pág. 124 do Historial (última página)

    4.5 - EVACUAÇÕES PARA O HOSPITAL MILITAR PRINCIPAL - LISBOA

    POSTO
    ESPECI.
    NOME
    DATA
    MOTIVO
    Soldado
    1040/65
    Atirador Ovídio R. de Araújo 12FEV66 Acidente de viação
    Soldado
    1101/65
    Atirador Vitor M. C. Gonçalves Ferido em Combate
    Soldado
    41/65
    Atirador Manuel de Brito Ferido em Combate
    1º Cabo
    1010/65
    Atirador António J. Vicente 09NOV66 Doença em serviço (*)
    1º Cabo
    1121/65
    Atirador João A. F. Parreira 09NOV66 Ferido em combate
    Soldado
    1091/65
    Atirador Jorge Dias Neto 05MAR67 Doença em serviço
    Soldado
    1092/65
    Atirador António Magalhães 05OUT67 Doença em serviço

    (*) Regressou posteriormente à Companhia